Bebês de mães que foram vacinadas durante a gestação contra o vírus influenza -causador da gripe- foram menos hospitalizados do que os demais ao longo do primeiro ano de vida, apontam resultados preliminares de um estudo ainda em andamento na Yale School of Medicine (EUA).
Participaram da pesquisa crianças de zero a 12 meses que foram internadas em um hospital durante as temporadas de gripe de 2000 a 2009. Parte delas, ou 157 bebês, foi hospitalizada em consequência da gripe. Outros 230 não receberam esse diagnóstico e formaram o grupo controle. Os resultados revelaram que vacinar as mães durante a gestação preveniu 80% das hospitalizações por influenza de seus bebês ao longo do primeiro ano de vida e diminuiu em 89% as dos filhos com menos de seis meses -para os quais não há vacina aprovada nos Estados Unidos nem no Brasil. A gripe é uma das principais causas de doenças respiratórias graves em gestantes e de hospitalização em crianças.
Participaram da pesquisa crianças de zero a 12 meses que foram internadas em um hospital durante as temporadas de gripe de 2000 a 2009. Parte delas, ou 157 bebês, foi hospitalizada em consequência da gripe. Outros 230 não receberam esse diagnóstico e formaram o grupo controle. Os resultados revelaram que vacinar as mães durante a gestação preveniu 80% das hospitalizações por influenza de seus bebês ao longo do primeiro ano de vida e diminuiu em 89% as dos filhos com menos de seis meses -para os quais não há vacina aprovada nos Estados Unidos nem no Brasil. A gripe é uma das principais causas de doenças respiratórias graves em gestantes e de hospitalização em crianças.
Recomendação
De acordo com Jucille Meneses, médica do Departamento de Neonatologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, a OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda que gestantes sejam vacinadas contra a gripe no segundo ou no terceiro trimestre de gravidez há cinco anos, mas muitos obstetras não informam suas pacientes sobre a importância da imunização durante o pré-natal.
Nilson Roberto de Melo, presidente da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia), confirma. Na opinião dele, os médicos não indicam a vacina por questões culturais e porque a gripe não costuma colocar a vida da gestante em risco. "Em geral, é uma doença que não causa tanto problema para a mãe", afirma.
Melo considera, entretanto, os resultados do estudo "contundentes" o suficiente para que possam ajudar a alterar essa prática. "Ao mostrar que evita internação do recém-nascido, a coisa começa a mudar. Talvez precise ainda replicar [o estudo] numa casuística maior", pondera.
Benefícios
Meneses, da Sociedade Brasileira de Pediatria, diz que estudos anteriores já haviam demonstrado os benefícios que a imunização da mãe traz para o bebê. "O problema é que ainda falta o obstetra conversar com a gestante e fazer disso uma rotina. Por falta de informação e de conhecimento, eles não prescrevem, mas a vacina é amplamente recomendada, segura, eficaz e traz todos esses benefícios", afirma.
Segundo a pediatra, o maior ganho de vacinar as mães é proteger o bebê dos zero aos seis meses, porque a mulher passa os anticorpos para o feto, em uma fase em que a vacina não pode ser aplicada diretamente na criança.
Ela acredita que esse estudo é relevante porque ajuda a divulgar a importância da imunização para os obstetras e para as próprias gestantes, que podem, assim, pedir uma solicitação de vacina ao médico durante o pré-natal. De acordo com Márcia Moreira, consultora em epidemiologia da Opas (Organização Panamericana da Saúde), "poucas grávidas se vacinam porque não sabem que não existe risco para o bebê".
Tendo em vista a próxima onda de gripe suína, esperada para 2010, a Opas planeja orientar os obstetras a indicar a imunização para gestantes também contra o vírus A (H1N1). "Há uma resistência dos próprios ginecologistas em indicar a vacina, por isso a Opas criará uma forma de orientá-los", afirma.
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