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quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Dica de diversão - Almir Sater
Persona - Edith Piaf
Édith Giovanna Gassion - Edith Piaf (Paris,19 de Dezembro de 1915 -
Plascassier, 10 de Outubro de 1963)
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Dica de diversão - III Encontro de ex-alunos da ETE
Minas são muitas - Santa Rita de Jacutinga
“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as
mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)
Santa Rita de Jacutinga
Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia - Foto do Miguel
Região:
Zona da Mata
Padroeira:
Santa Rita de Cássia
Festa
da Padroeira: 22 de Maio
Localização
História
O
local onde está situada a cidade de Santa Rita de Jacutinga pertencia às
antigas Áreas Proibidas do Sertão da Mantiqueira. Seus primitivos
habitantes foram os índios tupinambás, localizados na cachoeira das Areias, no
Pico do Papagaio, no Alto Monte Calvário, etc.
A
presença dos silvícolas na região foi diminuindo gradativamente até 1800, com o
aparecimento do homem civilizado. Hoje existem alguns lugares com nomes
indígenas: Itaboca e Pirapetinga.
Francisco
Rodrigues Gomes é considerado o fundador do povoado que deu origem à atual
cidade, tendo construído sua casa por volta de 1832, num dos
claros da floresta que cobria os morros ali existentes. De sua residência
se descortinava largo panorama e daí o nome Boa Vista dos Gomes, que ainda
hoje designa as terras que a circundam.
Procedente
de Santa Rita de Ibitipoca, sua terra natal, Francisco Rodrigues Gomes trouxera
consigo, para a nova região em que se instalara, uma imagem de Santa Rita e sua
presença na localidade fez com que seus moradores passassem a chama-la de
Santa Rita.
Devido à existência de grande quantidade da ave denominada “Jacutinga”, os habitantes, mais tarde, ampliaram o nome do novo povoado, que passou a ser conhecido, então, como Santa Rita de Jacutinga.
Devido à existência de grande quantidade da ave denominada “Jacutinga”, os habitantes, mais tarde, ampliaram o nome do novo povoado, que passou a ser conhecido, então, como Santa Rita de Jacutinga.
Atraídos
pelas notícias a respeito da riqueza da zona e pelos laços de amizade que as
ligaram ao seu fundador, numerosas famílias como os Osórios, os Caetanos,
os Ferreira, os Brandão e outras se dirigiram para o novo povoado e aí
fixaram residência, tendo contribuído largamente, para o desbravamento do
município. Dedicaram-se, inicialmente, à extração de ouro e, mais tarde, à
agricultura, com o emprego de processos rudimentares de trabalho.
Francisco
Tereziano Fortes, instalando a fazenda Santa Clara, abria novos rumos à região,
melhorando os processos de exploração agrícola e pecuária. A cidade foi então,
crescendo rapidamente, foram fundadas várias fazendas e Francisco Rodrigues
Gomes obteve diversas terras por intermédio de Francisco Dionísio Fortes,
guardamor do Rio Preto. Com o passar do tempo a agropecuária foi ganhando força
no município, porém a população da zona rural passou a concentrar-se no
perímetro urbano em busca de melhores condições de vida e renda.
Datas
Históricas
1859
– Criado o Distrito com a denominação de Jacutinga, subordinado ao município de
Rio Preto.
1923
– O distrito de Jacutinga tomou o nome de Santa Rita de Jacutinga.
1943
- Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita de Jacutinga
e desmembrado de Rio Preto.
O
município
Santa
Rita de Jacutinga é um município do estado de Minas Gerais. Ocupa
uma área de 420,94 km² e tinha, em 2010, uma
população de 4.993 habitantes.
Na
divisa de Minas com o Rio de Janeiro, Santa Rita de Jacutinga começa a ser
descoberta pelos fãs do turismo rural e da aventura. Emoldurada por montanhas,
construções históricas e quedas d'água, briga com razão pelo título de Cidade
das Cachoeiras. São 72 cadastradas.
