sexta-feira, 26 de abril de 2013

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Eugénio de Andrade

Urgentemente
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.

(Eugénio de Andrade)

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Cecília Meireles

Inscrição
Sou entre flor e nuvem, 
Estrela e mar. 
Por que havemos de ser unicamente humanos, 
Limitados em chorar? 

Não encontro caminhos 
Fáceis de andar. 
Meu rosto vário desorienta as firmes pedras 
Que não sabem de água e de ar. 

E por isso levito. 
É bom deixar 
Um pouco de ternura e encanto indiferente 
de herança, em cada lugar. 

Rastro de flor e estrela, 
Nuvem e mar. 
Meu destino é mais longe e meu passo mais rápido: 
A sombra é que vai devagar.

(Cecília Meireles)

Na vitrola aqui de casa - Um homem também chora

Fernando Botero

Fernando Botero

Fernando Botero Angulo (Medellin - Colombia,19 de abril de 1932) 

Há muito tempo que sinto uma grande admiração pela obra de Botero. Seu estilo inconfundível, chamado por alguns de “Boterismo” retrata corpos e objetos de forma deformada com volume exagerado. A sua deformação manifesta sempre um desejo de acentuar a sensualidade da imagem.
Muita gente conhece-o como o “pintor das pessoas gordas”, o que o irrita, pois demonstra incompreensão de usa obra. “Não, eu não pinto pessoas gordas” - Esta era a resposta de Botero à pergunta: porque pinta pessoas gordas?
Na sua origem latina, a “gordura” é associada ao bom viver, à saúde, à alegria de viver, e as pessoas gordas, à boa disposição, aos prazeres dos sentidos. Botero salienta essa realidade do exagero e excesso.
Nas suas pinturas não há sombras. A luz é criada através da cor. A cor é fundamental, diz Botero, “pois dá luz à pintura. A imagem só alcançará a perfeição quando a questão da cor tiver sido resolvida”.
Ao longo dos anos, Botero foi reinventou, ou como se diria hoje fez uma releitura, de quadros conhecidos de pintores famosos mostrando que o aspecto mais importante duma pintura não é o tema, mas o estilo.
Essas pinturas são parte importante da sua obra: “Estes temas são importantes para mim à medida que se tornam populares e mais ou menos pertencentes a todos. Só então posso fazer algo diferente com elas. Por vezes desejo apenas compreender uma pintura de forma mais profunda e completa, a sua técnica e o espírito que a conduz” (Botero).
Executou várias versões para obras de Velázquez, recriou a famosa obra de Jan van Eyck, “O Casal Arnolfini”, os “Girassóis” de Van Gogh e a "Mona Lisa" de Leonardo da Vinci entre outros.
Nas imagens abaixo podemos ver como Fernando Botero “reinventou” quadros famosos:

Gioconda (Mona Lisa)
Leonardo da Vinci - 1503 


Monalisa
Fernando Botero - 1978

Giovanni Arnolfini e sua mulher
Jan van Eyck -  1434

O Casamento de Arnolfini
Fernando Botero – 1978

Girassóis
Vincent Van Gogh – 1888

Girassóis
Fernando Botero – 1967

As meninas (infanta Margarida em detalhe)
Velazquez  - 1656 

Fernando Botero

Infanta Margarida Teresa
Velasquez - 1659


Fernando Botero – 2005

Infanta Margarida da Áustria
Velasquez – 1659

A Infanta
Fernando Botero - 1988

Mademoiselle Caroline Rivière
Dominique Ingres – 1806

Mademoiselle Rivière
Fernando Botero – 2001

Auto-retrato com a mulher Isabella
Rubens – 1609

Rubens e esposa
Fernando Botero - 1965

Alof de Vignancourt e pajem
Caravaggio – 1608


Alof de Vignancourt
Fernando Botero – 1974

Persona - Roberto Carlos

Roberto Carlos Braga (Cachoeiro do Itapemirim, 19 de Abril de 1941) 

Persona - Lygia Fagundes Telles

Lygia Fagundes Telles , (São Paulo, 19 de Abril de 1923)

terça-feira, 16 de abril de 2013

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Cecília Meireles

Diálogo

Minhas palavras são a metade de um diálogo obscuro
continuando através de séculos impossíveis.

