“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)
Cruzília
Igreja Matriz de São Sebastião
Região: Sul
Padroeiro: São Sebastião
Festa do Padroeiro: 20 de Janeiro
Localização
História
Cruzília teve os nomes de Encruzilhada, Cruz da Estrada e Cruziléia (estes dois últimos de curta duração).
Quando se tratou da revisão dos municípios brasileiros, verificou-se que a Encruzilhada do Sul (RS) era mais antiga que a Encruzilhada mineira, que teve que perder o nome para Cruz da Estrada. Tal, no entanto, não é verdade, pois o topônimo Encruzilhada, na região de Baependi, data da segunda metade do século XVIII, sendo, por isso mesmo, anterior à Encruzilhada gaúcha. O topônimo lembra duas estradas que ali se cruzavam, uma que ia ter Aiuruoca e Alagoa, outra a Carrancas e interior da Capitania. O nome Encruzilhada aparece desde os remotos anos de 1718/20, quando Francisco Martins, Diogo Pires, Tomé de Souza e Silva, Pedro da Silva Góis e Diogo Moreira, todos eles moradores em Encruzilhada, procuraram pagar os impostos devidos à Coroa, no antigo Distrito de Baependi.
Em 1726, aos 20 de dezembro, D. Lourenço de Almeida, governador mineiro, concede uma sesmaria a Manoel de Sá “que há dois anos, sem contradição alguma, está cultivando umas terras que até esse tempo nunca tiveram dono nem cultura no sertão que vai da Encruzilhada para Jeruoca” (Revista do Arquivo Público Mineiro de 1899, pág. 180). Recebeu légua e meia de testada para a parte de Aiuruoca e duas léguas de sertão, obrigando-se a cultivá-las no prazo de dois anos. Esse Manoel de Sá foi o primeiro dono do sítio da Encruzilhada, em cujas terras foi fundado o lugar. Isso consta dos registros paroquiais de Baependi, na especificação “assistentes no sítio da Encruzilhada”, desde o ano de 1732. Outros registros, posteriores, são mais claros na designação do lugar, que então ia crescendo.
Em 1800 já aparece o nome “bairro da Encruzilhada”, nos registros de Baependi.
Os primeiros habitantes da região foram os faiscadores de ouro vindos provavelmente da província de São Paulo, e que exploraram o ouro de aluvião encontrado nas encostas de morros nas margens de córregos da zona. Ainda hoje, constituem testemunhas da presença daqueles desbravadores várias escavações existentes nas margens de córregos do território municipal. Só após a fase de mineração de ouro, chegaram os primeiros agricultores e senhores de escravos.
Segundo a tradição, em 1858 estabeleceu-se no sopé de uma colina denominada “serrinha” aquele que iniciou o povoado. Trata-se do Capitão Manoel Domingues Maciel.
Em 15 de agosto de 1862, foi consagrada a primeira capela a São Sebastião.
Datas Históricas
1873 – Criado o Distrito com a denominação de Encruzilhada, subordinado ao município de Baependi.
1920 - Figura no município de Baependi o distrito com a denominação de São Sebastião da Encruzilhada.
1938 – O distrito de São Sebastião da Encruzilhada voltou a denominar-se Encruzilhada.
1943- Alterado o nome para Cruzilha.
1948 - Elevado à categoria de município com a denominação de Cruzília e desmembrado de Baependi.
O município
Cruzília é um município do estado de Minas Gerais. De acordo com o censo de 2010, sua população era de 14.591 habitantes. Ocupa uma área de 522,41 Km².
Cruzília pertence ao Caminho Velho da Estrada Real e integra o chamado Circuito Turístico das Montanhas Mágicas da Mantiqueira. É conhecida por suas fazendas centenárias e por ser o berço dos cavalos da raça Mangalarga Marchador. Na Fazenda Campo Alegre, por volta de 1812, Gabriel Francisco Junqueira, o "Barão de Alfenas", ganhou de D. João VI um garanhão da raça Alter Real e iniciou sua criação de cavalos, cruzando este garanhão com as éguas comuns de sua fazenda. Surgia aí a raça de cavalos mais cultuada do Brasil, cuja associação de criadores é atualmente a maior da América Latina. Cruzília conta com um dos melhores plantéis de cavalos da raça no Brasil, muitos deles vencedores de vários prêmios nacionais. Dezenas de haras estão espalhados pelo município, alguns em fazendas centenárias, carregadas de histórias e cultura.
Além disso, a qualidade dos móveis e dos queijos finos produzidos tornou o município uma referência nacional.
A indústria moveleira de Cruzília é uma das maiores de Minas Gerais, sendo uma importante geradora de empregos no município. Destaca-se pela alta qualidade dos móveis produzidos sob medida para todo o Brasil, abastecendo principalmente Rio de Janeiro e São Paulo. Os artesãos produzem verdadeiras obras-primas, como é o caso da cadeira e altar, em madeira, usados por sua santidade o Papa Bento XVI em sua visita ao Brasil, em maio de 2007.
A fabricação de queijos finos de alta qualidade levou Cruzília à liderança do Ranking Nacional dos Melhores Queijos do Brasil em 2009 e novamente em 2010. A região de Cruzília é singular, pois é considerada como a que possui o melhor solo do Brasil para a produção de leite destinado a fabricação de queijos especiais. No município são produzidos diversos tipos de queijo, que se dividem em sete grupos: queijos de massa filada, queijos de massa cozida, queijos de massa semi-cozida, queijos de massa crua, queijos de mofo branco, queijos de mofo azul e queijos condimentados.
A pecuária está presente em Cruzília desde sua fundação, sendo a produção leiteira uma das práticas mais tradicionais no município. O comércio de insumos agrícolas também se destaca, bem como o cultivo de milho, feijão e batata, dentre outros.
Já a silvicultura é a atividade que mais se intensificou a partir da década de 2000, principalmente quanto ao plantio de eucalipto, fomentada por uma grande empresa de papel e celulose instalada na região.
Destaca-se também o beneficiamento de quartzito - "pedra São Thomé", como uma importante atividade no município.
(Fontes: IBGE, ALMG, http://www.cruzilia.com, http://paroquiadecruzilia.com.br/, http://www.cruzilia.mg.gov.br)
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