terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Gostei... - Mapa

"Roubei" do blog do Noblat.

Mapa

A vida parece acontecer em câmera lenta. Tão lenta que a gente não sente o tempo passar. É estrada sem sinalização que demarque as fronteiras, indique o destino ou preveja onde e quando vamos chegar. Na vida, a primavera e o verão da existência somente são notados quando já pertencem ao passado. O outono chega sem avisar. O Inverno vem sem ser convidado.
A vida resiste à matemática. O ser humano tenta medi-la, mas somente consegue calcular o tempo. Talvez por isso, escolhemos datas aleatórias para comemorar, lembrar, refletir. Para isso servem os aniversários, passagens de ano, feriados e datas comemorativas. É como se tentássemos criar um mapa imaginário que nos permita calcular nossa posição e velocidade.
É curioso que nosso mapa imaginário consiga determinar a velocidade com muita clareza, mas tenha dificuldade em saber a direção para a qual estamos indo.
O mapa da vida diz onde estivemos e com que rapidez se chegou ali, mas não vem com instruções sobre o futuro nem indica os próximos passos.
De fato, medir a velocidade da jornada é mais fácil do que discutir, conhecer e definir seu destino. Conhecer a velocidade requer cálculos baseados em dados já conhecidos: um ponto passado, uma distancia já percorrida e um ponto presente.
Talvez por comodidade, a gente sempre foque mais na velocidade da vida, mas raramente discute seu destino.
O ser humano mede periódica e meticulosamente a velocidade da jornada, mas raramente discute ou mesmo percebe onde ela nos leva. Conhecer e definir a direção para onde vamos requer esforço.
De fato, definir o destino na vida é coisa complicada. O mapa da vida não indica onde podemos ou devemos ir. Isto cabe a cada um de nós. É trabalho duro. Requer discutir valores, posições, objetivos, consequências e sacrifícios.
Não é uma função da matemática. É uma decisão e, como toda decisão, baseada em subjetividade.
Definir o destino é lidar com a incerteza e com os objetivos. Requer conhecer o que somos para definir o que queremos e, a partir dai, para onde vamos.
Curiosamente, é justamente o destino para o qual caminhamos que parece dar sentido à vida. É ele que parece ser o ponto de referencia. É a escolha do destino que determina a direção da jornada. Sem ele, a velocidade é apenas um dado sobre o passado. É inútil ir mais rápido na direção errada.
Escolher sabiamente o destino é fundamental. Afinal, a física nos ensina que a velocidade não mata. O que mata, é a parada súbita.

Elton Simoes mora no Canada há 2 anos. Formado em Direito (PUC); Administração de Empresas (FGV); MBA (INSEAD), com Mestrado em Resolução de Conflitos (University of Victoria).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Adorei receber sua visita!
Ler seu comentário, é ainda melhor!!!
Responderei sempre por aqui.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...