“ O homem é capaz de doer, sim, mas não de doer investigando o fundo. O homem dói iletrado, o homem dói sem se misturar à dor. Uma mulher dói com coragem, questionando se vai doer ainda mais. Dói olhando a ferida, com a consciência da ferida.
O homem persegue uma paixão que o modifique, uma mulher persegue uma paixão que a reafirme, que a empurre para o longe, o longe de sua própria boca. O homem pretende se abandonar, a mulher quer se recuperar.
Ela pode estar parada, acomodada, estável, satisfeita, morta num relacionamento, mas o fundo estará se movendo por dentro, imperceptível, desenhando conspirações.
O fundo não é o limite. Uma mulher pergunta onde é o fundo para continuar indo, não para deixar de ir. Como uma menina que só caminha se descobrir antes quantas quadras faltam para chegar. Ela irá perguntar ao seu homem se realmente a ama, muitas mais vezes do que o necessário. Não é para irritar; é para encontrar um amor que nunca a faça se satisfazer com seu fundo.” (Fabríco Carpinejar em “Onde é o fundo?”)
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