A
profusão está diretamente ligada ao Rio Preto, o principal a banhar Santa Rita
e responsável pela beleza do cartão-postal da região: o cânion do Boqueirão. Uma
fenda de mais de 40 metros de altura esculpida ao longo de milhões de anos
pelas águas do Rio Pirapetinga. É a Cachoeira do Boqueirão, uma das mais
bonitas de todo o estado.
Nas
estradas da região é possível ver as fazendas centenárias da época do café. A
Fazenda Santa Clara é uma das mais tradicionais que melhor retratam a época dos
barões do café. São seis mil metros de área construída. Tudo lá tem relação com
os números do calendário: 365 janelas (um terço delas é apenas pintura), 52
quartos, 12 salões que são a quantidade de dias, semanas e meses do calendário.
A fazenda chegou a ter 2.400 escravos. Os rebeldes eram castigados na masmorra, embaixo da casa. Durante boa parte do século XIX toda essa região cercada por fazendas centenárias era chamada pela coroa portuguesa de sertão proibido. Isso porque era proibido caçar, extrair ouro ou madeira.
A fazenda chegou a ter 2.400 escravos. Os rebeldes eram castigados na masmorra, embaixo da casa. Durante boa parte do século XIX toda essa região cercada por fazendas centenárias era chamada pela coroa portuguesa de sertão proibido. Isso porque era proibido caçar, extrair ouro ou madeira.
Várias
lendas cercam a fazenda. Uma delas dizia que embaixo de uma construção havia
uma imensa jazida de ouro. A fazenda, que foi construída há em 1750, hoje é aberta
somente à visitação.
"É
a única fazenda da América Latina que tem um terceiro andar de obra, porque os
angolanos quando vieram pro Brasil trazendo uma cultura francesa muito boa de
obra. Então essa parte desligada do chão foi feita pelos angolanos. Feita não,
orientada pelos angolanos. É a única fazenda que tem um terceiro andar, ar
condicionado natural e uma usina hidrelétrica", conta Adélia Nogueira,
dona da fazenda.
A
culinária segue a tradição mineira com algumas adaptações como o frango com
palmito. Quem visita a cidade não pode deixar de experimentar a torta de queijo
minas.
(Fontes: IBGE, http://g1.globo.comhttp://g1.globo.com, http://www.feriasbrasil.com.br)
Blog: Faltam 779 municípios.
Santa Rita é notícia - Crescimento surpreende no Vale da Eletrônica
Crescimento
surpreende no Vale da Eletrônica
Faturamento
deve subir 23% em 2012.
A
substituição de componentes eletrônicos importados por similares nacionais
deverá garantir um crescimento acima das expectativas para as empresas do Vale
da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. As projeções são de
incremento de 23% no faturamento na comparação com o ano passado, de acordo com
o presidente Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e
Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto.
No início deste ano, as projeções da entidade apontavam para a manutenção no
ritmo de crescimento verificado em 2011, quando as empresas instaladas na
região registraram aumento de 13% no faturamento em relação ao ano anterior.
Entre os fatores que estão impulsionando os negócios das empresas do Vale da
Eletrônica está a valorização do dólar frente ao real. O presidente da entidade
explica que a alta cambial inibe as compras externas dos produtos eletrônicos,
além de gerar receio por parte de importadores em formar estoques para atender
à demanda interna. Isto se dá em função do risco de prejuízo com o produto
estocado diante de uma provável queda na cotação da moeda norte-americana.
Dessa forma, com baixo volume de componentes importados no estoque, alguns
importadores não estão atendendo aos pedidos das indústrias que acabam por
optar pelos produtos fabricados no Vale da Eletrônica. De acordo com Souza
Pinto, a tendência é a continuidade desta substituição, pois há também a
conscientização que os produtos nacionais são seguros e a produção interna pode
atender à demanda.
