quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Dica de diversão - Almir Sater

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Persona - Edith Piaf

Édith Giovanna Gassion - Edith Piaf  (Paris,19 de Dezembro de 1915 - Plascassier, 10 de Outubro de 1963) 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Dica de diversão - III Encontro de ex-alunos da ETE

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Minas são muitas - Santa Rita de Jacutinga


“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa) 

Santa Rita de Jacutinga

Igreja Matriz de Santa Rita de Cássia - Foto do Miguel

Região: Zona da Mata
Padroeira: Santa Rita de Cássia
Festa da Padroeira: 22 de Maio


Localização


História

O local onde está situada a cidade de Santa Rita de Jacutinga pertencia às antigas Áreas Proibidas do Sertão da Mantiqueira. Seus primitivos habitantes foram os índios tupinambás, localizados na cachoeira das Areias, no Pico do Papagaio, no Alto Monte Calvário, etc. 
A presença dos silvícolas na região foi diminuindo gradativamente até 1800, com o aparecimento do homem civilizado. Hoje existem alguns lugares com nomes indígenas: Itaboca e Pirapetinga.
Francisco Rodrigues Gomes é considerado o fundador do povoado que deu origem à atual cidade, tendo construído sua casa por volta de 1832, num dos claros da floresta que cobria os morros ali existentes. De sua residência se descortinava largo panorama e daí o nome Boa Vista dos Gomes, que ainda hoje designa as terras que a circundam.
Procedente de Santa Rita de Ibitipoca, sua terra natal, Francisco Rodrigues Gomes trouxera consigo, para a nova região em que se instalara, uma imagem de Santa Rita e sua presença na localidade fez com que seus moradores passassem a chama-la de Santa Rita.
Devido à existência de grande quantidade da ave denominada “Jacutinga”, os habitantes, mais tarde, ampliaram o nome do novo povoado, que passou a ser conhecido, então, como Santa Rita de Jacutinga.
Atraídos pelas notícias a respeito da riqueza da zona e pelos laços de amizade que as ligaram ao seu fundador, numerosas famílias como os Osórios, os Caetanos, os Ferreira, os Brandão e outras se dirigiram para o novo povoado e aí fixaram residência, tendo contribuído largamente, para o desbravamento do município. Dedicaram-se, inicialmente, à extração de ouro e, mais tarde, à agricultura, com o emprego de processos rudimentares de trabalho.
Francisco Tereziano Fortes, instalando a fazenda Santa Clara, abria novos rumos à região, melhorando os processos de exploração agrícola e pecuária. A cidade foi então, crescendo rapidamente, foram fundadas várias fazendas e Francisco Rodrigues Gomes obteve diversas terras por intermédio de Francisco Dionísio Fortes, guardamor do Rio Preto. Com o passar do tempo a agropecuária foi ganhando força no município, porém a população da zona rural passou a concentrar-se no perímetro urbano em busca de melhores condições de vida e renda.

Datas Históricas

1859 – Criado o Distrito com a denominação de Jacutinga, subordinado ao município de Rio Preto.
1923 – O distrito de Jacutinga tomou o nome de Santa Rita de Jacutinga.
1943 - Elevado à categoria de município com a denominação de Santa Rita de Jacutinga e desmembrado de Rio Preto. 

