segunda-feira, 12 de abril de 2010

Pátria Minas - Um prato de comida


Um prato de comida

E lá no ermo, o caboclo viaja o dia inteiro e chega à noitinha no sítio do compadre, onde vai se hospedar. Quando chega, o compadre já havia jantado, que é costume do pessoal da roça jantar bem cedo. O caboclo, sem comer o dia todo, chega morrendo de fome. E nada do compadre lhe oferecer comida. Pedir ele não vai, não fica bem. Os dois "garram" numa prosa, conversam de tudo, mas nem sinal do compadre falar em jantar. Nove da noite, o dono da casa já está virando os olhos de sono, que esse horário pra um caboclo já é madrugada, e o visitante vai puxando assunto, na esperança do compadre lhe oferecer alguma coisa. Um com sono, louco pra ir dormir, o outro, azul de fome, sonhando em comer. O anfitrião, com muita diplomacia, toma a iniciativa:
- O cumpádi qué lavá os pé pra durmí?
- É bão, né cumpádi... mai... será que num faiz mar lavá os pé de barriga vazia?...

2 comentários:

  1. Nidia querida, estou fazendo um resgate da cultura caipira no Vale do Paraíba e Vale do Sapucaí, é um novo livro para breve... muito breve. Estou nos 'finalemnte' mas há algumas expressões que não achei nem mesmo nos livros de Camara Cascudo. Sei que existem porque as ouvi em Santa Rita do Sapucaí, na minha infância. Se puder me ajudar eu agradeço. Beijos. Seu blog é ótimo.

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  2. Estou ao seu dispor para ajudar no que puder. Podemos "trocar figurinhas" por e-mail. Também sempre visito o seu blog. Abraços.

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