Tecnologia made in Minas em feira da USP
Luva criada por alunos da Escola Técnica de Santa Rita do Sapucaí interpreta sinais de Libra e traduz em display eletrônico
E se o deficiente visual pudesse andar pelas ruas sem precisar do auxílio de outra pessoa? E se fosse possível controlar nossa casa de qualquer lugar do mundo, por meio de uma simulação 3D operada pela internet? E se plantas fossem usadas para anular os efeitos de uma substância tóxica liberada na natureza? Perguntas como essas instigaram estudantes mineiros a enfrentar o desafio de transformar possibilidades em realidade. As invenções e descobertas desses jovens estão sendo expostas, até esta quinta-feira, na Feira Brasileira de Ciência e Tecnologia (Febrace), realizada na Universidade de São Paulo (USP).
A 10ª edição da maior mostra científica do país conta com 325 projetos desenvolvidos por 743 estudantes dos níveis de ensino fundamental (8º e 9º anos), médio e técnico. Cerca de 15 mil pessoas devem visitar os estandes montados nas dependências da Escola Politécnica da USP. De Minas Gerais foram selecionados 19 trabalhos de sete instituições públicas e duas particulares. A campeã em número de projetos (cinco) é a Escola Técnica de Eletrônica Francisco Moreira da Costa, localizada em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, a 420 km de Belo Horizonte.
Criado por alunos do curso de eletrônica, a Visão Interativa para Deficientes (VID) ajuda o usuário a se locomover sem qualquer ajuda alheia. Sensores são postos em várias partes do corpo e ligados a um motor que vibra à aproximação de qualquer obstáculo com intensidade diferente dependendo da distância: quanto mais forte, mais perto ele está. "Esse tipo de projeto, além de ajudar o próximo, acelera o amadurecimento dos alunos, que precisam ser profissionais e aprender a trabalhar em equipe, cumprir horários e tarefas", observa o professor Fábio Carli Teixeira, orientador de quatro trabalhos apresentados pela escola de Santa Rita do Sapucaí.
Mesmo quem não pode visitar a Febrace tem como conhecer a invenção dos alunos do curso de informática, do Instituto Federal do Triângulo Mineiro, pela internet. Eles criaram o Cell Casa, um sistema de controle remoto de residências. Uma pequena câmera filma a maquete de uma casa e manda as imagens em tempo real para o site . O internauta pode dar comandos para ligar ou desligar as lâmpadas, ao atualizar a página virtual, percebe que suas ordens foram obedecidas. No site, porém, não é possível experimentar a simulação em três dimensões oferecida pela tecnologia. "Nosso sistema dá mais segurança, já que o usuário pode simular a presença de alguém em sua casa sem estar lá", explica o professor Ailton.
Uma comissão julgadora deve apontar os melhores projetos nas sete categorias. Os noves melhores vão representar o Brasil na Feira Internacional de Ciências e Engenharia da Intel , de 13 a 18 de maio em Pittsburgh, nos Estados Unidos. Os mineiros esperam um bom desempenho, mas ainda vigora a velha máxima dos bons competidores. "O que vale é participar e fazer o melhor que a gente pode. Há muitos projetos bons e muita troca de ideia", conta Isabella Sampaio, de 17 anos, estudante do 3º ano da Escola Estadual Afonso Pena, de São Tiago, a 187 quilômetros de BH.
(Fonte: Thiago Padilha – Estado de Minas em 15/03/2012)
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