Gengibre
O gengibre (Zingiber officinale) é uma planta herbácea da família das zingiberáceas. O nome do gengibre deriva da palavra “shringavera”, do sânscrito, e significa “em forma de chifre”. Na medicina ayurvédica, por exemplo, é chamado de “remédio universal”, pela grande variedade de benefícios que proporciona à saúde.
Antes de sua denominação atual, o gengibre foi conhecido como Amomum zerumbeth, sendo Amomum, uma alusão a sua qualidade aromática.
Acredita-se que a planta seja originaria do sul da Índia e da China. Nesses países, é usado como condimento, alimento e medicamento há mais de 5.000 anos.
A utilização de gengibre na culinária tem suas origens nas mais antigas civilizações. Os chineses já o usavam no Século VI a.C, e os comerciantes árabes, antes do primeiro Século d.C..
Navios chineses levavam estoques de gengibres a bordo de longas viagens para prevenir a formação de escorbuto e enjôos marítimos. Os chineses recomendam esfregar a raiz cortada no couro cabelo para cessar a queda de cabelo.
Na China é muito comum se agregar o gengibre a certas preparações de ervas, para diminuir sua toxicidade ou ainda para acrescentar tonicidade ao preparado.
O uso culinário e medicinal do gengibre tem citações em Confúcio (551 a 479 a.C.). A China e a Índia (medicina ayurvédica) foram as maiores usuárias de gengibre. Um xarope de gengibre verde foi amplamente utilizado no século XV.
Na Índia, os devotos evitam o consumo de alho em festivais religiosos para não ofenderem as divindades. Neste caso, eles consomem o gengibre, que deixa um aroma agradável.
O gengibre foi uma das primeiras especiarias do Oriente a entrar na Europa, trazida por mercadores árabes por volta do século 1 a.C. Pouco depois, já fazia parte dos tratados medicinais dos antigos estudiosos gregos e romanos, que mencionam suas propriedades depurativas e o seu uso como antídoto a venenos.
Na Idade Média, o gengibre chegou à França e à Alemanha no século 9, e à Inglaterra no século 10. Como outras especiarias, era um produto caro e valorizado.
Henry VIII recomendou o Gengibre como um remédio contra a pestilência bubônica.
Por causa do valor comercial do gengibre, os colonizadores espanhóis levaram a planta para ser cultivada em suas colônias no México e no Caribe. Em meados do século 16, o gengibre, que antes só era obtido na Ásia, começou a chegar à Europa vindo dessas regiões do Novo Mundo.
Inicialmente foi cultivado no México, sendo em seguida levado às Antilhas, principalmente à Jamaica, a qual em 1.547, chegou a exportar cerca de 1.100 toneladas para a Europa.
No Brasil, o gengibre chegou menos de um século após o descobrimento. Os portugueses trouxeram a planta para o Brasil pouco depois do Descobrimento. Adaptou-se tão bem por aqui que alguns naturalistas europeus, em suas viagens científicas, acreditaram ser uma planta nativa, já que era comum encontrar o gengibre em seu estado silvestre. Os indígenas chamavam-na de mangaratiá ou magarataia.
Desde a Antigüidade, o gengibre é utilizado na fabricação de xaropes para combater a dor de garganta. Sua ação anti-séptica pode ser a responsável pela fama, tanto que muitos locutores e cantores revelam que entre os seus segredos para cuidar bem da voz está o hábito de mastigar lentamente um pedacinho de gengibre. No entanto, esse hábito é contra-indicado por que o gengibre possui também propriedades anestésicas e esta anestesia tópica diminui bastante o controle da emissão vocal.
Uso doméstico
O gengibre possui sabor picante e pode ser usado tanto em pratos salgados quanto nos doces e em diversas formas: fresco, seco, em conserva ou cristalizado.
O gengibre fresco é amplamente utilizado na China, no Japão, na Indonésia, na Índia e na Tailândia. No Japão costuma-se usar o suco (com o gengibre espremido) para temperar frango e as conservas (beni shouga) feitas com os rizomas jovens são consumidas puras ou com sushi. Já o gengibre cristalizado é um dos confeitos mais consumidos no Sudeste Asiático.
No Japão se consome o sashimi (peixe cru) com gengibre para que este possa matar possíveis larvas de vermes presentes na carne do peixe.
O gengibre vai na composição do curry, o que o faz ser amplamente consumido em várias regiões do mundo, em vários países se prepara um refrigerante a base de gengibre.
Na culinária, o gengibre é adicionado a pães, molhos, carnes, molhos picantes, peixes, dentre outros.
Em bebidas alcóolicas, o gengibre é usado em algumas cervejas, sidras, vinhos, licores.
O gengibre pode ser consumido ao natural, ralado, como tempero em vários pratos ou seco.
Uso medicinal
Para um uso mais medicinal, o ideal é preparar um chá com as raízes e consumi-lo entre as refeições. Você pode também misturar com outras ervas, como hortelã, eucalipto e capim limão, se o objetivo for tratar de problemas causados por gripes, tosses, resfriados e até ressaca. O consumo diário do chá é muito eficaz na prevenção de crises de enxaqueca.
O chá é preparado com uma colher (sopa) de rizoma fatiado e colocado em uma xícara com água fervente, deixando-se aí durante 10 minutos. Após essa infusão, coar e misturar em 2 xícaras (café) de açúcar mascavo juntamente com o suco de um limão. Adultos podem tomar uma colher (sopa) três vezes ao dia, para criança uma colher de (sobremesa), três vezes ao dia.
Banhos e compressas quentes de gengibre são indicados para aliviar os sintomas de gota, artrite, dores de cabeça e na coluna, além de diminuir a congestão nasal e cólicas menstruais.
Pesquisas também comprovaram sua atuação no sistema digestivo e é ótimo para combater náuseas e enjôos, inclusive por pessoas que sofrem com estes sintomas durante deslocamentos de barco ou de carro. Tem estudos mostrando que possui a mesma ação que o Plasil (medicamento utilizado para controlar enjôos).
Pacientes que estão sendo submetidos a tratamento com quimioterapia também experimentam um grande alívio das náuseas causadas pelos medicamentos.
O gengibre desidratado pode ser utilizado para o tratamento do mau hálito, utilizando-se pequenos pedaços do rizoma para mastigar.
Não use o gengibre caso tenha problemas na pele, como acnes e eczema. Não use durante febres muito altas, hemorragia interna ou úlceras. Para de usar se causar azia.
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