O município

Santa Rita de Jacutinga é um município do estado de Minas Gerais. Ocupa uma área de 420,94  km² e tinha, em 2010, uma população de 4.993 habitantes.  
Na divisa de Minas com o Rio de Janeiro, Santa Rita de Jacutinga começa a ser descoberta pelos fãs do turismo rural e da aventura. Emoldurada por montanhas, construções históricas e quedas d'água, briga com razão pelo título de Cidade das Cachoeiras. São 72 cadastradas.
A profusão está diretamente ligada ao Rio Preto, o principal a banhar Santa Rita e responsável pela beleza do cartão-postal da região: o cânion do Boqueirão. Uma fenda de mais de 40 metros de altura esculpida ao longo de milhões de anos pelas águas do Rio Pirapetinga. É a Cachoeira do Boqueirão, uma das mais bonitas de todo o estado.
Nas estradas da região é possível ver as fazendas centenárias da época do café. A Fazenda Santa Clara é uma das mais tradicionais que melhor retratam a época dos barões do café. São seis mil metros de área construída. Tudo lá tem relação com os números do calendário: 365 janelas (um terço delas é apenas pintura), 52 quartos, 12 salões que são a quantidade de dias, semanas e meses do calendário.
A fazenda chegou a ter 2.400 escravos. Os rebeldes eram castigados na masmorra, embaixo da casa. Durante boa parte do século XIX toda essa região cercada por fazendas centenárias era chamada pela coroa portuguesa de sertão proibido. Isso porque era proibido caçar, extrair ouro ou madeira.
Várias lendas cercam a fazenda. Uma delas dizia que embaixo de uma construção havia uma imensa jazida de ouro. A fazenda, que foi construída há em 1750, hoje é aberta somente à visitação.
"É a única fazenda da América Latina que tem um terceiro andar de obra, porque os angolanos quando vieram pro Brasil trazendo uma cultura francesa muito boa de obra. Então essa parte desligada do chão foi feita pelos angolanos. Feita não, orientada pelos angolanos. É a única fazenda que tem um terceiro andar, ar condicionado natural e uma usina hidrelétrica", conta Adélia Nogueira, dona da fazenda.
A culinária segue a tradição mineira com algumas adaptações como o frango com palmito. Quem visita a cidade não pode deixar de experimentar a torta de queijo minas.

Blog: Faltam 779 municípios.

Na vitrola aqui de casa - A thousand kisses deep

Santa Rita é notícia - Crescimento surpreende no Vale da Eletrônica


Crescimento surpreende no Vale da Eletrônica

Faturamento deve subir 23% em 2012. 

A substituição de componentes eletrônicos importados por similares nacionais deverá garantir um crescimento acima das expectativas para as empresas do Vale da Eletrônica em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas. As projeções são de incremento de 23% no faturamento na comparação com o ano passado, de acordo com o presidente Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel), Roberto de Souza Pinto.
No início deste ano, as projeções da entidade apontavam para a manutenção no ritmo de crescimento verificado em 2011, quando as empresas instaladas na região registraram aumento de 13% no faturamento em relação ao ano anterior.
Entre os fatores que estão impulsionando os negócios das empresas do Vale da Eletrônica está a valorização do dólar frente ao real. O presidente da entidade explica que a alta cambial inibe as compras externas dos produtos eletrônicos, além de gerar receio por parte de importadores em formar estoques para atender à demanda interna. Isto se dá em função do risco de prejuízo com o produto estocado diante de uma provável queda na cotação da moeda norte-americana.
Dessa forma, com baixo volume de componentes importados no estoque, alguns importadores não estão atendendo aos pedidos das indústrias que acabam por optar pelos produtos fabricados no Vale da Eletrônica. De acordo com Souza Pinto, a tendência é a continuidade desta substituição, pois há também a conscientização que os produtos nacionais são seguros e a produção interna pode atender à demanda.
Segundo o dirigente, é verificado um aumento na qualidade dos produtos fabricados no Sul de Minas. Com a maior demanda, as empresas estão buscando a homologação de seus componentes nos órgãos competentes.

Empregos - Sem revelar números, Souza Pinto afirma que também há um crescimento significativo na contratação de trabalhadores por parte das empresas do Vale da Eletrônica. Ele lembra que o aumento é registrado mesmo em meio ao cenário adverso na economia internacional.
O Vale da Eletrônica deverá se tornar nos próximos anos também em um fornecedor da indústria bélica nacional. De acordo com o presidente do Sindivel, as empresas estão se preparando para atuar no segmento. "Entre 15 meses e 24 meses vamos nos tornar potenciais fornecedores das Forças Armadas", prevê.
Em março deste ano, representantes do Ministério da Defesa, a convite da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), estiveram no município para prospectar novos fornecedores. Em função do processo de reestruturação, fortalecimento e expansão do sistema de defesa nacional, que envolve uma série de medidas governamentais, como, por exemplo, o plano Brasil Maior, lançado no ano passado, que concede benefícios à indústria de defesa, oportunidades devem ser criadas.
Entre os componentes produzidos no Vale da Eletrônica e que podem ser utilizadas pela Forças Armadas estão sensores e sistemas de segurança. Um exemplo, é um sistema de guiamento a laser que é desenvolvido por um empresa de Santa Rita do Sapucaí.
Conforme já publicado, no ano passado, o faturamento do Vale da Eletrônica chegou a R$ 1,7 bilhão. O resultado superou em 13% o do ano anterior, que havia sido de R$ 1,5 bilhão.
(Rafael Tomaz – Diário do Comércio em 05/10/2012)