Segundo o dirigente, é verificado um aumento na qualidade dos produtos
fabricados no Sul de Minas. Com a maior demanda, as empresas estão buscando a
homologação de seus componentes nos órgãos competentes.
Empregos - Sem revelar números, Souza Pinto afirma que também há um crescimento significativo na contratação de trabalhadores por parte das empresas do Vale da Eletrônica. Ele lembra que o aumento é registrado mesmo em meio ao cenário adverso na economia internacional.
O Vale da Eletrônica deverá se tornar nos próximos anos também em um fornecedor
da indústria bélica nacional. De acordo com o presidente do Sindivel, as
empresas estão se preparando para atuar no segmento. "Entre 15 meses e 24
meses vamos nos tornar potenciais fornecedores das Forças Armadas", prevê.
Em março deste ano, representantes do Ministério da Defesa, a convite da
Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), estiveram no
município para prospectar novos fornecedores. Em função do processo de
reestruturação, fortalecimento e expansão do sistema de defesa nacional, que
envolve uma série de medidas governamentais, como, por exemplo, o plano Brasil
Maior, lançado no ano passado, que concede benefícios à indústria de defesa,
oportunidades devem ser criadas.
Entre os componentes produzidos no Vale da Eletrônica e que podem ser
utilizadas pela Forças Armadas estão sensores e sistemas de segurança. Um
exemplo, é um sistema de guiamento a laser que é desenvolvido por um
empresa de Santa Rita do Sapucaí.
Conforme já publicado, no ano passado, o faturamento do Vale da Eletrônica
chegou a R$ 1,7 bilhão. O resultado superou em 13% o do ano anterior, que havia
sido de R$ 1,5 bilhão.
(Rafael
Tomaz – Diário do Comércio em 05/10/2012)segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Historinhas - Mestras Queridas
Mestras Queridas
“Ensinar
é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles
cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor,
assim, não morre jamais...”
(Rubem
Alves Em “A alegria de ensinar”)
Existem
pessoas que passam pela nossa vida e ficam para sempre. Se na nossa caminhada dermos
uma olhadinha para trás, certamente veremos seus passos marcados na nossa
estrada. Na minha estrada, com partes em linha reta e sem emoções e outras
cheias de curvas e sobressaltos, estão lá, sempre ao meu lado, as pegadas firmes
e as mãos amigas de minhas professoras. Elas me ajudaram a descobrir o mundo, a
me encantar diante dele e a não ter a pretensão de querer entendê-lo completamente.
Antes de mais nada, ensinaram-me a viver e a conviver.
Ainda
menina, se me perguntavam o que queria ser quando crescesse, eu sempre
respondia:
_Quero
me casar e depois ser professora.
Todo
mundo achava graça, mas minha resposta era fruto de muito pensar e deduzir. Até
o final do antigo curso primário, todas as minhas professoras eram solteiras. Então,
para mim esta era a lei: professora não se casava. Passado algum tempo, minha lógica
infantil caiu por terra - todas elas se tornaram esposas e mães dedicadas.
Acabei não levando a teoria em conta e fui professora durante alguns dos
melhores anos de minha vida e só depois me casei.
Esta
não foi a primeira vez que criei lógicas ilógicas. Um dia, brincando na casa de
uma colega, olhei para o relógio e disse:
_
São quinze para as três. Tenho que ir. Minha mãe marcou que devo chegar às três
horas.
_
Mas nós estamos no horário de verão. Três horas, na verdade são duas horas. –
explicou minha colega.
Como
tinha ouvido falar no tal horário de verão, logo deduzi: se três horas são
duas, duas é uma hora, uma são meio-dia e assim por diante. Fiquei maravilhada!
Fui dando ré no meu pensamento e achando a ideia fantástica. Por que não tinham
pensado nisto antes? Tinham inventado o “não-tempo”, o fundo sem fundo do mundo.
