Novo polo produtor de equipamentos médicos surge em Santa
Rita do Sapucaí
Investimentos antes eram concentrados na Grande BH
Novatta no ramo, Lifetec, de Andréia Santos, quer dobrar faturamento
O atendimento precário e confuso nos hospitais, clínicas especializadas e
laboratórios de exames médicos expõe o descompasso entre o gerenciamento do
sistema de saúde e o avanço da tecnologia desenvolvida no Brasil para a
realização de diagnósticos e aparelhamento da rede prestadora dos serviços. A
indústria de equipamentos investe em inovação no país e tem elevado o valor da
produção há cinco anos. Resultado dos bons indicadores da atividade, Minas
Gerais começa a ganhar um polo produtor formado por pequenas empresas que já se
dedicam a itens de alto conteúdo tecnológico em Santa Rita do Sapucaí, coração
do chamado Vale da Eletrônica mineiro.
A iniciativa desses fabricantes do Sul de Minas reforça a posição do estado
como fornecedor das chamadas ciências da vida, a partir da Região Metropolitana
de Belo Horizonte, beneficiada por aportes feitos desde 2008 por grandes
empresas, a exemplo da Philips e da GE Healthcare, e pelo novo projeto de
fabricação de insulina recombinante da mineira Biomm Tecbnology. A própria GE
anunciou este mês o aumento do portfólio de produtos fabricados em Contagem,
com a produção de dois equipamentos de ponta em ressonância magnética. As novas
linhas integram o investimento de US$ 50 milhões divulgado pela companhia
durante a inauguração da fábrica, em julho de 2010.
O valor da produção de empresas
nacionais – que fabricam de materiais de consumo a equipamentos, passando por
mobiliário específico para a área de saúde – aumentou de R$ 2,48 bilhões em
2007 para R$ 4,79 bilhões no ano passado, de acordo com a Associação Brasileira
da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e
de Laboratórios (Abimo). No Vale da Eletrônica, cerca de 20 empreendimentos –
contando com empresas de Itajubá e Varginha – se especializaram no ramo
eletromédico, empregando 200 pessoas direta e indiretamente. Para este ano,
elas estimam negócios avaliados em
R$ 10 milhões.
Uma das empresas de sucesso do polo, criada em 2008 e incubada no Inatel até o
ano passado, é a Lifetec do Brasil. Desenvolvedora e fabricante de equipamentos
como o negatoscópio em LED – visualizador de radiografias que dispensa o uso de
lâmpadas e, por isso, tem luminosidade mais uniforme e maior vida útil – a
empresa conta com distribuidores em todos os estados e pretende começar a
exportar para o Mercosul até o fim do ano. Com o início da comercialização de
um novo produto este mês – equipamento para transporte de vacinas com alarme e
temperatura digital –, a expectativa é dobrar o faturamento da Lifetec, segundo
a diretora administrativa Andréia Malaquias dos Santos. “Conseguimos pagar o
nosso investimento inicial e estamos começando a ter lucro”, afirma ela, sem
citar números.
Instituições como a Fundação São Francisco Xavier, administradora do Hospital
Márcio Cunha, em Ipatinga, no Vale do Aço mineiro, se aproveitam do
desenvolvimento de tecnologia destinada à rede hospitalar. Criada pela
siderúrgica Usiminas, a fundação concluiu no mês passado a primeira fase do
projeto de ampliação e modernização do hospital, com investimentos de R$ 28,5
milhões, incluindo novo pronto-socorro e Unidade de Terapia Intensiva. Os
planos previstos até 2015 ultrapassam R$ 50 milhões, somados os recursos
negociados com os governos estadual e federal, que permitirão a compra de mais
equipamentos e a ampliação dos atendimentos, informou o diretor da fundação,
Luis Márcio Araújo Ramos.
“Os investimentos têm grande importância para a região. O hospital é referência
para 35 municípios, com quase 800 mil habitantes, oferece todo tipo de atenção
e boa parte dos tratamentos complexos, como o oncológico e neurocirurgias”,
afirma. Terceiro hospital do estado em número de internações pelo SUS, o Márcio
Cunha foi, também, certificado com nível de excelência pela Organização
Nacional de Acreditação (ONA). A instituição incorporou, entre as inovações
destacadas pelo seu diretor, Mauro Oscar Soares de Souza Lima, um sistema de
rastreabilidade de medicamentos, que vai da identificação do produto, ao ser
recebido do fornecedor, à beira do leito. “A segurança assistencial é
determinante para nós, tanto do ponto de vista do paciente quanto de quem
trabalha no hospital”.
TUDO PELA VIDA
» Valor da produção em 2012
R$ 2,23 em equipamentos médicos
R$ 970 milhões em implantes
R$ 830 milhões em material de consumo
(Fonte: Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos,
Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios – Estado de Minas em 09/05/2013)
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