Persona - John Lennon

John Winston Lennon (Liverpool, 9 de Outubro de 1940 – Nova Iorque,8 de Dezembro de 1980) 

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Na vitrola aqui de casa - Coração ateu

Historinhas - Mestras Queridas

Mestras Queridas

“Ensinar é um exercício de imortalidade. De alguma forma continuamos a viver naqueles cujos olhos aprenderam a ver o mundo pela magia da nossa palavra. O professor, assim, não morre jamais...”
(Rubem Alves Em “A alegria de ensinar”)


Existem pessoas que passam pela nossa vida e ficam para sempre. Se na nossa caminhada dermos uma olhadinha para trás, certamente veremos seus passos marcados na nossa estrada. Na minha estrada, com partes em linha reta e sem emoções e outras cheias de curvas e sobressaltos, estão lá, sempre ao meu lado, as pegadas firmes e as mãos amigas de minhas professoras. Elas me ajudaram a descobrir o mundo, a me encantar diante dele e a não ter a pretensão de querer entendê-lo completamente. Antes de mais nada, ensinaram-me a viver e a conviver.
Ainda menina, se me perguntavam o que queria ser quando crescesse, eu sempre respondia:
_Quero me casar e depois ser professora.
Todo mundo achava graça, mas minha resposta era fruto de muito pensar e deduzir. Até o final do antigo curso primário, todas as minhas professoras eram solteiras. Então, para mim esta era a lei: professora não se casava. Passado algum tempo, minha lógica infantil caiu por terra - todas elas se tornaram esposas e mães dedicadas. Acabei não levando a teoria em conta e fui professora durante alguns dos melhores anos de minha vida e só depois me casei.
Esta não foi a primeira vez que criei lógicas ilógicas. Um dia, brincando na casa de uma colega, olhei para o relógio e disse:
_ São quinze para as três. Tenho que ir. Minha mãe marcou que devo chegar às três horas.
_ Mas nós estamos no horário de verão. Três horas, na verdade são duas horas. – explicou minha colega.
Como tinha ouvido falar no tal horário de verão, logo deduzi: se três horas são duas, duas é uma hora, uma são meio-dia e assim por diante. Fiquei maravilhada! Fui dando ré no meu pensamento e achando a ideia fantástica. Por que não tinham pensado nisto antes? Tinham inventado o “não-tempo”, o fundo sem fundo do mundo. Agora todo mundo era livre, sem as amarras do tempo.    Eu já nem precisava mais sonhar em ter um relógio. Pra que? Se sempre que eu olhasse para ele, não era o que eu pensava. Fiquei lá brincando até a hora que me deu vontade. Quando voltei para casa, levei umas boas palmadas pelo atraso. Tentei explicar minha teoria, mas mãe com raiva não aceita explicação.
Aos poucos, fui percebendo que minha lógica nem sempre tinha lógica e até hoje tenho o pé atrás com a dita cuja.
Voltemos à caminhada.
Na minha estrada, os passinhos e a companhia de Dona Darlene Vono aparecem repetidos várias vezes. Foi minha primeira e inesquecível mestra. Era uma jovem baixinha com óculos de gatinho, iniciante no magistério. Cheia de sonhos e de um amor infindável pela educação.
No meu primeiro dia de aula, detestei tudo. Como já sabia ler e escrever, fruto das brincadeiras de escolinha com as irmãs mais velhas, pensava que, no grupo escolar, iria ter contato com mil coisas ainda não vistas. Que decepção! Os exercícios de controle motor eram monótonos e sem atrativo algum. Foi ela quem conseguiu transformar tudo aquilo em prazer. Além de ensinar as primeiras letras, tinha um grande trunfo que tirava da cartola e a tornava a mais apaixonante das mestras: sabia tocar acordeão (em Santa Rita sempre falávamos acordeom). E as músicas infantis eram acompanhadas pelo som dos seus dedos correndo pelo teclado de um lado e por aquelas bolinhas do outro. Que mágica! Quem neste mundo tinha professora mais interessante que eu? Claro que ninguém!
Ensaiou quatro alunas (Lelé, Maria Rita, Maria Vitória e eu) para uma coreografia com a música Bigorrilho. Lembro-me até hoje: saia vermelha, blusa branca e lenço também vermelho nos cabelos. Até hoje sei a coreografia. Foi um sucesso santa-ritense. Viramos arroz-doce de festa. Apresentávamos em todas as solenidades, de homenagem a padres até formaturas. Havia festa? Lá estava o quarteto Bigorrilho ao som de Darlene e seu acordeom.
Aparecem agora, por dois anos seguidos, os passos de Dona Vilma Pivoto com seus óculos de lentes verde e uma paciência de fazer inveja a Jó. Tinha uma tática sábia para manter-nos calados: colocava sempre um menino sentado junto com uma menina na carteira para dois lugares. Foi com ela que tomei gosto pela Matemática. Conseguia tornar tudo simples e claro utilizando o nosso cotidiano. Nos problemas, hoje chamados de situações matemáticas, encenávamos compras de cinco doces de banana na venda do Sr. Elias, de dois quilos de arroz na mercearia do Sr. Urbano.  Pagávamos com dinheiro de papel recortado, recebíamos o troco e aprendíamos a “matéria terrível” brincando.  Só depois fiquei sabendo que isto se chamava didática.