Agora compreendo o sentido e a ressonância
que também trazes de tão longe em tua voz.

Nossas perguntas e resposta se reconhecem
como os olhos dentro dos espelhos. Olhos que choraram.

Conversamos dos dois extremos da noite,
como de praias opostas. Mas com uma voz que não se importa...

E um mar de estrelas se balança entre o meu pensamento e o teu.
Mas um mar sem viagens.
(Cecília Meireles)

sábado, 13 de abril de 2013

Santa Rita é notícia - O homem que derrotou a Apple e a Samsung

O homem que derrotou a Apple e a Samsung

Conheça a história do chinês Paulo Xu, dono da DL, empresa brasileira que lidera as vendas de tablets no Brasil e deixa na poeira as gigantes internacionais do setor


Quando veio da China para o Brasil, no final dos anos 1990, o imigrante Paulo Xu abriu um restaurante de comida chinesa no bairro de Santo Amaro, na zona sul de São Paulo. Anos mais tarde, em 2004, mudou de ares e montou uma empresa de importação de panelas elétricas. Por se tratar de um artigo voltado aos assuntos da casa, batizou o novo negócio de DL, sigla para Doce Lar. “O objetivo era pulverizar o produto entre as famílias brasileiras”, afirma Xu, cujo sotaque da terra natal continua carregado, mesmo depois de 15 anos morando no País. Mas o plano não deu certo. 



Das panelas à tecnologia: ex-dono de restaurante e vendedor de artigos
de cozinha, Paulo Xu alcançou a liderança graças aos tablets populares

Como as vendas não iam bem, Xu mudou mais uma vez e, cerca de um ano depois, farejando bons resultados na área de tecnologia, abriu uma pequena fábrica de reprodutores de MP3, em Santa Rita do Sapucaí, no sul de Minas Gerais. Tiro certeiro. O negócio engrenou e permitiu a Xu, nos anos seguintes, ampliar seu leque de produtos de tecnologia, como fones de ouvido e DVDs para carros, e, desde 2010, iniciar a produção de tablets. A investida nesse último segmento deu tão certo que hoje a DL, que agora significa Digital Life, realizou o incrível feito de desbancar a Apple e a Samsung e se tornar a líder em vendas no mercado brasileiro de tablets, segundo confirmou à Dinheiro uma fonte com acesso a dados oficiais do setor. 
Segundo a consultoria IDC, foram vendidos 3,1 milhões de aparelhos em 2012 no Brasil – de acordo com o próprio Xu, pouco menos de 1 milhão de unidades estampavam a marca DL. Espécie de David que enfrenta dois Golias ao mesmo tempo, a empresa mineira, que emprega 300 funcionários, consegue superar no mercado nacional duas gigantes mundiais da tecnologia que respondem, juntas, por 58,7% das vendas de tablets no mundo. Alguns fatores explicam o feito de Xu. O primeiro deles é a ampla variedade de modelos de tablets em sua linha – são 12 tipos. Tão ou mais importante que isso, porém, é a proximidade do consumidor local. “Fazemos pesquisas de mercado constantemente para saber o gosto do brasileiro”, diz Xu. 


