São outros 500
Tudo indica que ela tenha nascido a partir de uma lei instituída na península Ibérica, por volta do século XIII, que estipulava uma multa de 500 soldos a quem ofendesse um nobre. "Em casos de reincidência, o agressor deveria pagar outros 500 e pode ter sido em tais situações que surgiu a expressão", diz o etimologista Deonísio da Silva, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Quem não pertencia à nobreza podia reivindicar apenas 300 - mas, geralmente, acabava sem receber nenhum tostão. Em Precipício de Faetonte, peça escrita por Antônio José da Silva em 1738, há a seguinte frase: "Quem albardar uma formosura, há de aturar o ser raivosa, zelosa, comichona, pedinchona, desvanecida: pois se tiver acintes de madre, ainda são outros quinhentos". Existem, porém, registros mais antigos, como um diálogo da peça Filodemo (1587), de Camões, em que um personagem diz "Dionísia, a mais formosa dama que nunca espalhou cabelos ao vento, é filha de não sei quem" e outro responde "Esses são outros quinhentos".
Além disso, no célebre Dom Quixote (1605), de Miguel de Cervantes, o protagonista afirma a seu fiel escudeiro, Sancho Pança, ser "fidalgo de solar conhecido, de posses e propriedades, e de merecer quinhentos soldos".
Equivale a “isso é outra história”.
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