No último ano do curso primário, fui aluna da Dona Neide Constanti. Calma, tranquila. Até hoje, lembro-me de seus olhos e suas olheiras. Acho que é porque foi minha primeira professora que não usava óculos.
Agora era estudar, estudar e estudar para o Exame de Admissão. Era como se fosse um vestibular para ingressar no ginásio. As matérias vinham num livro muito grosso e aterrorizante. Era difícil, tínhamos que saber de cor e salteado as capitais de todos os países do mundo, História do Brasil de cabo a rabo, Português, Matemática e Ciências.  Tia Marita salvou os sobrinhos reunindo todos em sua casa para seus ensinamentos preciosos. Foi uma mestra extra classe, mas mesmo assim inesquecível e por quem tenho grande admiração e respeito.
Cheguei ao ginásio! Mudei de escola. Deixei, com saudades, o Grupo Escolar Sanico Telles, que minhas irmãs mais velhas chamavam pejorativamente de “grupinho de lata” e entrei na Escola Normal Oficial Sinhá Moreira. Tudo novo, tudo em dimensões imensas (até no nome pomposo) para meus olhos ainda muito pequenos.
Vejo passos de duas pessoas que caminham juntas. São Dona Didi Gaudino e Dona Maria José Souza. Duas “feras”. Eram pintadas pelas alunas mais velhas do colégio como duas personagens terríveis. E não eram. Sabiam TUDO que ensinavam e cobravam TUDO que haviam ensinado. Apenas isto.
Passei por elas sem grandes traumas, mas com muitas lembranças.
Recordo como minhas pernas tremiam quando Dona Didi balançava uma sacolinha com números de víspora para sortear as quatro “vítimas” para a temida arguição oral. Não importava qual fosse meu número de chamada, parecia que havia um imã – o disco com meu número “pulava” para a mão dela, enquanto as outras meninas respiravam aliviadas.
Sua primeira prova foi-nos entregue, depois de corrigida, com a seguinte recomendação:
_ Confiram as notas. Não aceito reclamações posteriores.
Somei, “resomei”, “milisomei” os pontos e não consegui chegar aos 8,5. E agora?
_ Professora, minha nota não é 8,5.
_ Como não?
_ É 7,5.
Gargalhadas e mais gargalhadas. Deve ser por isso que outro dia, depois de mais de trinta anos sem vê-la, me chamou pelo nome. Como poderia esquecer esta maluca?
De Dona Maria José Souza, também, as lembranças são muitas. Na nossa juventude não existiam as famosas chapinhas de hoje, mas a moda eram os cabelos lisos, esticados sem nenhuma ameaça de onda. Quem não se lembra da mão de obra que era para quem não teve a graça divina de ter nascido com eles assim? Costumávamos fazer um penteado que era chamado “touca” para deixá-los esticados. Depois de enrolá-los ao redor da cabeça, colocávamos um pedaço de meia de seda, herdada da mãe, ou um saquinho de rede rosa que servia de invólucro para maçãs. Para ir ao colégio tínhamos que colocar, por cima, um lenço preto. Antes da aula da Dona Maria José Souza era um deus nos acuda. Todo mundo soltando os cabelos, porque ela adorava mandar ao quadro quem estivesse usando lenço. Consigo ouvir sua voz um tanto grave:
_ Pula violeta! Você de lenço, vá ao quadro.
Quem se arriscaria?
Além da Matemática, ela também gostava das palavras. Todos os dias, escrevia ou mandava que alguém escrevesse no alto do quadro negro um aforismo. No primeiro dia de cada ano, quem escrevia era ela, com sua letra linda: “Sê perfeito em tudo que fizeres” (Tales de Mileto). Nem sei se esta frase é mesmo dele, mas para mim ficou sendo. E, no meu caderno, entre fórmulas e teoremas, existiam frases lindas. Foi assim que comecei a gostar das palavras e vem daí minha mania de sublinhar o que gosto nos livros.
Olhando bem a minha estrada volto a ver Dona Darlene. Agora um pouco diferente, cheia de biquinhos e fricotes, me ensinando Francês. Acabo o ginásio e vou para a ETE e, lá, a reencontro lecionando Português.
Da faculdade, Univás, nunca vou me esquecer da professora Mírian dos Santos, de literatura brasileira. Foi quem me ensinou a ler além das palavras que estão escritas nos livros. Deu-me a clareza da vista, iluminou meu olhar e me despertou para a leitura feita com a alma e o coração. Fez-me ter memória e a admirar o passado e as marcas que o tempo faz em nós. Por isso, hoje, sou capaz de enxergar a importância que minhas mestras tiveram em minha formação e sentir, por elas, gratidão eterna.


