A Lei de Responsabilidade Educacional
Em 1943, o psicólogo Ibrahim Maslow, desenvolveu uma série
de conceitos visando estimular as pessoas para o aprendizado. Criou uma escola
de pensamento que se contrapos, ao longo das décadas, ao mecanicismo do ensino
convencional.
Uma de suas constatações é que o ser humano consegue
aprender uma cota máxima de informações por dia. Perdeu o dia, perdeu a cota,
que não será recuperada nos dias seguintes.
Essa constatação trouxe implicações profundas na educação e
no aprendizado – escolar e empresarial.
A educação é um processo cumulativo e não tem como recuperar
o dia que se perdeu, já que em cada dia cabe apenas uma cota. Porque um jovem
leva 25 anos do primário à educação superior completa? Porque não tem como
acumular mais informações no período.
Por isso mesmo, não se pode parar nunca, usando a escola, a
Internet, as leituras em casa para acumular conhecimento.
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A partir dessas constatações, Vicente Falconi – professor
emérito da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e consultor renomado –
percebeu algo historicamente muito errado na educação brasileira, a partir da
definição federativa: o curso fundamental (9 anos) é de responsabilidade dos
prefeitos; o curso médio, dos governadores; a educação superior, do governo
federal.
***.
A parte mais relevante é o básico, período onde a criança
irá acumular conhecimento que lhe permitirá, mais tarde, entender o curso médio
e o superior. E está entregue à instância menos organizada da administração
pública: as prefeituras, sujeitas a toda sorte de injunções políticas, sofrendo
da descontinuidade administrativa, do assédio de cursos apostilados e outras
aventuras.
***
Recentemente, Falconi visitou Santa Rita do Sapucaí que com
a ETE (Escola Técnica de Eletrônica) e a Inatel tornou-se uma referência de
tecnologia no país. Na minha adolescência, aliás, terminar o ginásio e entrar
na ETE era o sonho de todo estudante. Eu mesmo estudei 6 meses por lá até
perceber que minha vocação era o jornalismo.
Falconi indagou sobre o ENEM (Exame Nacional do Ensino
Médio). Apenas mediano, responderam. A razão principal é que os alunos que
chegavam passavam por um ensino fundamental horrível. A ETE precisou criar um
reforço de 6 meses para prepará-los para o curso, mesmo assim sendo
insuficiente.
***
De que maneira superar esse problema?
O MEC (Ministério da Educação) já desenvolveu indicadores
satisfatórios, no ENEM e no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica). Personagem central desses indicadores, é o Secretário Executivo do MEC
José Henrique Paim Fernandes.
O MEC conseguiu montar um sistema nacional de
acompanhamento. A rede do MEC junta indicadores de toda ordem e consegue falar
online com praticamente todas as escolas da rede pública.
Ganhou-se capacidade de controle, mas não de execução – que
continuou nas mãos de Estados e municípios.
O caminho é a aprovação de uma Lei de Responsabilidade
Educacional, nos moldes da Lei de Responsabilidade Fiscal. Não apenas para
controlar a aplicação dos recursos mas, principalmente, os indicadores de
desempenho.
(Fonte: Luis Nassif OnLine - http://www.advivo.com.br/luisnassif
em 18/07/2012)
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