terça-feira, 14 de agosto de 2012

Santa Rita é notícia - Neto do criador do dirigível Zeppelin vive em Santa Rita do Sapucaí, MG

Neto do criador do dirigível Zeppelin vive em Santa Rita do Sapucaí, MG



Uma descoberta que deu ao homem a oportunidade de conquistar o céu e que contribuiu com o desenvolvimento da aviação mundial: o Zeppelin, um dirigível inventado por um alemão que fez seu primeiro vôo no ano de 1900.
O que isso tem a ver com o Sul de Minas? A descoberta que o neto do inventor do Zeppelin vive em Santa Rita do Sapucaí (MG). Ferdinand Von Zeppelin Obermüller é holandês e tem muita história para contar sobre a invenção do avô, que também chegou a ser usada como máquina de guerra.
O alemão, de nome imponente, Ferdinand Adolf Heinrich August Graf Von Zeppelin foi o criador do dirigível que fez o primeiro vôo em 1900, no entanto, o que pouca gente sabe é que o inventor tem descendentes no Brasil. São dois netos, um que mora em Campinas (MG) e o que vive na região.
Aos 64 anos, o neto de Zeppelin conta que poucas pessoas o conhecem na cidade ou mesmo na região em que vive. “Eu fico feliz quando alguém me reconhece, mas isso é raro. Normalmente, quando pedem a identidade e vêem meu nome, aí perguntam se sou parente do criador do Zeppelin”, conta e orgulhoso, assente que é neto do inventor alemão.
Nascido na Holanda, Ferdinand veio para o Brasil com apenas quatro anos, pois o pai recebem uma proposta de emprego e desde 1972 vive em Santa Rita do Sapucaí, para onde se mudou em busca de concluir os estudos. Na cidade, ele casou-se e formou-se em engenharia eletro-eletrônica.
Depois de formado, ele viveu durante 20 anos em Ipatinga (MG) onde viu o nome de origem alemã ser ‘aportuguesado’.
“Muita gente me chamava de ‘Zé’ ou de ‘Pelin’, então achavam que meu nome era Zé Pelin”, diverte-se, com o trocadilho feito pelos mineiros.
Em 1997, Ferdinand voltou para Santa Rita, mas guarda as raízes européias com orgulho e exibe o brasão e o anel, símbolos do título de Conde, dado ao avô ainda na Alemanha em razão do invento. No entanto, o neto do grande criador conta que algumas decepções fizeram com que o criador do dirigível se refugiasse na Holanda.
“Quando ele viu que o dirigível estava sendo utilizado na guerra, ficou muito chateado e após uma grande tragédia com um dirigível, resolveu migrar para outro país, onde viveu até 1917, quando faleceu”, conta o neto, que recebeu o título de Conde, mas importa-se, de fato, com a herança que carrega no sangue.

Histórias próximas

Com uma memória de causar inveja, aos 80 anos, a professora aposentada Maria Luíza Cássia Matagrano, moradora de Santa Rita do Sapucaí lembra-se, com detalhes, de uma passagem no ano de 1936, quando foi ao Rio de Janeiro com os pais e se assustou com uma grande sombra no céu. Era um dirigível. “Eu fiquei com medo, porque foi muito impactante. É algo que lembro com detalhes, pois foi surpreendente. Era uma sombra enorme, entre os prédios, que eram baixos e o dirigível voava muito baixo, mas foi inesquecível”, conta.
O susto deu lugar à curiosidade e coube ao pai de Maria Luíza explicar a origem do objeto, até então estranho para uma garotinha de apenas quatro anos. “Meu pai gostava muito de história e quando vimos o dirigível, ele disse: ‘Só pode ser coisa de alemães’, e realmente era”, lembra.
E agora, sabendo que o neto do criador vive próximo a ela, Maria Luíza confessa que está surpresa. “Gostaria de tomar um cafezinho com ele”, almeja.

(Fonte: G1 Sul de Minas em 09/08/2012)

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