domingo, 7 de outubro de 2012

Historinhas - 80 anos de minha mãe


O que é família senão uma ciranda?
Uma ciranda que começa com apenas duas pessoas. Aos poucos, outras pessoas vão entrando nesta roda. Todos sempre de mãos dadas, um apoiado no outro e também apoiando o outro. Assim vão sendo formados os elos de uma corrente, os elos do afeto e da união indispensáveis pela manutenção da família. 
Foi assim também na nossa família. Primeiro papai e a senhora com seus sonhos de juventude, planos e principalmente um grande amor a uni-los. Foram chegando os filhos e entrando na ciranda. Quando uma mãozinha ia se tornando mais firme, já entrava outra que mal sabia segurar na mão do lado. E a roda foi crescendo, até ter nove pessoas unidas por um amor cada vez maior. Com as bênçãos de Deus íamos girando na grande roda da vida. Palmadas? Foram necessárias muitas para nos colocar de volta no caminho certo. Lutas? Tiveram que ser constantes, para que conseguissem alimentar, vestir e estudar os filhos. Atropelos? Certamente existiram muitos, mas nenhum capaz de acabar com a nossa união.  
Depois foram chegando outros membros, os genros, a nora, os netos. Sem que esperássemos alguns, alheios a nossa vontade, se escaparam da nossa ciranda. Foram fazer parte da ciranda maior, da roda de Deus. E quando isto aconteceu, foi a senhora e papai quem conseguiram fazer a religação do elo rompido. Com a demonstração de fé nos mostraram que a vontade de Deus deve ser sempre respeitada e aceita sem desespero, mas com resignação. E de lá, da casa de Deus, certamente eles continuaram olhando e ajudando para que permanecêssemos sempre ligados. E nessas horas de dor, ficamos ainda mais unidos.

Mamãe, hoje, estamos aqui, juntos, para comemorar seus 80 anos. Mais do que comemorar, queremos agradecer. Agradecer porque a senhora e papai conseguiram fazer nós pessoas trabalhadoras e honradas. Agradecer porque conseguiram nos manter unidos, irmãos não apenas pelo sangue, mas pelo respeito e pelo afeto. Agradecer porque, principalmente, fizeram de nós uma grande família nesta grande ciranda da vida.

Blog: Texto que escrevi para minha mãe em 25/04/2012.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Ninguém vive sem um pouco de poesia... - Mia Couto

Sem depois

Todas as vidas gastei
para morrer contigo.

