Lá fora, a noite
É quando a
família dorme
- inertes as
mãos nas dobras dos lençóis
pesados os
corpos sob a viva mortalha -
que a mulher
se exerce.
Na casa
quieta
onde ninguém
lhe cobra
ninguém lhe
exige
ninguém lhe
pede
nada
caminha
enfim rainha
nos cômodos
vazios
demora-se no
escuro.
E descalços
os pés
aberta a
blusa
pode
entregar-se
plácida
ao silêncio.
(Marina
Colasanti)
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