Pequeno poema didático
O tempo é indivisível. Dize,
qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
contra o vento incerto e vário.
A vida é indivisível. Mesmo
a que se julga mais dispersa.
E pertence a um eterno diálogo
a mais inconseqüente conversa.
Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre…
Todas as horas são horas extremas!
(Mário Quintana)
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