E agora
esfumou-se o tempo
e perdi o teu passo
para além da curva do rio.

Rasguei as cartas.
Em vão: o papel restou intacto.
Só meus dedos murcharam, decepados.

Queimei as fotos.
Em vão: as imagens restaram incólumes
e só meus olhos
se desfizeram, redondas cinzas.

Com que roupa
vestirei minha alma
agora que já não há domingos?

Quero morrer, não consigo.
Depois de te viver
não há poente
nem o enfim de um fim.

Todas as mortes gastei
para viver contigo.

(Mia Couto)

Santa Rita é notícia - Pequena Santa Rita do Sapucaí (MG) desponta como polo tecnológico

Pequena Santa Rita do Sapucaí (MG) desponta como polo tecnológico 


Santa Rita do Sapucaí (MG) abriga incubadoras, centro universitário e empresas de tecnologia

Um importante polo de tecnologia e empreendedorismo no país surge numa cidade com apenas 37,7 mil habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Santa Rita do Sapucaí – no sul de Minas Gerais, próxima da divisa com São Paulo – já é conhecida como “Vale da Eletrônica” e destaca-se na produção eletroeletrônica e na área de informática. A cidade oferece infraestrutura e oportunidades para os que desejam abrir uma empresa na área de tecnologia. São duas incubadoras de negócios em funcionamento, uma ligada à prefeitura e outra ao Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações) e mais uma em implantação, que será gerida pela FAI - Centro de Ensino Superior em Gestão, Tecnologia e Educação. O empresário Marcos Vilela, 60, diretor geral da Leucotron, empresa da área de telecomunicações, afirma que quando começou o negócio, há 29 anos, era difícil encontrar fornecedores na região. A empresa era dependente das grandes cidades. Com a evolução do polo eletroeletrônico, a carência foi suprida e as vantagens são notáveis. "Hoje, por conta das instituições de ensino que temos, é muito mais fácil encontrar profissionais qualificados." Longe dos problemas comuns às grandes metrópoles, Vilela diz que a qualidade de vida é melhor no interior. A facilidade para se deslocar dentro da cidade e a possibilidade de almoçar diariamente com a família são os principais benefícios destacados pelo empresário. "Estar próximo da família é algo que o pessoal daqui valoriza bastante."

 Incubadora municipal de empresas de Santa Rita do Sapucaí (MG) 

Os dados sobre negócios no município já impressionam. De acordo com o Sindvel (Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica), Santa Rita do Sapucaí abriga cerca de 150 empresas no setor. Juntas, elas produzem, aproximadamente, 13 mil produtos diferentes, geram 12 mil empregos e faturaram R$ 1,7 bilhão em 2011. Segundo o secretário de ciência, tecnologia, indústria e comércio da cidade, Pedro Sérgio Monti, as três instituições de ensino – Inatel, FAI e ETE (Escola Técnica de Eletrônica) – atraem jovens, inclusive de outras regiões, para a cidade. “Quem vem estudar aqui, logo quer abrir sua empresa. As pessoas são ‘contaminadas pelo espirito empreendedor’ desenvolvido nas instituições”, diz. 

Empresas têm facilidades para se instalar 

A prefeitura local concede uma série de benefícios para as empresas se instalarem no município. São quatro linhas de incentivo: serviços de infraestrutura para a construção da sede própria (remoção de entulho, terraplanagem etc.); doação de terreno; redução de impostos municipais (IPTU e ISS) e desconto de até 70% no aluguel de galpões industriais. Nos dois últimos casos, o benefício é por tempo determinado. Além disso, a cidade conta com um condomínio empresarial de 12,5 mil m2 em um terreno público. Hoje, são 16 empresas instaladas no local. “Todo este esforço tem a finalidade de atrair novas empresas e fazer com que as incubadas permaneçam na cidade”, declara o secretário. 

Município precisa de mais investimentos, diz consultor 

No entanto, para o consultor de negócios Sidney Severini Júnior, a cidade poderia ser ainda mais reconhecida no cenário nacional se houvesse uma política pública maior para atração de empresas de médio porte no município. Segundo o consultor, os governos municipal e estadual precisam unir forças com a iniciativa privada para conseguir mais recursos. “Acredito que deveria haver uma política pública para expandir o perímetro urbano e atrair mais jovens empreendedores, mais empresas de médio porte e aumentar a sinergia da cidade”, afirma. 

