Presentes em toda a América Latina e com participação no mercado dos Estados Unidos, os produtos do Vale da Eletrônica, localizado em Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, preparam-se para desembarcar na cobiçada economia asiática. Até março, o chamado Vale do Silício brasileiro – uma referência ao polo tecnológico americano, na Califórnia – terá um escritório com sede em Taiwan e outras duas filiais na China para facilitar não apenas a exportação para os Tigres Asiáticos como também agilizar e dar mais segurança ao envio de matérias-primas para os produtores do Vale.
“Estamos concluindo um acordo de cooperação com Taiwan para participar, pela primeira vez, da Taitronics, maior feira de eletroeletrônicos do mundo. Vamos levar cerca de 800 a mil produtos para expor nos três estandes reservados para Santa Rita”, planeja Roberto de Souza Pinto, presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos e Similares do Vale da Eletrônica (Sindvel)...
Com a visibilidade conquistada durante a feira, que acontece todo mês de outubro e movimenta milhões de dólares em negócios, a expectativa é abrir espaço para a conquista de mercados em outros continentes. “Pode ser a nossa porta de entrada para a África e outros países asiáticos, como a Índia”, prevê Roberto.
Um dos principais cartões de visita para os mercados internacionais serão os produtos de radiodifusão, em especial a tecnologia de televisão digital, já vendida para vários parceiros comerciais na América do Sul. “Hoje, o Brasil tem um padrão próprio de TV digital. Qualquer país que compre um transmissor hoje de Santa Rita poderá configurar o software de acordo com o padrão que adota, seja ele japonês, europeu ou americano”, afirma Roberto.
Para Armando Lemes, diretor comercial da STB (sigla em inglês para Superior Tecnologia em Radiodifusão), empresa que investiu mais de R$ 5 milhões no projeto de TV digital, este será o grande ano para o mercado, que deve deslanchar. “Esperamos um crescimento de 40% este ano, o suficiente para recuperar as perdas que tivemos no ano passado e ainda garantir crescimento”, avalia. O principal destino dos transmissores continua sendo a América do Sul, mas novos mercados, como o africano, já começam a despontar. “Temos projeto para exportação para o Chile, que receberá o primeiro transmissor digital, e Peru. Mas temos grandes perspectivas para a África, em especial Angola e Congo, que já demonstraram interesse”, acrescenta Armando.
A presença de Santa Rita na China será fundamental para aumentar a competitividade das 79 fábricas da região que farão parte, até 2011, no Projeto Setorial Integrado (PSI), realizado em parceria com a Associação Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). As principais frentes de exportação da região hoje são, além dos equipamentos de radiodifusão e automação industrial, o setor de aparelhos de segurança, tecnologia da informação e telecomunicações. A expectativa é de que os R$ 18 milhões em exportações alcançado em 2008 e 2009 aumente de 35% a 40% até 2011.
Além do previsto
Mesmo com o pessimismo das empresas no início do ano passado, os resultados alcançados pelo Vale da Eletrônica no período foram surpreendentes. “Esperávamos crescer em torno de 1% a 2% em 2009, em decorrência da situação da economia. Mas fechamos o ano com ampliação de 14%”, comemora Roberto. Com o reforço das diversas parcerias, Santa Rita deve crescer cerca de 30% este ano. Se o volume de negócios previsto for alcançado, cerca de 1,3 mil novos postos de trabalho devem ser gerados somente na região.
(Paula Takahashi - Estado de Minas / UAI em 16/02/2010)
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