Cadeira Ortostática Dinâmica permite que
paraplégicos se desloquem de pé
Projeto foi desenvolvido por estudantes de Santa
Rita do Sapucaí (MG)
Estudantes do Ensino Médio da Escola Técnica de
Eletrônica Francisco Moreira da Costa, em Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais,
desenvolveram um dispositivo que poderá causar um grande impacto positivo na
vida de pessoas com paraplegia. A Cadeira Ortostática Dinâmica permite que o
usuário impossibilitado de mover as pernas realize diversas atividades – inclusive
deslocamentos – de pé.
Cadeira Ortostática em teste (Foto: Divulgação)
O dispositivo funciona de uma forma simples: a
plataforma da cadeira fica debaixo dos pés do usuário, que prende alguns cintos
de segurança em seu corpo. Depois, um botão é pressionado e a pessoa é puxada
lentamente, até ficar presa em posição ereta.
A partir daí, o cadeirante pode se deslocar com
um joystick ou controle remoto. Para descer, basta fazer o processo
inverso: colocar a cadeira de rodas atrás do dispositivo, apertar o botão e,
por último, desprender os cintos de segurança. O conjunto de baterias,
recarregável em tomadas convencionais, possui autonomia para entre 3 e 7 dias,
dependendo do uso. A velocidade pode ser regulada e chega, no máximo, a 7 km/h.
Cadeirante fica preso de pé (Foto: Divulgação)
O projeto teve início no ano passado, quando os
estudantes Ana Flávia de Almeida, Tales Valias de Paiva, Thiago Moreira de
Carvalho Vieira e Walef Robert Ivo Carvalho estavam no segundo ano do Ensino
Médio, e continua sendo aperfeiçoado.
Segundo o professor José Manoel de Oliveira Medeiros, um dos orientadores dos
alunos durante o ano passado, cerca de 9 meses foram necessários para a criação
do primeiro protótipo. “A intenção era construir algo que pudesse solucionar os
problemas de algumas pessoas”, explica.
Segundo ele, os integrantes do grupo eram
estimulados a pensarem em dificuldades de pessoas conhecidas que pudessem ser
amenizadas. Walef Carvalho, líder do grupo que desenvolveu a cadeira, é um
exemplo de como este processo foi importante. “Meu pai sofreu um acidente e
ficou paraplégico”, conta. “Consultamos o terapeuta dele sobre alguns aspectos
da cadeira ortostática e ele próprio fez alguns testes de segurança”, completa.
Ainda não há previsão de quando a Cadeira Ortostática Dinâmica poderá chegar ao
mercado. Walef ressalta, entretanto, que o preço seria em torno de R$ 2 mil,
consideravelmente mais barato que uma cadeira de rodas motorizada, que custa
cerca de R$ 5 mil.
O grupo agora tenta adaptar o dispositivo para tetraplégicos. “Pensamos em
controlar o movimento com o queixo, mas isso poderia prejudicar o pescoço,
então, estamos trabalhando em um mecanismo que responda a comandos de voz”,
conta.
Outro projeto de alunos da ETE FMC relacionado a inclusão já havia sido
destaque no site do Ação: a Visão Interativa para Deficientes, um colete com sensores
espalhados pelo corpo, que indica ao cego onde há obstáculos e sua posição em
relação ao corpo (próximo da cabeça ou das pernas, por exemplo), e pode vir a
substituir o uso de bengalas por deficientes visuais.
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