Os concorrentes: conhecimento do consumidor brasileiro e preços competitivos ajudaram
a fabricante mineira DL a ultrapassar a Samsung, do chairman Lee Kun-Hee (à esq.),
e a Apple, do CEO Tim Cook

Antes de iniciar a produção de tablets, por exemplo, o próprio Xu saiu a campo para buscar informações com grandes varejistas. Conhecer os desejos do consumidor nacional passa diretamente por saber quanto ele pagaria por um tablet. Por isso, antenada com a disposição dos clientes potenciais, a DL direcionou suas baterias para os consumidores do segmento popular, que não têm condições de pagar cerca de R$ 2 mil por um iPad, da Apple, ou pelos modelos mais potentes do Galaxy, da Samsung. O público-alvo da DL são as classes C e D, com tablets que custam menos de R$ 1.000, com exceção de um modelo, o DL Tablet 3D Vision, vendido a R$ 1.399. Trata-se de um segmento em franca expansão. Dados parciais do ano passado da consultoria Nielsen apontam que, em 2012, os itens populares corresponderam a 57,7% dos tablets comercializados no País. 
“O setor todo está em expansão”, afirma o diretor de pesquisas da IT Data, Ivair Rodrigues. “Mas o que está realmente bombando são os tablets mais baratos.” O mercado está tão aquecido que atrai novos competidores. “Muitas empresas que antes fabricavam GPS agora estão adaptando sua operação para tablets”, diz Bruno Freitas, analista da consultoria IDC. Uma das concorrentes da DL no setor é a também brasileira Multilaser, fundada pelo empresário Renato Feder. Assim como Xu, Feder instalou sua companhia no sul de Minas Gerais, mas na cidade de Extrema. A empresa produz cerca de 30 artigos diferentes, como celulares. “Mas nossa principal aposta são os celulares e os tablets”, diz Feder. 


A Multilaser não revela quanto as tabuletas digitais representam em seu faturamento. Na empresa de Xu, no entanto, 85% do faturamento é obtido com esses aparelhos. A cautela de Xu na hora de diversificar os negócios pode guardar relação com seu nome de batismo, Xu Wei. Essas duas palavras remetem à ideia de pensar antes de agir. É exatamente o que Xu tem feito nesses anos todos, o que lhe possibilita, hoje, colher os frutos da aposta num segmento altamente promissor. De acordo com o IDC, deverão ser comercializados no País 5,8 milhões de tablets em 2013, um crescimento de quase 90% sobre o ano passado. Divulgado em março, o estudo aponta o tablet como o dispositivo eletrônico de maior crescimento no Brasil. Para surfar nessa onda, sua estratégia é ampliar os pontos de venda dos atuais seis mil para dez mil ao longo do ano. 
Também pretende reforçar a atuação no comércio eletrônico, mas sem tirar o foco do varejo tradicional. “Um atendente, na loja, consegue mostrar os diferenciais do nosso produto”, afirma. Outra estratégia é estreitar suas relações com os fornecedores chineses. Quando concedeu entrevista à DINHEIRO por telefone, Xu estava em uma viagem de três semanas pela China para descobrir fabricantes e identificar tendências. Por falar nisso, há novos produtos da DL à vista? “Sim, teremos novidades neste ano”, diz Xu, mas sem dar detalhes. Pelo menos nesse quesito, Xu, cuja estratégia para alcançar a liderança foi trilhar um caminho totalmente distinto ao dos titãs do setor, tem algo em comum com a Apple: envolver mistério em seus planos de negócios e de desenvolvimento de produtos.


(Fonte: João Varella – Isto é dinheiro em 12/04/2013)

terça-feira, 9 de abril de 2013

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Manoel de Barros

As bençãos
Não tenho a anatomia de uma garça pra receber
em mim os perfumes do azul.
Mas eu recebo.
É uma bênção.
Às vezes se tenho tristeza, as andorinhas me
namoram mais de perto.
Fico enamorado.
É uma bênção.
Logo dou aos caracóis ornamentos de ouro
para que se tornem peregrinos do chão.
Eles se tornam.
É uma bênção.
Até alguém já chegou de me ver passar
a mão nos cabelos de Deus!
Eu só queria agradecer.

