Lígia (1972)
Aqui em casa, essa música, tem uma história. Um antigo namorado meu, hoje meu marido, encomendou uma música em minha homenagem para o Tom e o Chico, meus compositores preferidos. Foram os dois para a casa do Tom.
_Chico, eu já tenho uma composição. Basta a gente dar uma arrumadinha.
Tom no piano, com seu charuto e Chico só no cigarrinho. Whisky vai, whisky vem e os dois lá, bebendo e compondo. Tom dedilhando a canção no piano e cantando. Chico só dando uns retoques. Fizeram a letra toda sem tocar em nenhum nome. Eles até confessam: “o seu nome não sei”. Lá pelas tantas, Tom se lembrou que era uma música sob encomenda e resolveram introduzir o nome onde cabia. No final das estrofes, é claro. Bastava apenas esticar um pouquinho a melodia. Aí se deu o grande impasse: naquela altura do campeonato, eles não lembravam do nome, com exatidão. O Chico dizia:
_ Nívia, Lídia. Nídia...
E o Tom colocou no final da primeira estrofe:
_Não, Lígia, Lígia.
Ele bateu o pé, que era Lígia e colocou também nas outras duas estrofes. Agora sem o “não”, já que ele tinha tanta certeza.
E assim ficou sendo.
É claro que meu namorado não pagou nem a música e nem as doses de whisky.
Na verdade, a história é essa:
Existem duas versões de letra para Lígia. As duas são de Tom Jobim, mas a segunda tem alguns toques de Chico Buarque. Chico não quis, entretanto, aparecer como co-autor. Durante o momento político da ditadura militar, a censura mantinha o compositor sob rédeas curtas. E Chico, para poder expressar-se com mais liberdade nas letras que fazia, decidiu assinar suas composições com pseudônimos, como por exemplo Julinho da Adelaide.
(Fonte: http://www2.uol.com.br/tomjobim)
2a. versão, com alguns toques de Chico Buarque
Eu nunca sonhei com você
Nunca fui ao cinema
Não gosto de samba
Não vou a Ipanema
Não gosto de chuva
Nem gosto de sol
E quando eu lhe telefonei
Desliguei, foi engano
O seu nome eu não sei
Esqueci no piano
As bobagens de amor
Que eu iria dizer
Não, Ligia, Ligia
Eu nunca quis tê-la ao meu lado
Num fim de semana
Um chope gelado
Em Copacabana
Andar pela praia até o Leblon
E quando eu me apaixonei
Não passou de ilusão
O seu nome rasguei
Fiz um samba-canção
Das mentiras de amor
Que aprendi com você
Ligia, Ligia
E quando você me envolver
Nos seus braços serenos
Eu vou me render
Mas seus olhos morenos
Me metem mais medo
Que um raio de sol
Ligia, Ligia
(Fonte: http://www2.uol.com.br/tomjobim)
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