Eminência parda
A expressão “Eminência parda” serve hoje para designar qualquer pessoa que se mantém nos bastidores da vida pública mas exerce secretamente o poder. É o que realmente manda, mas não aparece. É aquele que, oculta e secretamente, influencia quem detém poderes de mando, sem se dar a conhecer, o que manobra atrás da cortina.
Atuando nos bastidores, exerce secretamente o poder. Permanece na sombra, sem aparecer em demasia, mas através de maquinações e conchavos consegue força suficiente para influenciar de forma direta as decisões dos que estão legitimados no poder.
“Eminência parda” é, na verdade, o “líder do líder”.
Imagine o poder de alguém que tem a capacidade de influenciar um líder! Pois, a “eminência parda” tem esse poder.
O líder tem a notoriedade, sendo conhecido de todos - mas a “eminência parda” não. É por isso que ela é “parda”, porque não aparece, não é conhecida por ninguém, apenas pelo líder; pois sua principal estratégia é o sigilo.
A história de humanidade está repleta de grandes feitos e realizações, as quais são sempre atribuídas aos líderes que desfrutam do mérito e da glória de eternizarem seus nomes. Todavia, a verdade desconhecida é que, em muitos casos, se o grande protagonista foi um líder, o grande mentor foi uma “eminência parda”.
Vem da França a explicação para a expressão “Eminência parda”. Conta-se que durante o reinado de Luis XIII (1610-1643), o Cardeal Richelieu fazia e desfazia em Paris. Vestido com o tradicional hábito púrpura, era conhecido como Eminence Rouge — "eminência" por causa do tratamento dispensado aos cardeais e "rouge" que quer dizer vermelho.
François Leclerc, ex-marquês de Tremblay, que se retirou da vida mundana e ingressou na Ordem dos Capuchinhos com o nome de Frei José, tornou-se o secretário, conselheiro e confidente do Cardeal Richelieu.
O Cardeal Richelieu exercia influência direta sobre o rei, mas ele próprio era influenciado pelo Frei José e a "autoridade" que este exercia sobre Richelieu fez dele uma das pessoas mais poderosas da França, apesar de não possuir cargo oficial. Pela importância que tinha e pelo hábito cinzento que vestia, passou a ser conhecido como Eminence Grise (eminência cinzenta, daí eminência parda).
Eminência é, até hoje, o tratamento dispensado aos cardeais.
O Mundo esteve e está cheio de figuras assim.
No Brasil, logo após a independência o jovem monarca Dom Pedro I tinha ao seu lado, na corte, uma figura influente, que vez por outra era o legítimo imperador: Chalaça. Farrista, boêmio, Dom Pedro era mulherengo e festeiro. Com Chalaça, cujo nome verdadeiro era Francisco Gomes da Silva, as escapadas noturnas de sua majestade tornaram-se mais comuns. Chalaça foi confidente e assessor, mais que isso, era o braço direito do homem, nomeando até ministros e secretários.
Na Rússia, a que mais chamou atenção foi a de um bizarro monge da Igreja Ortodoxa, mistura de feiticeiro, hipnotizador, conselheiro, charlatão e canalha: Rasputin.
Milagreiro conhecido no país, por volta de 1905, a sua já conhecida reputação de místico introduziu-o no círculo restrito da Corte imperial russa, onde se diz que Rasputin chega mesmo a salvar Alexei Romanov, o filho do czar, de hemofilia.
Perante este acontecimento, a czarina Alexandra Fedorovna lhe dedicava uma atenção cega e uma confiança desmedida, denominando-o mesmo de "mensageiro de Deus". Com esta proteção Rasputin torna a influenciar ocultamente a Corte e principalmente a família imperial russa, colocando homens como ele no topo da hierarquia da poderosa Igreja Nacional Russa.
Voltando ao Brasil, nos Anos de Chumbo, período da chamada Ditadura Militar (1964-85), destaca-se a figura do general Golbery do Couto e Silva, verdadeiro arquiteto do regime militar, responsável pela chegada ao poder de praticamente todos os generais-presidentes. Golbery, principalmente, foi aquele que primeiro pensou no fim do regime, na chamada distensão, cujo processo foi sagrado pela Lei de Anistia, que poupou tanto perseguidos quanto perseguidores.
A História é estranha para quem entra em suas entranhas. No miolo de regimes tão diferentes quanto os da França do século XVII, ou o Brasil dos anos 60, figuras misteriosas, pouco divulgadas eram os responsáveis por ações que a História oficial atribuiu a outros.
Temos, hoje, eminências pardas ?
Responda você.
Observação : Deve-se prestar atenção para não confundir eminência e iminência.
Eminência” é relevo, importância, excelência. ("O eminente magistrado proferiu brilhante sentença").
Iminência” é a qualidade daquilo que está prestes a acontecer. ("A prisão do réu estava iminente").
(Fonte: Adaptado de textos da Internet)
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