(Manoel de Barros)

Modos e modas - 9 formas de usar lenços quadrados


É em inglês, mas prestando atenção no ao vídeo dá para fazer tudinho.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Persona - Cazuza

Agenor de Miranda Araújo Neto - Cazuza (Rio de Janeiro, 4 de Abril de 1958 – Rio de Janeiro, 7 de Julho de 1990)

Persona - Martin Luther Kink

Martin Luther King, Jr. (Atlanta, 15 de Janeiro de 1929 – Memphis, 4 de Abril de 1968)

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Santa Rita é notícia - Invenções para deficientes rendem prêmios a alunos do Sul de MG

Invenções para deficientes rendem prêmios a alunos do Sul de MG

Projetos foram desenvolvidos por estudantes de Santa Rita do Sapucaí.

Na última semana, inventos renderam oito prêmios nacionais.

Estudantes de Santa Rita do Sapucaí (MG), cidade conhecida por Vale da Eletrônica, usam a tecnologia a serviço da saúde e desenvolvem diversos aparelhos para auxiliar portadores de necessidades especiais. Além de ajudar pessoas, os projetos rendem vários prêmios aos jovens inventores. Só na última semana, alunos de um curso técnico conseguiram oito prêmios nacionais.
Em Santa Rita do Sapucaí, 18 empresas desenvolvem aparelhos na área de saúde. Só no Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), são 25 projetos.
Os alunos Filipe Loyola e Isabel Francine Mendes usaram a criatividade pra dar mais mobilidade a cadeirantes. Eles criaram um kit de motorização para cadeiras de rodas. Bateria, controle e motores foram importados da China e podem ser instalados em qualquer tipo de cadeira. Com o kit, a cadeira pode ser usada no modo motorizado e caso a bateria acabe, ou se o paciente quiser, ele pode ativar o modo manual.
Os alunos conquistaram o terceiro lugar em um prêmio concedido no país e organizado por uma multinacional. No total, 150 projetos concorreram. “A ideia era fazer um kit motorizado com baixo custo e que pudesse ser acoplado a qualquer cadeira de rodas”, afirma Isabel.
Na Escola Técnica de Eletrônica (ETE), estudantes com idades entre 15 e 18 anos desenvolveram um aparelho capaz de levantar um portador de deficiência física. Basta encaixar os pés e o peito e as rodas ajudam na locomoção. O grupo se inspirou na história do pai do colega Walef Carvalho, que é paraplégico. A ideia também foi premiada e rendeu a eles o segundo lugar na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da Universidade de São Paulo.

Invenções para deficientes rendem prêmios a alunos e Santa Rita do Sapucaí (Foto: Reprodução EPTV)

“O nosso projeto ter sido premiado foi muito bom para nos mostrar que o nosso esforço valeu a pena. Sem contar que meu pai ficou muito orgulhoso”, diz Carvalho.
Na feira, o grupo empatou com os colegas da terceira série da ETE. O trio criou um dispositivo que simula os batimentos de um coração. O equipamento tem um banco de dados importado dos Estados Unidos.
Também na busca de aliar tecnologia na área de saúde, uma turma criou uma campainha para deficientes visuais e auditivos. “É um dispositivo luminoso, vibratório e sonoro que auxilia o deficiente dentro da residência”, explica Jaine Cássia Fonseca Amaral, que participou do projeto.
Os projetos da ETE concorreram com mais de 350 invenções de todo o país. O Vale da Eletrônica tem mais de 140 empresas, onde são fabricados mais de 13 mil produtos.
(Fonte:  G1 Sul de Minas)

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Lya Luft

Canção do recomeço
A casa aonde voltei
depois de muitos anos,
boia como uma ilha de aguapés na noite,
presa por uma raiz doce e dolorosa
que me define.

Na madrugada caminho pelos quartos
como no fundo do mar
onde essa raiz se finca.
Pelas vidraças, o jardim são algas;
meus filhos dormem como quando
eram meninos,
e suas respirações, como sentimentos,
fundem-se neste bojo.