Agora todo mundo era livre, sem as amarras do tempo. Eu já
nem precisava mais sonhar em ter um relógio. Pra que? Se sempre que eu olhasse
para ele, não era o que eu pensava. Fiquei lá brincando até a hora que me deu
vontade. Quando voltei para casa, levei umas boas palmadas pelo atraso. Tentei
explicar minha teoria, mas mãe com raiva não aceita explicação.
Aos
poucos, fui percebendo que minha lógica nem sempre tinha lógica e até hoje
tenho o pé atrás com a dita cuja.
Voltemos
à caminhada.
Na
minha estrada, os passinhos e a companhia de Dona Darlene Vono aparecem
repetidos várias vezes. Foi minha primeira e inesquecível mestra. Era uma jovem
baixinha com óculos de gatinho, iniciante no magistério. Cheia de sonhos e de
um amor infindável pela educação.
No
meu primeiro dia de aula, detestei tudo. Como já sabia ler e escrever, fruto
das brincadeiras de escolinha com as irmãs mais velhas, pensava que, no grupo
escolar, iria ter contato com mil coisas ainda não vistas. Que decepção! Os
exercícios de controle motor eram monótonos e sem atrativo algum. Foi ela quem
conseguiu transformar tudo aquilo em prazer. Além de ensinar as primeiras
letras, tinha um grande trunfo que tirava da cartola e a tornava a mais
apaixonante das mestras: sabia tocar acordeão (em Santa Rita sempre falávamos
acordeom). E as músicas infantis eram acompanhadas pelo som dos seus dedos
correndo pelo teclado de um lado e por aquelas bolinhas do outro. Que mágica! Quem
neste mundo tinha professora mais interessante que eu? Claro que ninguém!
Ensaiou
quatro alunas (Lelé, Maria Rita, Maria Vitória e eu) para uma coreografia com a
música Bigorrilho. Lembro-me até hoje: saia vermelha, blusa branca e lenço
também vermelho nos cabelos. Até hoje sei a coreografia. Foi um sucesso
santa-ritense. Viramos arroz-doce de festa. Apresentávamos em todas as
solenidades, de homenagem a padres até formaturas. Havia festa? Lá estava o
quarteto Bigorrilho ao som de Darlene e seu acordeom.
Aparecem
agora, por dois anos seguidos, os passos de Dona Vilma Pivoto com seus óculos
de lentes verde e uma paciência de fazer inveja a Jó. Tinha uma tática sábia
para manter-nos calados: colocava sempre um menino sentado junto com uma menina
na carteira para dois lugares. Foi com ela que tomei gosto pela Matemática.
Conseguia tornar tudo simples e claro utilizando o nosso cotidiano. Nos
problemas, hoje chamados de situações matemáticas, encenávamos compras de cinco
doces de banana na venda do Sr. Elias, de dois quilos de arroz na mercearia do
Sr. Urbano. Pagávamos com dinheiro de
papel recortado, recebíamos o troco e aprendíamos a “matéria terrível”
brincando. Só depois fiquei sabendo que
isto se chamava didática.
No
último ano do curso primário, fui aluna da Dona Neide Constanti. Calma,
tranquila. Até hoje, lembro-me de seus olhos e suas olheiras. Acho que é porque
foi minha primeira professora que não usava óculos.
Agora
era estudar, estudar e estudar para o Exame de Admissão. Era como se fosse um
vestibular para ingressar no ginásio. As matérias vinham num livro muito grosso
e aterrorizante. Era difícil, tínhamos que saber de cor e salteado as capitais
de todos os países do mundo, História do Brasil de cabo a rabo, Português,
Matemática e Ciências. Tia Marita salvou
os sobrinhos reunindo todos em sua casa para seus ensinamentos preciosos. Foi
uma mestra extra classe, mas mesmo assim inesquecível e por quem tenho grande
admiração e respeito.
