Maldição dos Bragança
Você já ouviu falar na Maldição dos Bragança?
Segundo a tradição monárquica o primeiro filho homem do rei deveria herdar o trono de seu pai. Era a regra da hereditariedade da coroa, um direito divino conferido às famílias de sangue azul que compunham a Europa. Uma tradição seguida à risca durante séculos que despertou muitas desavenças entre irmãos, tragédias familiares e a fome de poder fazendo vítimas.
A Dinastia de Bragança foi a Quarta Dinastia de reis portugueses, que reinou em Portugal entre 1640 e 1910. Foi também a dinastia imperante no Império do Brasil (1822 - 1889).
Conta a lenda que a "maldição" teria se iniciado no reinado de Dom João IV de Portugal, fundador da Dinastia dos Bragança, quando o monarca teria agredido um frade franciscano aos pontapés após este ter-lhe implorado por esmola. O frade, em resposta, rogou uma praga ao rei, dizendo que jamais um primogênito varão dos Bragança viveria o bastante para chegar ao trono.
De fato, a partir de então, quase todos os primogênitos varões daquela dinastia morreram antes de reinar. Um século após a maldição, Dom João VI e Dona Carlota Joaquina tentaram revertê-la, fazendo visitas anuais aos mosteiros franciscanos de Lisboa e Rio de Janeiro, sem resultados. Com raras exceções (apenas dois casos), os primogênitos do ramo real dos Bragança nunca assumiram o trono.
A “maldição” só acabou quando a família perdeu a soberania tanto em Portugal quanto no Brasil.
Em Portugal
- Dom Teodósio (1634–1653) – primogênito do próprio Dom João IV, morto aos dezenove anos de idade, deixou a sucessão da coroa a seu irmão Dom Afonso VI, quem, morrendo sem descendentes diretos, transmitiu a coroa a seu irmão Dom Pedro II de Portugal;
- Dom João (1688 - 1688) – primeiro príncipe deste nome, primogênito de Dom Pedro II de Portugal, faleceu com apenas um mês de vida. Abriu caminho ao trono para o segundo João, que reinou como Dom João V;
- Dom Pedro (1712–1714) – primeiro varão de Dom João V, viveu somente dois anos. Seu irmão Dom José I de Portugal assume o trono. Não tendo nenhum filho varão, quem o substitui é sua filha Maria Francisca como Maria I de Portugal;
- Dom José (1761–1788) – primogênito de Dona Maria I e do rei Dom Pedro III, morto aos 26 anos, dando lugar ao futuro rei Dom João VI;
- Dom Francisco António (1795–1801) – primogênito de Dom João VI, morreu aos seis anos de idade, abrindo caminho para o futuro Dom Pedro I do Brasil (Dom Pedro IV de Portugal);
- Dom Miguel (1820 - 1820) – primogênito de Dom Pedro I, morreu no mesmo ano em que nasceu. Abriu caminho para a ascensão de D. Maria II ao trono português e de Dom Pedro II ao trono brasileiro;
- Dom Pedro (1837 – 1861) – primogênito de D. Maria II, foi uma das exceções à maldição, reinou por apenas seis anos como D. Pedro V de Portugal. Morreu com apenas 24 anos, devido uma febre tifoide. Não tendo filhos, foi sucedido pelo irmão, Dom Luís I de Portugal.
- Dom Carlos I (1863 – 1908) - primogênito de Luís I, foi também outra exceção à maldição durante a monarquia em Portugal. Foi assassinado juntamente com seu filho primogênito Dom Luís Filipe, em um de fevereiro de 1908, aos 45 anos de idade. O crime precipitou a queda da monarquia portuguesa, em 5 de outubro de 1910.
No Brasil
A “praga” continuou a atuar até mesmo após a separação dos tronos do Brasil e de Portugal (1822):
- Dom Afonso Pedro (1845–1847) – primogênito de Dom Pedro II, morreu em 1845 com menos de dois anos de idade. No ano seguinte, o casal imperial receberia outro golpe com a morte de seu segundo filho, Pedro Afonso, com apenas alguns meses de vida. Acabou sendo herdeira do trono Dona Isabel. Muitos apontam a falta de um herdeiro masculino como uma das causas pela queda da monarquia no Brasil. A possibilidade da ascensão de um aristocrata estrangeiro, ainda que consorte da futura imperatriz, incitava os ânimos nacionalistas.
Curiosidades
- Graças à origem da maldição, todos os primogênitos que morreram ao longo do período da monarquia brasileira foram enterrados no Convento de Santo Antônio, de frades franciscanos, como se estivessem sendo dados como penhor de arrependimento pela agressão de seu antepassado.
- Os frutos de alguns relacionamentos extraconjugais de D. Pedro I acompanharam a coincidência. Foi o caso de seu primeiro filho com a marquesa de Santos, natimorto, e de Pedro, seu primogênito com Noémi Thierry, morto antes de completar um ano. Ainda, com a uruguaia María del Carmen García teve uma criança natimorta.
estranho atuou até aqui no Brasil.
ResponderExcluirObrigada pela visita. Volte sempre!!!
Excluirparece a praga do Egito
ResponderExcluirObrigada pela visita. Volte sempre!!!
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