“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)
Prados
Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Foto do Miguel)
Região: Campo das Vertentes
Padroeira: Nossa Senhora da Conceição
Festa da Padroeira: 8 de Dezembro
Localização
História
O descobrimento do ouro e o estabelecimento da Casa de Fundição, em Taubaté, foram os maiores estímulos para que paulistas se infiltrassem pelos sertões a procura do tão precioso metal.
Uma parte dos paulistas bandeirantes conseguiu alcançar a bacia central do planalto mineiro, parando em plena zona aurífera. Porém alguns partiram em outras direções.
Seguindo para oeste, um dos bandeirantes funda um povoado que viria a ser mais tarde o núcleo do Arraial Novo de Nossa Senhora do Pilar (atual São João Del Rei), outros, vão construir a história de Minas em Ribeirão do Carmo (Mariana), Vila Rica (Ouro Preto), Rio das Velhas (Sabará) e o Rio das Mortes (São José), hoje cidade de Tiradentes.
O povoado que deu origem a Prados, surgiu nos primórdios do século XVIII, por volta de 1704, quando dois irmãos bandeirantes, Manoel e Félix Mendes do Prado, chegaram aqui com uma comitiva de Taubaté.
Além de núcleo minerador, a localidade servia como ponto de parada de tropeiros e bandeirantes, que do centro das minas dirigiam-se para a Zona da Mata e ali permaneciam alguns dias para descansar e comprar gêneros alimentícios, favorecendo o rápido crescimento da população local. O povoado que logo surgiu teve como primeiro templo uma humilde capela coberta de sapé, consagrada a Nossa Senhora da Conceição. Pouco depois, um dos fundadores, já então senhor de considerável fortuna, juntamente com outros habitantes ricos, contrataram artistas de comprovada competência e entregaram-lhes a incumbência de construir um templo mais ostensivo. Suas obras, desde logo iniciadas, só puderam ser terminadas 50 anos depois, sem que houvesse interrupções nos trabalhos.
A localidade de Prados pertenceu a São José del Rei, atual Tiradentes, desde que foi criada a vila até o ano de 1890, quando o próprio arraial foi elevado a categoria de vila, com a criação do município autônomo, recebendo o título de cidade em 1892.
Prados nasceu quase na mesma época em que Tiradentes e São João del-Rei. Essas vilas cresciam, a população multiplicava-se e os detentores de sesmarias exploravam suas lavouras de subsistência sempre sob o brilho do ouro, que era o fator que despertava a cobiça de todos, fazendo que tudo girasse nessa função. Quando as minas começaram a decair, começou a cair também o sentimento de fidelidade ao Reino. Com a cobrança do “quinto”, os mineradores começaram a ficar inconformados com o insaciável apetite do fisco da Real Coroa. Era o nascimento da Inconfidência Mineira.
A região passa a ser o centro da vida política do Brasil, e Prados participou ativamente desse movimento. Importantes personagens da Inconfidência ali nasceram e residiram como o Cel. Francisco Antônio de Oliveira Lopes; sua esposa, D. Hipólita Jacinta Teixeira de Melo; Padre José Lopes de Oliveira, cunhado de D. Hipólita; o alfaiate Vitoriano Gonçalves Veloso, o único negro do movimento; Francisco José de Melo e José de Resende Costa, pai, o mais velho dos conjurados.
Com o esgotamento das jazidas de ouro na região, o arraial de Prados partiu para uma nova alternativa econômica, com a instalação de pequenas indústrias de artefatos de couro, cujo desenvolvimento transformou a localidade num importante centro mineiro de exploração industrial e artesanal do couro.
Datas Históricas
1704 – Surge o povoado de Nossa Senhora da Conceição de Prados.
1752 – Criação do distrito com a denominação de Prados.
1890 - Elevado á categoria de vila.
1891 – O município recebe a denominação de Prados e é desmembrado de Tiradentes.
O município
Prados é um município do estado de Minas Gerais. Sua população estimada em 2010 era de 8.391 habitantes e possui uma área de 263,75 km².
O município de Prados sempre integrou a rota dos turistas que transitam pelo Circuito
Trilha dos Inconfidentes. O centro histórico dessa cidade setecentista mantém igrejas e casarões bem conservados. Ali viveu a mulher considerada como a mais atuante no movimento da Inconfidência Mineira - a rica pradense Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, mulher do inconfidente Francisco Antônio de Oliveira Lopes. O casarão que lhe serviu de residência após o degredo do marido é hoje um atelier de artesanato que fica em frente à Igreja Matriz.
