sexta-feira, 20 de julho de 2012

Santa Rita é notícia - Visão Interativa para Deficientes quer aposentar o uso da bengala por cegos

Visão Interativa para Deficientes quer aposentar o uso da bengala por cegos

Dispositivo com sensores, feito por alunos de uma escola técnica de Minas Gerais, deve ser comercializado ainda este ano por um custo de R$ 300


Joaquim (com o dispositivo), Luana e Wélington:
estudantes que criaram o VID (Foto: Divulgação)

As férias de meio de ano dos estudantes Wélington Borsato Rodrigues, 17 anos, Luana Pereira Vaz de Lima, 18, e Joaquim Eduardo Oliveira, 16, estão bastante comprometidas. As viagens foram substituídas pelo trabalho duro. O trio desenvolve um protótipo que pode revolucionar a vida de pessoas cegas e com deficiência visual. Trata-se do Visão Interativa para Deficientes, ou VID.
Os alunos da Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa começaram a desenvolver o equipamento para a feira de ciências da escola em fevereiro de 2011. O sucesso foi tão grande que  foram incentivados a aprimorar o dispositivo para apresentar em outra feira, dessa vez a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da USP. “Lá, conseguimos sete prêmios, sendo três internacionais”, conta Wélington. Os alunos acabaram ganhando, cada um, uma bolsa de iniciação científica para investir no projeto.
Os meninos já começaram a fazer o processo de patente do VID mas, por enquanto, estão aprimorando o dispositivo para apresentar em outra feira, em outubro, em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul. Wélington acredita que até novembro o Visão Interativa para Deficiente se torne uma realidade e seja comercializado com o custo de aproximadamente R$ 300.
Ainda faltam alguns ajustes. “Por exemplo, para detectar o degrau, o dispositivo ainda está falho”, conta. O Visão Interativa para Deficientes é um colete com nove sensores espalhados pelo corpo –  pernas, braços e óculos -, q ue funcionam separadamente. "Se a pessoa estiver se aproximando de uma cadeira, os sensores das pernas serão acionados, mas não os dos óculos", exemplifica Wélington. "Já se a pessoa passa por uma cabine telefônica, aí sim, os sensores dos óculos vibraram", conclui.
A ideia de construir um dispositivo que substituísse a bengala surgiu a partir de uma pesquisa feita na internet, em entrevistas com pessoas da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) e com um professor cego da escola. A proposta de aplicar o conhecimento que receberam em sala de aula acabou se tornando um projeto de grande porte e que estimula o desenvolvimento da tecnologia assistiva. O termo é usado para identificar recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência e consequentemente promover vida independente e inclusão.
(Fonte: Rede Globo em 13/07/2012)

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