sábado, 10 de abril de 2010

Temperos e cheiros - Cravo-da-Índia


Cravo-da-índia

Histórico e curiosidades

Os cravos-da-índia que usamos na culinária são, na realidade, os botões florais (ainda não abertos) do craveiro.
É nativo das ilhas Molucas, na Indonésia. Atualmente é cultivado em outras regiões do mundo.
Na Idade Média, apreciadíssimo pelo Ocidente, o cravo navegou das Molucas a Java, de Java à Índia, e da Índia a Veneza. Acabou consagrado, pelos portugueses, como se fosse da Índia mesmo.
Na culinária da Idade Média, o cravo-da-índia era usado como aromatizante para conservas e como adorno para pratos selecionados. Na época do reinado de Ricardo II, era ingrediente do Hippocras, um vinho quente tomado costumeiramente pelos nobres.
No século 16, quando chegaram às Ilhas Molucas, os portugueses imediatamente dominaram as plantações, destruindo aquelas que não podiam vigiar de perto. Esse monopólio fez com que o preço do cravo-da-índia no mercado ficasse muito alto. Os holandeses que sucederam aos portugueses agiram da mesma forma e ganharam o monopólio ao destruir todos os craveiros-da-índia, exceto aqueles que cresciam em uma ilha de sua propriedade: Ambon. Finalmente, a França rompeu o monopólio e, no começo do século XIX, a planta já era cultivada em grandes plantações em muitas regiões tropicais. No Brasil, o cravo-da-índia é cultivado em regiões quentes.
Para ter uma pequena amostra do seu valor, o imperador Constantino presenteou o bispo de Roma, para resolver as desavenças de estado, com 150 libras de cravos colocados em vasos de prata e ouro. Posteriormente os holandeses assumiram o comercio do cravo e este se popularizou, tornando-se tão importante como o da pimenta-do-reino.
Uma das especiarias mais valorizadas. No mercado do início do século XVI, o quilo de cravo equivalia a sete gramas de ouro.
Da China é que veio a primeira indicação do uso do cravo-da-índia como condimento, remédio e elemento básico para elaboração de perfumes especiais e incensos aromáticos. Na China, era então conhecida por "ting hiang" e na dinastia Han (206 a.C. - 220 d.C.) seus frutos foram levados para a corte do imperador por enviados da Ilha de Java. Conta-se que os próprios javaneses mantinham um pequeno fruto na boca para melhorar o hálito, antes de ir falar pessoalmente com o imperador.

Uso doméstico

O cravo-da-índia é um condimento versátil que pode ser usado tanto em pratos doces como em pratos salgados. É normalmente empregado no preparo de caldos, ensopados, doces, pudins, bolos, tortas de maçã, pães, vinhos e ponches quentes e licores.
O eugenol, presente no óleo essencial, tem ação bactericida, o que o torna útil para preservar e prolongar a validade de compotas e conservas.
Em alguns países, costuma-se introduzi-lo juntamente com dentes de alho dentro de pernis e presuntos. Na Europa, é muito usado para condimentar carnes e salames. Já no Brasil, o cravo-da-índia é usado mesmo para pratos doces, hábito adquirido da nossa colonização portuguesa.
Usado também para aromatizar vinho quente e ponche, como era do costume da antiga nobreza que, também, selecionava os pratos que seriam aromatizados com a especiaria. No mercado, encontra-se inteiro ou em pó.

Uso medicinal

O eugenol, óleo essencial presente nesta especiaria apresenta efeitos antiinflamatório, cicatrizante, analgésico e é eficaz na eliminação de bactérias presentes na boca.
Por suas propriedades antissépticas e anestésicas, é usado como aromatizante bucal e remédio para dor de dente, já que ele causa uma certa dormência na boca.
Não se deve exagerar no consumo do cravo. Ele pode irritar a mucosa da boca. Além disso, quem tem o estômago mais sensível também deve usá-lo com moderação.
É também eficaz no combate à acne. O óleo pode ser usado para massagear músculos doloridos, para suavizar estrias e é eficaz no tratamento de unhas quebradiças, rachadas ou fracas e de calosidades. Usado na elaboração de pomadas para remoção de verrugas. Ainda na forma de pomadas e cremes, alivia a coceira e o inchaço das picadas de inseto.
É também utilizado em xampus e loções capilares que limpam e auxiliam o crescimento dos fios.
Digestivo, anti-diarréico, anti-emético (para vômitos e náuseas) e carminativo (flatulências excessivas). Ação anti-cárie, analgésico/anestésico e antisséptico odontológico.

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