Para comer depois
Na minha cidade, nos domingos de tarde,
as pessoas se põem na sombra com faca e laranjas.
Tomam a fresca e riem do rapaz de bicicleta,
a campainha desatada, o aro enfeitado de laranjas:
“Eh bobagem!”
Daqui a muito progresso técno-ilógico,
quando for impossível detectar o domingo
pelo sumo das laranjas no ar e bicicletas,
em meu país de memória e sentimento,
basta fechar os olhos:
é domingo, é domingo, é domingo.
(Adélia Prado)
Que perfeito esse poema. São pequenas cousas assim que dão sentido à vida! Lindo!!!
ResponderExcluirOi, Maíra. Já passei a seguir seus blogs. Adélia é sempre sublime. Volte sempre por aqui! Abraços.
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