Mineira é premiada pelo Google nos EUA
Foi depois da visita a uma comunidade carente no interior do estado que a estudante Karoline Elis Lopes Martins, de 18 anos, tomou uma importante decisão: desenvolver um projeto que ajudaria a melhorar a qualidade da água consumida em regiões desprovidas de saneamento e que livraria as pessoas, principalmente crianças, das inúmeras doenças transmitidas pelo uso de água não tratada.
Ela saiu da condição de observadora do mundo, para a de alguém que transforma a realidade. “De fato, me incomodou muito ver que diversas populações, em pleno século 21, vivam essa espécie de calamidade. Percebendo a necessidade deles, comecei a pensar o que poderia ser feito para garantir que, em lugares de pobreza, também pudesse existir água apropriada para o consumo, mais saúde, mais qualidade de vida.”
Até aquele momento, o que Karoline não sabia é que sua ideia teria tanto alcance. Mais que isso, jamais imaginou que um projeto de baixíssimo custo poderia lhe render prêmios nacionais e internacionais, justamente por se tratar de um projeto eficiente, original e que se desenvolveu em consonância com as exigências mundiais de foco na sustentabilidade.
Aluna do curso de edificações do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG), Karoline desbancou 1.600 estudantes de 59 países na premiação especial do Google, durante a International Science and Engineering Fair (Intel ISEF), realizada entre os dias 9 e 13 de maio, em San José, Califórnia (EUA), o maior e mais importante evento pré-universitário de ciências e engenharia do mundo.
Além do prêmio Google, no valor de US$ 10 mil, o projeto apresentado por Karoline conquistou, também, o terceiro lugar geral da feira na categoria Engenharia Ambiental, o prêmio National Collegiate Inventors and Innovators Alliance / The Lemelson Foundation, e a menção honrosa do International Council on Systems Engineering (INCOSE).
Materiais recicláveis
O sistema de tratamento de água proposto por Karoline também fez sucesso por ser totalmente ecológico. Ela explica que trabalhou em quatro vertentes: custo zero, uso de materiais recicláveis (como a garrafa PET e o papel alumínio proveniente de pacotes de salgadinho), emprego de energias renováveis (como a solar) e melhoria da qualidade da água e redução de doenças.
De acordo com o projeto, uma conexão de garrafas PET acoplada a um concentrador solar, gerando um fluxo contínuo de água solarizada como alternativa para desinfecção microbiológica em estações de tratamento de água. Em seus experimentos, ela conseguiu alcançar temperatura da água em torno de 80 graus célsius e, como os resultados foram positivos, ela deseja ampliar o projeto, garantindo sua aplicação em comunidades rurais e sem acesso à água tratada. “Espero que os patrocinadores se animem e que ajudem a melhorar a vida das comunidades carentes.”
(Fonte: Vanessa Jacinto – O Estado de Minas em 20/05/2010)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Adorei receber sua visita!
Ler seu comentário, é ainda melhor!!!
Responderei sempre por aqui.