Em A Paixão Segundo G.H., Clarice Lispector mostra porque é considerada a maior expressão do intimismo literário brasileiro. Um livro que não tem começo nem fim, ele simplesmente continua. Filosofias e questionamentos existenciais preenchem por completo as mais de duzentas páginas, tornando, assim, a leitura extremamente intensa e perturbadora. Impossível ler até a última linha sem nos perguntarmos para o que servimos afinal? Até que ponto a nossa vida atingiu o estado de mediocridade?
G.H., narradora-personagem, conduz a narrativa de seu cotidiano até o momento de sua quebra. Um dia como outro normal, acorda, toma café, fuma seu cigarro. Até que decide algo diferente: arrumar o quarto da empregada que havia demitido há pouco tempo. Lá chegando, espanta-se. Encontra um ambiente diferente do que imaginava; estava arrumado, limpo, conservado. Isso a perturba de tal forma que se inicia um processo de “análise” de sua existência, uma busca por sentido. Todo momento de achar é um perder-se a si próprio.
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