Hoje, além de sua memória histórica, Prados conserva também sua tradição musical que
tem origem nas cerimônias religiosas dos séculos XVIII e XIX. No mês de julho, é realizado ali
um festival de música erudita que faz parte do calendário dos eventos mais importantes do Estado.
O destaque é para a Lira Ceciliana, fundada em 1858, um verdadeiro orgulho para os pradenses que, constantemente, recebem estudantes de música de todo o Brasil.
Outro forte atrativo é o artesanato de primeiríssima qualidade que a cidade produz a preços convidativos. Ao longo da avenida que dá acesso ao centro histórico, é possível observar muitos dos coloridos e criativos atelieres que produzem bonitas peças feitas em madeira e cerâmica. O couro também se transforma em artigos para montaria, botas, sandálias, cintos e bolsas.
O Distrito Vitoriano Veloso - mais conhecido como Bichinho - é um lugar muito especial.
Móveis, telas, bordados, fuxicos, crochês, tapetes, esculturas e adornos em geral estão por toda parte. O histórico vilarejo fica a apenas 8 km de Tiradentes, com acesso por uma estrada de terra que proporciona um visual encantador dos contornos da Serra de São José. Essa mesma estrada de terra liga Prados a Tiradentes, passando por Bichinho.
O Passeio à Serra é realizado na primeira quinzena do mês de Julho. Na sexta-feira anterior há diversas programações realizadas pela prefeitura, gerando muito movimento nas ruas. Após as festas, às seis horas da manhã do sábado, todos saem em direção à Serra de São José, se divertindo, mesmo com o intenso frio. A volta ocorre às quinze horas do Sábado, geralmente com uma programação musical na Praça Dr. Viviano Caldas. O passeio é uma tradição de 142 anos. A idéia original nasceu de um casal de noivos, que resolveram realizar a recepção do casamento ao ar livre, no alto da Serra. Há quem conte que um grupo de pradenses, boêmios, por volta de 1868, resolveram fazer um piquenique no alto da Serra, e que a cada ano atraiu mais e mais pessoas surgindo assim a tradição do “Passeio à Serra”. Na década de 20, a Banda da Lira Ceciliana também subia a Serra e no topo, todos faziam piqueniques e depois dançavam as músicas tocadas pela Banda.
Prados sempre manteve relevante destaque na área cultural, sobretudo no campo da música. Em 1858 já havia sido fundada a corporação Banda-Lira Ceciliana que até hoje mantém orquestra sacra, banda de música e coral em plena atividade. A corporação, composta por orquestra, banda, coral e escola de música, realiza anualmente o Festival de Música de Prados, em parceria com a Universidade de São Paulo - USP, numa demonstração viva da importância que a comunidade dá à suas raízes históricas.
A história dos festivais de música de Prados está relacionada com o interesse pelos acervos de manuscritos musicais existentes nas antigas corporações mineiras.
O Festival de Música de Prados é realizado na segunda quinzena do mês de julho, através das parcerias entre a Prefeitura e a Fapesp, e demais patrocinadores. O Festival reúne músicos de São Paulo e Prados, enriquecendo o inverno cultural da cidade.
O primeiro encontro entre os fundadores do evento se deu quando o maestro da Osesp- USP Olivier Toni, viajando por Minas Gerais com um grupo de estudantes de música da universidade de São Paulo e guiados pelo mesmo interesse, deparou-se, em Prados, com o maestro Adhemar Campos Filho. Desde então, os festivais vêm sempre reservando, nos programas de suas apresentações, um espaço destinado a fazer reviver sonoramente o repertório mineiro, guardado nos arquivos musicais durante os últimos três séculos.
Além da música, o município se notabiliza pela manutenção de suas festas mais tradicionais, de seu rico artesanato, e, sobretudo pelo valioso acervo artístico-histórico, representado por monumentos religiosos urbanos e rurais ricos em elementos arquitetônicos e ornamentais de feição barroco-rococó, assim como pelo remanescente casario ainda em linhas construtivas dos séculos XVIII e XIX.
Prados evoca não só beleza, mas tradição e poesia, guardadas em suas tortuosas e estreitas ruas.
(Fontes: http://www.pradosmg.com.br, IBGE, ALMG)
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