Este é o meu lugar
aonde voltei depois de tanto tempo,
como quem, misturando peças
dos enigmas mais arcaicos,
montasse laboriosamente o seu quebra-cabeça.
(Lya Luft)

terça-feira, 2 de abril de 2013

Gostei... - Cicatrizes

"Roubado" do Blog do Noblat.
Cicatrizes

Abaixo do polegar, um pouco acima do punho, levo uma cicatriz. As circunstâncias que a produziram fizeram com que essa cicatriz formasse um risco negro, fino, quase uma tatuagem a marcar a pele da mão. Claramente visível. Com um procedimento simples, seria possível removê-la. Sempre me recusei. Já se vão décadas que ela me acompanha. Ela faz parte do que sou.
Toda cicatriz conta uma história. Por trás de cada uma delas tem o caminho, a série de eventos que resultaram naquela marca no corpo, na alma ou na consciência. Parte da vida é colecionar cicatrizes. É aceitar a inevitabilidade do sofrimento. É transformar o sofrimento da ferida no aprendizado e na história que a cicatriz marca.
As cicatrizes no corpo, na alma ou na mente são o mapa da trajetória de cada um. Elas são de todos os tipos. Algumas causam orgulhos, outras causam tristeza, outras não se fecham jamais. Mas todas contam historias. Todas marcam eventos. Todas imprimem o tempo.
 O ser humano parece estar sempre condenado a ter a própria alma ferida e a ferir a alma do outro. Ser simultaneamente vítima e causa de sofrimento. Ser, ao mesmo tempo, portador e causa de cicatrizes.
Cicatrizes são marcas que não perdoam. Permanecem lá como testemunhas e memória permanente da trajetória de cada um. Registram erros e acertos; atos de coragem e de covardia; vitorias e derrotas; o certo e o errado. Transformam sofrimento em experiência e aprendizado.
As marcas que a vida deixa na pele, na alma e na mente são parte importante da experiência humana. Talvez sejam elas, as marcas, que nos tornam, a cada um de nós, alguém especial, único.
Por isto não removo minhas cicatrizes. Sem elas, eu não sou.

(Elton Simões mora no Canadá. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria). E-mail: esimoes@uvic.ca . Escreve aqui às segundas-feiras.)

Persona - João Paulo II

Karol Józef Wojtyła – Papa João Paulo II – (18 de Maio de 1920 – 2 de Abril de 2005) 

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Retrato Falado do Mentiroso

Bem apropriado para o dia de hoje.

Retrato Falado do Mentiroso
Como sabemos que o homem está mentindo?
- O mentiroso é detalhista, responde aquilo que não foi perguntado, está tentando se convencer da história, perde-se em pormenores e curvas desnecessárias.
- O mentiroso fica romântico fora de hora, generoso de repente.
- O mentiroso baixa os olhos de vergonha e fala para os lados.
- O mentiroso somente desmente uma história quando há uma mentira maior para esconder.
- O mentiroso pede desculpa fácil (não se importa mesmo com aquilo que diz).
- O mentiroso ri de nervoso, ri antes da piada.
- O mentiroso é ambicioso: deseja uma mentira maior do que a anterior. Ele tropeça em seu próprio sucesso.
- O mentiroso nunca é evasivo, sempre tem certezas.
- O mentiroso se julga melhor do que os outros. Pensa que sairá impune, que ninguém é capaz de descobrir suas artimanhas.
- O mentiroso inventa tudo (que é um erro, o certo é contar algo falso a partir de algo verdadeiro).
- O mentiroso, tão preocupado consigo, não conversa. É um monólogo.
- O mentiroso sempre está se favorecendo com a trama, ou é a vítima ou é o azarado. Não há mentira que prejudique seu autor.
- O mentiroso acredita que escutar é acreditar e vai falando sem questionar nada.
- O mentiroso põe a culpa pelos atrasos nos amigos. Mas esquece de avisar os amigos.
E a mulher? O que ela faz?
Quando a mulher mente, conta a verdade. Como se fosse uma brincadeira. 
(Fabrício Carpinejar)

Modos e modas - Mais lenços

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