Foi nessa casa, na rua da Esperança número 61, que passei minha infância. Não tinha essa garagem – e nem precisava, já que quase ninguém tinha carro naquela época – e nem essa janela metálica. A janela era de madeira com veneziana na parte de baixo e uma pequena parte fechada em cima, onde havia 5 furinhos formando uma cruz. Era por eles que, pela manhã, entravam os raios de sol que vinham formar desenhos na minha cama.
Essa casa fica no bairro Vista Alegre, lugar que tem os nomes de ruas mais bonitos que já vi : Esperança, Inspiração,Alvorada, Felicidade, Crepúsculo. Quer coisa mais linda?
O cemitério da cidade está localizado no cruzamento das ruas Crepúsculo e Felicidade. O fim e o começo.
O cemitério da cidade está localizado no cruzamento das ruas Crepúsculo e Felicidade. O fim e o começo.
As casas do bairro Vista Alegre eram praticamente todas iguais. Foram construídas por Dona Sinhá, que as vendeu, em parcelas, para pessoas jovens que estavam começando a vida, como meu pai, meu tio Antônio e tantos outros. Provavelmente, foi essa atitude dela que mais tarde deu origem ao BNH. O que as diferenciava era o formato do alpendre, uns desenhos na parede frontal e a cor. Isso as individualizava (que engraçado, consigo lembrar de todo o interior da minha casa, mas não me lembro com exatidão da sua cor externa – acho que era verde clarinho ou rosa) e as personalizava.
(Nessa casa da foto acima, morava minha prima Délzia, grande companheira de brincadeiras. Note a janela, a da minha casa também era assim.)
Como o bairro fica em um morro, das janelas do fundo eu conseguia ver quase toda a cidade, ouvir o badalar do relógio da matriz dizendo as horas e ouvir a música fúnebre do alto-falante da igreja anunciando mais um falecimento. Antigamente, depois de tocar a música específica para falecimento, ouvia-se: Faleceu hoje, às tantas horas, fulano de tal. O sepultamento será ....... às tantas horas. O féretro (achava linda essa palavra) sairá de sua residência na rua tal, número tal e bairro tal. Da minha casa se ouvia tudo muito bem e minha mãe já ia combinar com as vizinhas a hora de ir para o velório.
Como o bairro fica em um morro, das janelas do fundo eu conseguia ver quase toda a cidade, ouvir o badalar do relógio da matriz dizendo as horas e ouvir a música fúnebre do alto-falante da igreja anunciando mais um falecimento. Antigamente, depois de tocar a música específica para falecimento, ouvia-se: Faleceu hoje, às tantas horas, fulano de tal. O sepultamento será ....... às tantas horas. O féretro (achava linda essa palavra) sairá de sua residência na rua tal, número tal e bairro tal. Da minha casa se ouvia tudo muito bem e minha mãe já ia combinar com as vizinhas a hora de ir para o velório.
Nidia...
ResponderExcluirmenina viajei nessa sua historia...
tudo que voce descreve ,foi muito caracteristico da nossa infancia.muito lindo voce conta coisas que se passou comigo tambem. Parabens pelo blog , estou adorando e creia devoro tudo que voce coloca,principalmente aqueles que voce descreve bem como foi que aconteceu...
um grande abraco da amiga e conterranea.
Cristina Carvalho
Obrigada Cristina por seguir meu blog e fazer comentários tão lisongeiros. Abraços.
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