Cheguei
ao ginásio! Mudei de escola. Deixei, com saudades, o Grupo Escolar Sanico
Telles, que minhas irmãs mais velhas chamavam pejorativamente de “grupinho de
lata” e entrei na Escola Normal Oficial Sinhá Moreira. Tudo novo, tudo em
dimensões imensas (até no nome pomposo) para meus olhos ainda muito pequenos.
Vejo
passos de duas pessoas que caminham juntas. São Dona Didi Gaudino e Dona Maria
José Souza. Duas “feras”. Eram pintadas pelas alunas mais velhas do colégio
como duas personagens terríveis. E não eram. Sabiam TUDO que ensinavam e
cobravam TUDO que haviam ensinado. Apenas isto.
Passei
por elas sem grandes traumas, mas com muitas lembranças.
Recordo
como minhas pernas tremiam quando Dona Didi balançava uma sacolinha com números
de víspora para sortear as quatro “vítimas” para a temida arguição oral. Não
importava qual fosse meu número de chamada, parecia que havia um imã – o disco
com meu número “pulava” para a mão dela, enquanto as outras meninas respiravam
aliviadas.
Sua
primeira prova foi-nos entregue, depois de corrigida, com a seguinte
recomendação:
_
Confiram as notas. Não aceito reclamações posteriores.
Somei,
“resomei”, “milisomei” os pontos e não consegui chegar aos 8,5. E agora?
_
Professora, minha nota não é 8,5.
_
Como não?
_
É 7,5.
Gargalhadas
e mais gargalhadas. Deve ser por isso que outro dia, depois de mais de trinta
anos sem vê-la, me chamou pelo nome. Como poderia esquecer esta maluca?
De
Dona Maria José Souza, também, as lembranças são muitas. Na nossa juventude não
existiam as famosas chapinhas de hoje, mas a moda eram os cabelos lisos, esticados
sem nenhuma ameaça de onda. Quem não se lembra da mão de obra que era para quem
não teve a graça divina de ter nascido com eles assim? Costumávamos fazer um
penteado que era chamado “touca” para deixá-los esticados. Depois de enrolá-los
ao redor da cabeça, colocávamos um pedaço de meia de seda, herdada da mãe, ou
um saquinho de rede rosa que servia de invólucro para maçãs. Para ir ao colégio
tínhamos que colocar, por cima, um lenço preto. Antes da aula da Dona Maria
José Souza era um deus nos acuda. Todo mundo soltando os cabelos, porque ela
adorava mandar ao quadro quem estivesse usando lenço. Consigo ouvir sua voz um
tanto grave:
_
Pula violeta! Você de lenço, vá ao quadro.
Quem
se arriscaria?
Além
da Matemática, ela também gostava das palavras. Todos os dias, escrevia ou
mandava que alguém escrevesse no alto do quadro negro um aforismo. No primeiro
dia de cada ano, quem escrevia era ela, com sua letra linda: “Sê perfeito em
tudo que fizeres” (Tales de Mileto). Nem sei se esta frase é mesmo dele, mas
para mim ficou sendo. E, no meu caderno, entre fórmulas e teoremas, existiam
frases lindas. Foi assim que comecei a gostar das palavras e vem daí minha
mania de sublinhar o que gosto nos livros.
Olhando
bem a minha estrada volto a ver Dona Darlene. Agora um pouco diferente, cheia
de biquinhos e fricotes, me ensinando Francês. Acabo o ginásio e vou para a ETE
e, lá, a reencontro lecionando Português.
Da faculdade, Univás,
nunca vou me esquecer da professora Mírian dos Santos, de literatura
brasileira. Foi quem me ensinou a ler além das palavras que estão escritas nos
livros. Deu-me a clareza da vista, iluminou meu olhar e me despertou para a
leitura feita com a alma e o coração. Fez-me ter memória e a admirar o passado
e as marcas que o tempo faz em nós. Por isso, hoje, sou capaz de enxergar a
importância que minhas mestras tiveram em minha formação e sentir, por elas,
gratidão eterna.
domingo, 7 de outubro de 2012
Historinhas - 80 anos de minha mãe
O que é família senão uma
ciranda?
