O toque dos sinos de nove cidades históricas de Minas Gerais foi tombado como Patrimônio Imaterial do Brasil. A decisão foi tomada pelo tomada pelo Conselho Consultivo do Iphan nesta quinta-feira. No instante em que a aprovação foi dada, igrejas da cidade começaram a badalar seus sinos para comemorar.
As badaladas influenciam a vida dos moradores há centenas de anos. O som tombado ecoam nas cidades de São João Del Rei, Congonhas, Ouro Preto, Mariana, Diamantina, Serro, Sabará, Tiradentes e Catas Altas.
As baladadas anunciam missas, enterros e notas de falecimento. Para o aprendiz Jeferson, que há dois anos ajuda a comandar sinos, é quase uma conversa. Apenas no centro histórico da cidade de São João Del Rei são 31 sinos em ação.
- Um pergunta, outro responde - diz ele, ao comentar a proximidade com que os sinos tocam.
Nilson José dos Santos, sineiro experiente, diz que as badaladas que mais gosta são aos do Dia de Nossa Senhora da Boa Morte, 14 de agosto. Tocar o sino no dia ou na hora errada é sinal de desrespeito, alerta.
- Quando preservamos a linguagem dos sinos, tenho certeza, estamos preservando parte da nossa memória, da nossa história - diz Jairo machado, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
O tombamento foi um pedido de moradores da cidade de São João del-Rei, feito em 2001. No ano seguinte, o Iphan iniciou uma pesquisa sobre o tema. Em Catas Altas, o toque dos sinos é único patrimônio tombado, já que o município não tem imóveis na lista.
De acordo com a pesquisa do Iphan, os sinos vêm sendo substituídos por instrumentos eletrônicos, com aval da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, por causa das dificuldades para a manutenção da estrutura que viabilize o toque dos sinos em diferentes momentos. A CNBB argumenta que o custo de manutenção é elevado e exige uma ou mais pessoas para tocar os sinos.
Há ainda um problema de conservação. É grande o número de sinos rachados, sem badalo ou, simplesmente, sem torre apropriada para instalação. Os modernos equipamentos eletrônicos são previamente programados para tocar e podem gravar até 300 sequências de sons diferentes.
Em Minas Gerais, no entanto, o sino é ainda uma marca das comunidades nas cidades históricas de Minas, onde os moradores "se reconhecem e se distinguem dos de outras cidades a partir do repertório desses toques e do som diferenciado de cada um daqueles bronzes", diz o Iphan.
Os toques têm, além da finalidade religiosa, objetivo de anunciar alertas da defesa civil.
Segundo o Iphan, os nomes dos toques dos sinos foram criados pelos sineiros ainda no tempo colonial e preservados na tradição oral. "Muitos deles são onomatopéicos, exprimindo o som ou ritmo que produzem. Os toques mais conhecidos são Ângelus, A Senhora é Morta, Toque de Exéquias, Toque de Cinzas, Toque de Finados, Toque de Passos, Toque de Treva, Glória de Quinta-feira Santa, Toque da Ressurreição, Toques de Te Deuns, Toque das Rasouras e Procissões, Toques de Incêndio, Toques de Agonia, Toques Fúnebres, Toques Festivos, Toque de Parto, Toque chamada de sineiros, Toque chamada de sacristão, Toque de Posse de irmandade, Toque de Almas, Toque de Missas, Toque de Natal, Toque de Ano Novo, Toque das Chagas ou Morte do Senhor", diz o Iphan.
As badaladas influenciam a vida dos moradores há centenas de anos. O som tombado ecoam nas cidades de São João Del Rei, Congonhas, Ouro Preto, Mariana, Diamantina, Serro, Sabará, Tiradentes e Catas Altas.
As baladadas anunciam missas, enterros e notas de falecimento. Para o aprendiz Jeferson, que há dois anos ajuda a comandar sinos, é quase uma conversa. Apenas no centro histórico da cidade de São João Del Rei são 31 sinos em ação.
- Um pergunta, outro responde - diz ele, ao comentar a proximidade com que os sinos tocam.
Nilson José dos Santos, sineiro experiente, diz que as badaladas que mais gosta são aos do Dia de Nossa Senhora da Boa Morte, 14 de agosto. Tocar o sino no dia ou na hora errada é sinal de desrespeito, alerta.
- Quando preservamos a linguagem dos sinos, tenho certeza, estamos preservando parte da nossa memória, da nossa história - diz Jairo machado, do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
O tombamento foi um pedido de moradores da cidade de São João del-Rei, feito em 2001. No ano seguinte, o Iphan iniciou uma pesquisa sobre o tema. Em Catas Altas, o toque dos sinos é único patrimônio tombado, já que o município não tem imóveis na lista.
De acordo com a pesquisa do Iphan, os sinos vêm sendo substituídos por instrumentos eletrônicos, com aval da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB, por causa das dificuldades para a manutenção da estrutura que viabilize o toque dos sinos em diferentes momentos. A CNBB argumenta que o custo de manutenção é elevado e exige uma ou mais pessoas para tocar os sinos.
Há ainda um problema de conservação. É grande o número de sinos rachados, sem badalo ou, simplesmente, sem torre apropriada para instalação. Os modernos equipamentos eletrônicos são previamente programados para tocar e podem gravar até 300 sequências de sons diferentes.
Em Minas Gerais, no entanto, o sino é ainda uma marca das comunidades nas cidades históricas de Minas, onde os moradores "se reconhecem e se distinguem dos de outras cidades a partir do repertório desses toques e do som diferenciado de cada um daqueles bronzes", diz o Iphan.
Os toques têm, além da finalidade religiosa, objetivo de anunciar alertas da defesa civil.
Segundo o Iphan, os nomes dos toques dos sinos foram criados pelos sineiros ainda no tempo colonial e preservados na tradição oral. "Muitos deles são onomatopéicos, exprimindo o som ou ritmo que produzem. Os toques mais conhecidos são Ângelus, A Senhora é Morta, Toque de Exéquias, Toque de Cinzas, Toque de Finados, Toque de Passos, Toque de Treva, Glória de Quinta-feira Santa, Toque da Ressurreição, Toques de Te Deuns, Toque das Rasouras e Procissões, Toques de Incêndio, Toques de Agonia, Toques Fúnebres, Toques Festivos, Toque de Parto, Toque chamada de sineiros, Toque chamada de sacristão, Toque de Posse de irmandade, Toque de Almas, Toque de Missas, Toque de Natal, Toque de Ano Novo, Toque das Chagas ou Morte do Senhor", diz o Iphan.
(O Globo em 04/12/2009)
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