Paixões antigas e novas
Tenho como maior paixão minha grande família composta pelos familiares de sangue, agregados, grandes amigos e quem mais for chegando e se aconchegando com boas intenções. E também as paixões recolhidas, preferenciais em cada área.
Na religiosa, Nossa Senhora das Graças (não adianta meu pai dizer que nossa Senhora é sempre a mesma, ela é a minha preferida) a que onde quer que eu vá, a encontro. Parece sempre me querer dizer: Estou aqui, velando por você.
Na música, compositor Chico e intérprete Bethânia, que aparecem sempre no “Na vitrola aqui de casa”.
Na literatura, Guimarães Rosa e Clarice Lispector me tocam muito, embora tão diferentes no modo de escrever. Nem sei se diferentes, pois os dois penetram na alma das personagens assim como na minha.
Na poesia, os amores antigos – Drummond e Cecília – e os novos, descobertos para o Blog – Affonso Romano, Lya Luft, Mário Quintana e Mário Benedetti – cujos poemas me encantam cada dia mais.
Na pintura, minha grande paixão é Frida Kahlo e sua pintura apaixonada e apaixonante. Minha filha ri muito quando digo que se um dia eu tiver uma cachorra, ela irá se chamar Frida Kahlo.
Ontem, meu marido me chamou para ver um desfile de moda do estilista francês Jean Paul Gaultier em homenagem à Frida Kahlo. Lindo, muito colorido e alegre, como a pintura da artista. Então me lembrei que nunca tinha colocado um post com sua obra.
(Eu, em Buenos Aires, usando meu casaco docemente chamado de Frida Kahlo)
(Eu, no MALBA, em Buenos Aires, assustada diante de um quadro de Frida)
Frida Kalhlo
Frida Kahlo nasceu em 1913, mas a sua identificação com a revolução mexicana era tão grande, que dizia haver nascido em 1910. A revolução mexicana encontrou Frida com 3 anos, brincando na “Casa Azul” de Coyoacán, construída por seus pais. Filha de Wilhelm Kahlo, judeu húngaro e Matilde, mexicana, descendente de espanhóis e de índios. A mistura étnica lhe deu uma imagem única, mas a forte ligação com o México não deixou espaços para aculturações das metrópoles.
Frida Kahlo, aos 6 anos de idade teve poliomielite que a deixou permanentemente com uma seqüela em uma das pernas. Aos 20 anos sofreu grave acidente que provocaram lesões que causaram dores e problemas por toda a sua vida. Mas Frida, era muito bonita e delicada. Ostentava uma sensualidade selvagem, vinda de seu lado índio, que fazia questão de demonstrar com suas roupas e adereços típicos.
Em 1928, Frida, com 21 anos , entra para o comunismo e reencontra Diego Rivera, que então com 42 anos, é dirigente do partido. Casaram-se no ano seguinte.
A relação amorosa de Rivera e Frida foi muito confusa, os dois tiveram inúmeros casos, alguns tempestuosos, mas não conseguiam se afastar um do outro. Divorciaram-se em 1939, mas casaram-se novamente em 1940. Não foram personagens de uma história de amor romântica, onde a dedicação apenas de um para o outro é o principal ingrediente, mas tiveram uma rara interdependência positiva da relação entre homem e mulher, onde juntos cresciam e se tornavam muito maiores do que quando sós.
Frida Kahlo teve complicações circulatórias em sua perna e precisou ser amputada na altura do joelho, aos 46 anos. No ano seguinte tem os primeiros sinais problemas pulmonares. Contrariando os médicos, participa de uma manifestação contra a intervenção americana na Guatemala. Alguns dias depois, em 13 de Julho de 1954, morre por embolia de pulmão. Suas cinzas, conforme seu desejo estão na “Casa Azul”, hoje Museu Frida Kahlo.
Rivera morre 3 anos depois, em 24 de Novembro de 1957. É sepultado no “Pantéon dos Homens Ilustres”, contrariando seu desejo de repousar junto com Frida Kahlo.
Rivera pintou a história e sofrimento do seu povo. Frida pintou sua própria história e sua própria tristeza. Frida Kahlo e Diego Rivera haviam de ficar juntos para sempre
A Arte de Frida Kahlo
Frida começou a pintar quase por acaso, quando conheceu Rivera foi estimulada a continuar. Seus quadros têm o fantástico, que muitos procuram enquadrar como surrealista, o que é um erro. Enquanto os surrealistas pintavam o subconsciente, o escondido, o sonho, o irreal, Frida pinta as emoções que passou em sua vida. A doença sempre esteve presente em sua obra. Dores na coluna por causa do acidente, a poliomielite, abortos, o desejo da maternidade que nunca realizou, as freqüentes internações. O fantástico em Frida é o real, o consciente. A sua pintura é única, é quase uma biografia de paixão e dor. Frida impressiona! A sua frágil figura contrasta com a força de sua procura por liberdade. A sua fraqueza física não a impediu de lutar contra a doença dos povos, a opressão dos mais fracos. Kahlo é considerada hoje a mais importante artista latino-americana, seus quadros são vendidos por milhões de dólares.
(Fonte: http://www.naturale.med.br/artes/9_frida_kahlo_e_rivera.html)
Vejam os vídeos com algumas fotos e obras da artista:
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