Visão Interativa para Deficientes quer aposentar o uso da
bengala por cegos
Dispositivo com sensores, feito por alunos de uma escola
técnica de Minas Gerais, deve ser comercializado ainda este ano por um custo de
R$ 300
Joaquim (com o dispositivo), Luana e Wélington:
estudantes que criaram o VID (Foto: Divulgação)
As férias de meio de ano dos estudantes Wélington Borsato
Rodrigues, 17 anos, Luana Pereira Vaz de Lima, 18, e Joaquim Eduardo Oliveira,
16, estão bastante comprometidas. As viagens foram substituídas pelo trabalho
duro. O trio desenvolve um protótipo que pode revolucionar a vida de pessoas
cegas e com deficiência visual. Trata-se do Visão Interativa para Deficientes,
ou VID.
Os alunos da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira
da Costa começaram a desenvolver o equipamento para a feira de ciências da
escola em fevereiro de 2011. O sucesso foi tão grande que foram
incentivados a aprimorar o dispositivo para apresentar em outra feira, dessa
vez a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da USP. “Lá, conseguimos sete
prêmios, sendo três internacionais”, conta Wélington. Os alunos acabaram
ganhando, cada um, uma bolsa de iniciação científica para investir no projeto.
Os meninos já começaram a fazer o processo de patente do VID
mas, por enquanto, estão aprimorando o dispositivo para apresentar em outra
feira, em outubro, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Wélington acredita
que até novembro o Visão Interativa para Deficiente se torne uma realidade e
seja comercializado com o custo de aproximadamente R$ 300.
Ainda faltam alguns ajustes. “Por exemplo, para detectar o
degrau, o dispositivo ainda está falho”, conta. O Visão Interativa para
Deficientes é um colete com nove sensores espalhados pelo corpo – pernas,
braços e óculos -, q ue funcionam separadamente. "Se a pessoa estiver se
aproximando de uma cadeira, os sensores das pernas serão acionados, mas não os
dos óculos", exemplifica Wélington. "Já se a pessoa passa por uma
cabine telefônica, aí sim, os sensores dos óculos vibraram", conclui.
A ideia de construir um dispositivo que substituísse a
bengala surgiu a partir de uma pesquisa feita na internet, em entrevistas com
pessoas da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e com um
professor cego da escola. A proposta de aplicar o conhecimento que receberam em
sala de aula acabou se tornando um projeto de grande porte e que estimula o
desenvolvimento da tecnologia assistiva. O termo é usado para identificar
recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades
funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida
independente e inclusão.
(Fonte: Rede Globo em 13/07/2012)
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