quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aprendi a ler com Os Três Porquinhos, um livro que a gente recebia a conta-gotas, página por página, o que me dava uma raiva danada. Achava aquilo uma judiação com as crianças. Queria ler a história toda de uma só vez. Na verdade, eu já sabia ler quando entrei no Grupo Escolar “Sanico Telles”, meu bisavô. A escola era novinha em folha e eu ficava danada da vida quando minhas irmãs (que estudavam na Escola Normal Oficial Sinhá Moreira - quer nome mais pomposo?) a chamavam de grupinho de lata. Era 1964 e foram feitos muitos iguais a ele pelo país. Era de lata por fora e de Eucatex por dentro. Um verdadeiro forninho de assar criança, mas como eu tinha orgulho dele.
A meninada nem dava conta de que era um tempo sombrio. Para nós o que importava era a merenda doada pela Aliança para o Progresso. Dona Francisca (que saudade) conseguia transformar o fubá, o trigo e outros ingredientes em sopas de sabores inesquecíveis. Minha merenda (de menina, filha de pai funcionário público com sete filhos) acompanhava o cardápio dela. As segundas, quartas e sextas – pão com manteiga para acompanhar a caneca de leite fumegante. Terças e quintas – pão com goiabada ou doce de leite feito em casa que era comido como sobremesa depois do prato de sopa.
Mas tomei gosto mesmo pela leitura quando foi adotado o livro “As mais belas histórias” de Lúcia Casasanta. Viajei muito por aquelas páginas, convivi com príncipes e princesas e principalmente me diverti a valer com as histórias e poemas engraçados (Menino Luxento, João Felpudo, João Jiló, etc.). Quem não fica com saudades?

6 comentários:

  1. Querida Nídia, serei frequentadora assídua do seu blog.
    Estão lindas estas primeiras páginas!
    Aqui, descobrirei segredos...através das letras esmeradas da minha querida prima, afilhada e...grande amiga.
    Parabéns!

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  2. Ótima coleção! Ganhei quando pequenininha, e adorava o Epaminondas! Presente de quem será, né?!

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  3. Que achado vc. é! Que saudades desse livro. Vim atrás da Escola Nossa Senhora das Graças

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  4. Oi, Linda. quanta magia existia neste livro. Quantas descobertas fizemos. Vou te visitar e seguir.
    Volte sempre, será um prazer recebê-la por aqui,
    Abraços.

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  5. Eu também aprendi ler em 1963 na cartilha dos três porquinhos e viajei muito pelo mundo mágico das mais belas histórias de Lúcia Casasanta e durante as décadas de 80 e 90 continuava viajando, só que agora não ia mais sozinha, viajava acompanhada pelos meus filhos que amavam ouvir as mais belas histórias que a mãe deles guardara na memória.

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  6. Nao me contive de felicidade quando me deparei com a coleção de livros as mais belad historias, pois elas fizeram parte de minha infancia. Senti muita tristez quando me mudei de Minas Gerais para o Pará e perdi a minha coleção juntamente com amigos e parentes que deixei para tràs fiquei feliz ao saber que poderei adquiri-la novamente e viver uma nostalgia. Parabens a vcs que continuam preservando um pouco de nossa cultura

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