Uma ciranda que começa com
apenas duas pessoas. Aos poucos, outras pessoas vão entrando nesta roda. Todos
sempre de mãos dadas, um apoiado no outro e também apoiando o outro. Assim vão
sendo formados os elos de uma corrente, os elos do afeto e da união
indispensáveis pela manutenção da família.
Foi assim também na nossa
família. Primeiro papai e a senhora com seus sonhos de juventude, planos e
principalmente um grande amor a uni-los. Foram chegando os filhos e entrando na
ciranda. Quando uma mãozinha ia se tornando mais firme, já entrava outra que
mal sabia segurar na mão do lado. E a roda foi crescendo, até ter nove pessoas
unidas por um amor cada vez maior. Com as bênçãos de Deus íamos girando na
grande roda da vida. Palmadas? Foram necessárias muitas para nos colocar de
volta no caminho certo. Lutas? Tiveram que ser constantes, para que conseguissem
alimentar, vestir e estudar os filhos. Atropelos? Certamente existiram muitos,
mas nenhum capaz de acabar com a nossa união.
Depois foram chegando outros
membros, os genros, a nora, os netos. Sem que esperássemos alguns, alheios a
nossa vontade, se escaparam da nossa ciranda. Foram fazer parte da ciranda
maior, da roda de Deus. E quando isto aconteceu, foi a senhora e papai quem
conseguiram fazer a religação do elo rompido. Com a demonstração de fé nos
mostraram que a vontade de Deus deve ser sempre respeitada e aceita sem
desespero, mas com resignação. E de lá, da casa de Deus, certamente eles
continuaram olhando e ajudando para que permanecêssemos sempre ligados. E
nessas horas de dor, ficamos ainda mais unidos.
Mamãe, hoje, estamos aqui,
juntos, para comemorar seus 80 anos. Mais do que comemorar, queremos agradecer.
Agradecer porque a senhora e papai conseguiram fazer nós pessoas trabalhadoras
e honradas. Agradecer porque conseguiram nos manter unidos, irmãos não apenas
pelo sangue, mas pelo respeito e pelo afeto. Agradecer porque, principalmente,
fizeram de nós uma grande família nesta grande ciranda da vida.
Blog: Texto que escrevi para minha mãe em 25/04/2012.
quinta-feira, 4 de outubro de 2012
Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Mia Couto
Sem depois
Todas as
vidas gastei
para morrer contigo.
E agora
esfumou-se o tempo
e perdi o teu passo
para além da curva do rio.
Rasguei as cartas.
Em vão: o papel restou intacto.
Só meus dedos murcharam, decepados.
Queimei as fotos.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só meus olhos
se desfizeram, redondas cinzas.
Com que roupa
vestirei minha alma
agora que já não há domingos?
Quero morrer, não consigo.
Depois de te viver
não há poente
nem o enfim de um fim.
Todas as mortes gastei
para viver contigo.
(Mia Couto)
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Mia Couto,
Ninguém vive sem um pouco de poesia...
