A expressão “Quinto dos infernos” é normalmente usada quando alguém quer mandar uma pessoa para longe ou se referir a um lugar remoto, que fica muito longe, lá “nos cafundós do Judas” ou lá “onde Judas perdeu as botas”.
Há várias explicações para essa expressão tão usada por todos nós.
Uma delas está relacionada ao imposto cobrado pela Coroa Portuguesa sobre todo o ouro fundido no Brasil. Esse tributo correspondia a 20% da produção e era chamado de "O Quinto" já que correspondia a quinta parte do produto. Para evitar a sonegação, a Coroa Portuguesa decidiu, em 1750, retirar o quinto diretamente nas Casas de Fundição. Todo o ouro era fundido, transformado em barras, nesse local, e o imposto devido previamente retirado. O Quinto era tão odiado pelas pessoas que foi apelidado de "o quinto dos infernos". Dizia-se: "Essa parte vai para o quinto dos infernos", já que, naquela época, tudo que era ruim era “dos infernos” ou “dos diabos”.
A Coroa Portuguesa quis, em determinado momento, cobrar os "quintos atrasados" de uma única vez, no episódio conhecido como "Derrama".
Isso revoltou a população, gerando o incidente chamado de "Inconfidência Mineira", que teve seu ponto culminante na prisão e julgamento do líder Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Em Portugal, a referência era o navio que levava para Lisboa o produto dessa arrecadação, a nau dos quintos. O povo da metrópole, que achava que o Brasil ficava no fim do mundo, dizia: Lá vem a nau dos “quintos do inferno".
Na volta, a embarcação trazia os degredados da Europa para o Brasil. Por isso, mandar alguém para os “quintos” na época significava mandar essa pessoa (muitas vezes banida) para um lugar tão longínquo e desconhecido que era o Brasil. A expressão o “quintos do inferno”, começou a ser usada em Portugal para se referir ao Brasil.
E agora fica a dúvida: Por que, no Brasil, o quinto foi para o singular e o inferno para o plural?
Hoje, o Brasil possui a maior carga tributária entre os países emergentes. Os brasileiros ainda precisam trabalhar quatro meses para manter os gastos dos governos federal, estaduais e municipais. Os impostos, contribuições e taxas, cobrados no país, passaram a tomar quase 40% da renda nacional, ou seja, pagamos “Dois quintos dos infernos” aos governantes.
Outra corrente volta-se para Quintos, uma das freguesias de Beja, em Portugal. Como estava situada, na Idade Média, no limite do território português, a localidade era alvo constante das investidas dos chefes árabes que dominavam grande parte da Península Ibérica, o que tornava infernal a vida nessas paragens. Daí teria vindo o hábito de arrenegar os desafetos e inimigos, mandando-os para os “Quintos dos infernos“.
Há ainda outra explicação para esse lugar para onde as pessoas nos mandam ir. A Divina Comédia escrita por Dante Alighieri descreve o Inferno. Nela são descritos o paraíso, o purgatório e os nove círculos que formam o Inferno.
No quinto círculo existe um lago, onde estão amontoados os acusados de ira. Eles estão juntos com seus semelhantes que se batem e se torturam. No fundo deste lago estão os rancorosos que nunca demonstraram sua ira, eles não podem subir à superfície e ficam na lama do fundo do rio.
Andando mais um pouco, chegamos ao oitavo círculo que é formado por dez fossos. No quinto fosso, os corruptos estão submergidos em um caldo fervente, os que tentam ficar com a cabeça fora do caldo são atingidos por setas lançadas por demônios. Em vida os corruptos tiraram proveito da confiança que a sociedade depositava neles. No Inferno estão submersos em caldos, escondidos, porque suas negociações eram feitas às escondidas.
Qual destes dois seria o famoso “Quinto dos Infernos”? Quem deveríamos mandar para lá?
(Adaptado de textos da Internet)
Gostei da postagem!!!
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