Santuário de Santa Rita de Cássia, padroeira de Santa Rita do Sapucaí (MG) 

A prefeitura de Santa Rita do Sapucaí detém a posse de um terreno de 630 mil m2 de área útil, próximo à Rodovia Fernão Dias. A ideia é transformar o espaço em uma nova área industrial. Porém, de acordo com o secretário Pedro Sérgio Monti, o orçamento do município não permite que obras de arruamento, iluminação e infraestrutura sejam feitas no curto prazo com recursos próprios. 

Festas populares são famosas 

Nem só de tecnologia vive Santa Rita do Sapucaí. A cidade tem um dos carnavais de rua mais famosos do sul de Minas Gerais. São sete escolas de samba e dois blocos tradicionais: o Ride Palhaço e os Democráticos. O público varia entre 15 mil e 20 mil pessoas, segundo a secretária de esporte, cultura, lazer e turismo, Rosângela Maria Vilela da Costa. No mês de maio, anualmente, é celebrada a Festa de Santa Rita de Cássia, padroeira da cidade. As ruas são tomadas por barracas ambulantes e o público participante é equivalente ao do Carnaval. “Por mais que tenhamos tecnologia, ainda somos uma cidade pequena do interior”, diz a secretária.

(Fonte: UOL Economia em 04/10/2012)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Minas são muitas - Palma


“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa) 

Palma


(Igreja Matriz de São Francisco de Assis - Foto do Miguel)

Região: Zona da Mata
Padroeiro: São Francisco de Assis
Festa do Padroeiro: 4 de Outubro

Localização



História

Antes dos desbravadores passarem pela região, onde, mais tarde, apareceria o município de Palma, apenas o homem nativo, na rudeza de seu trato, dominava aquelas terras. Até que em 1780, chegaram os desbravadores com a natural sede de riqueza, deixando, em troca, um pouco de civilização. Desbravadas as terras, surgiram os primeiros nomes: Rancho da Cotieira e Capivara. Depois São Francisco do Capivara e Palma. Recebeu o nome de Palma por existir no jardim da cidade, naquela época, umas palmeiras altas que decoravam o principal logradouro público local.
Dada a excelência das suas terras, desde muito cedo, o homem civilizado viu que aquela região era um convite par as atividades agropecuárias e foi sobre essa base econômica que o lugar progrediu.  Edificadas as primeiras casas de pau-a-pique, cobertas de folhas de palmeiras ou capim, logo surgiu uma capelinha, modesta, é bem verdade, mas suficiente para abrigar o fervoroso desbravador, nas horas de prece.  
Em 1851, o lugar onde se localizava a Fazenda Glória, propriedade de mais de três mil alqueires, pertencente ao major Joaquim Vieira da Silva Pinto, foi elevado a curato com o nome de São Francisco de Assis do Capivara. Aliás, o major Silva Pinto fez progredir todos os lugares situados na circunvizinhança de sua fazenda. Falecido o major, muitos de seus filhos foram estabelecer organizadas fazendas na região de Palma, podendo ser considerados como os primeiros povoadores do território, pois foram eles que deram impulso ao desenvolvimento da localidade. Mais tarde, diversos vultos locais trabalharam pelo progresso de Palma, notando-se que sua emancipação administrativa teve como patrono a figura respeitável do senador Costa Reis, considerado o grande benfeitor da nova comunidade.

Datas Históricas


1864 – Criado o Distrito com a denominação de São Francisco de Assis de Capivara, subordinado ao município de Cataguases.                
1890 - Elevado à categoria de vila com a denominação de São Francisco de Assis de Capivara e desmembrado de Cataguases.
1891 – A vila de São Francisco de Capivara tomou a denominação de Palma.
1892 - Elevado à condição de cidade com a denominação de Palma.
         
O município

Palma é um município do estado de Minas Gerais. Sua população, em 2010, era de 6.545 habitantes e ocupa uma área de 316,48 Km².
Ocupa-se economicamente de agricultura e pecuária de corte e leiteira. Arroz e leite representam os produtos básicos da região. 

Blog: Faltam 780 municípios.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

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