Santa Rita é notícia - Pequena Santa Rita do Sapucaí (MG) desponta como polo tecnológico
Pequena Santa Rita do Sapucaí (MG) desponta como
polo tecnológico
Santa Rita do Sapucaí (MG) abriga incubadoras,
centro universitário e empresas de tecnologia
Um importante polo de tecnologia e empreendedorismo
no país surge numa cidade com apenas 37,7 mil habitantes, segundo o Censo 2010
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Santa Rita do
Sapucaí – no sul de Minas Gerais, próxima da divisa com São Paulo – já é
conhecida como “Vale da Eletrônica” e destaca-se na produção eletroeletrônica e
na área de informática. A cidade oferece infraestrutura e oportunidades para os
que desejam abrir uma empresa na área de tecnologia. São duas incubadoras de
negócios em funcionamento, uma ligada à prefeitura e outra ao Inatel (Instituto
Nacional de Telecomunicações) e mais uma em implantação, que será gerida pela
FAI - Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação. O empresário
Marcos Vilela, 60, diretor geral da Leucotron, empresa da área de
telecomunicações, afirma que quando começou o negócio, há 29 anos, era difícil
encontrar fornecedores na região. A empresa era dependente das grandes cidades.
Com a evolução do polo eletroeletrônico, a carência foi suprida e as vantagens são
notáveis. "Hoje, por conta das instituições de ensino que temos, é muito
mais fácil encontrar profissionais qualificados." Longe dos problemas
comuns às grandes metrópoles, Vilela diz que a qualidade de vida é melhor no
interior. A facilidade para se deslocar dentro da cidade e a possibilidade de
almoçar diariamente com a família são os principais benefícios destacados pelo
empresário. "Estar próximo da família é algo que o pessoal daqui valoriza
bastante."
Incubadora municipal de empresas de Santa
Rita do Sapucaí (MG)
Os dados sobre negócios no município já
impressionam. De acordo com o Sindvel (Sindicato das Indústrias de Aparelhos
Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica), Santa Rita do
Sapucaí abriga cerca de 150 empresas no setor. Juntas, elas produzem,
aproximadamente, 13 mil produtos diferentes, geram 12 mil empregos e faturaram
R$ 1,7 bilhão em 2011. Segundo o secretário de ciência, tecnologia, indústria e
comércio da cidade, Pedro Sérgio Monti, as três instituições de ensino – Inatel,
FAI e ETE (Escola Técnica de Eletrônica) – atraem jovens, inclusive de outras
regiões, para a cidade. “Quem vem estudar aqui, logo quer abrir sua empresa. As
pessoas são ‘contaminadas pelo espirito empreendedor’ desenvolvido nas
instituições”, diz.
Empresas têm facilidades para se instalar
A prefeitura
local concede uma série de benefícios para as empresas se instalarem no
município. São quatro linhas de incentivo: serviços de infraestrutura para a
construção da sede própria (remoção de entulho, terraplanagem etc.); doação de
terreno; redução de impostos municipais (IPTU e ISS) e desconto de até 70% no
aluguel de galpões industriais. Nos dois últimos casos, o benefício é por tempo
determinado. Além disso, a cidade conta com um condomínio empresarial de 12,5
mil m2 em um terreno público. Hoje, são 16 empresas instaladas no local. “Todo
este esforço tem a finalidade de atrair novas empresas e fazer com que as
incubadas permaneçam na cidade”, declara o secretário.
Município precisa de
mais investimentos, diz consultor
No entanto, para o consultor de negócios
Sidney Severini Júnior, a cidade poderia ser ainda mais reconhecida no cenário
nacional se houvesse uma política pública maior para atração de empresas de
médio porte no município. Segundo o consultor, os governos municipal e estadual
precisam unir forças com a iniciativa privada para conseguir mais recursos.
“Acredito que deveria haver uma política pública para expandir o perímetro
urbano e atrair mais jovens empreendedores, mais empresas de médio porte e aumentar
a sinergia da cidade”, afirma.
Santuário de Santa Rita de Cássia, padroeira de
Santa Rita do Sapucaí (MG)
A prefeitura de Santa Rita do Sapucaí detém a posse
de um terreno de 630 mil m2 de área útil, próximo à Rodovia Fernão Dias. A
ideia é transformar o espaço em uma nova área industrial. Porém, de acordo com
o secretário Pedro Sérgio Monti, o orçamento do município não permite que obras
de arruamento, iluminação e infraestrutura sejam feitas no curto prazo com
recursos próprios.
Festas populares são famosas
Nem só de tecnologia vive Santa
Rita do Sapucaí. A cidade tem um dos carnavais de rua mais famosos do sul de
Minas Gerais. São sete escolas de samba e dois blocos tradicionais: o Ride
Palhaço e os Democráticos. O público varia entre 15 mil e 20 mil pessoas,
segundo a secretária de esporte, cultura, lazer e turismo, Rosângela Maria
Vilela da Costa. No mês de maio, anualmente, é celebrada a Festa de Santa Rita
de Cássia, padroeira da cidade. As ruas são tomadas por barracas ambulantes e o
público participante é equivalente ao do Carnaval. “Por mais que tenhamos
tecnologia, ainda somos uma cidade pequena do interior”, diz a secretária.
(Fonte: UOL Economia em 04/10/2012)
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Minas são muitas - Palma
“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que
conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)
Palma
(Igreja Matriz de São Francisco de Assis - Foto do Miguel)
Região:
Zona da Mata
Padroeiro:
São Francisco de Assis
Festa
do Padroeiro: 4 de Outubro
Localização
História
Antes
dos desbravadores passarem pela região, onde, mais tarde, apareceria o
município de Palma, apenas o homem nativo, na rudeza de seu trato, dominava
aquelas terras. Até que em 1780, chegaram os desbravadores com a natural sede
de riqueza, deixando, em troca, um pouco de civilização. Desbravadas as terras,
surgiram os primeiros nomes: Rancho da Cotieira e Capivara. Depois São
Francisco do Capivara e Palma. Recebeu o nome de Palma por existir no jardim da
cidade, naquela época, umas palmeiras altas que decoravam o principal
logradouro público local.
Dada
a excelência das suas terras, desde muito cedo, o homem civilizado viu que
aquela região era um convite par as atividades agropecuárias e foi sobre essa
base econômica que o lugar progrediu. Edificadas
as primeiras casas de pau-a-pique, cobertas de folhas de palmeiras ou capim,
logo surgiu uma capelinha, modesta, é bem verdade, mas suficiente para abrigar
o fervoroso desbravador, nas horas de prece.
Em
1851, o lugar onde se localizava a Fazenda Glória, propriedade de mais de três
mil alqueires, pertencente ao major Joaquim Vieira da Silva Pinto, foi elevado
a curato com o nome de São Francisco de Assis do Capivara. Aliás, o major Silva
Pinto fez progredir todos os lugares situados na circunvizinhança de sua
fazenda. Falecido o major, muitos de seus filhos foram estabelecer organizadas
fazendas na região de Palma, podendo ser considerados como os primeiros povoadores
do território, pois foram eles que deram impulso ao desenvolvimento da
localidade. Mais tarde, diversos vultos locais trabalharam pelo progresso de
Palma, notando-se que sua emancipação administrativa teve como patrono a figura
respeitável do senador Costa Reis, considerado o grande benfeitor da nova
comunidade.
Datas Históricas
1864
– Criado o Distrito com a denominação de São Francisco de Assis de Capivara, subordinado
ao município de Cataguases.
1890
- Elevado à categoria de vila com a denominação de São Francisco de Assis de
Capivara e desmembrado de Cataguases.
1891
– A vila de São Francisco de Capivara tomou a denominação de Palma.
1892
- Elevado à condição de cidade com a denominação de Palma.
O
município
Palma
é um município do estado de Minas Gerais. Sua população, em 2010, era de 6.545
habitantes e ocupa uma área de 316,48 Km².
Ocupa-se
economicamente de agricultura e pecuária de corte e leiteira. Arroz e leite
representam os produtos básicos da região.
(Fontes:
IBGE, http://www.prefeiturapalma.com.br/,
http://www.asminasgerais.com.br)
Blog:
Faltam 780 municípios.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Semana da Eletrônica
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