Direita, Centro e Esquerda
Ao ligarmos a televisão, é comum ouvirmos as expressões “Direita”, “Esquerda” e “Centro” utilizadas para se referir a determinadas personagens e grupos políticos antagônicos em um jogo político.
Se ouvimos falar em Direita, pensamos em conservadores; o termo Esquerda nos faz imaginar revolucionários ou progressistas e Centro denota aqueles indivíduos mais moderados ou conciliadores.
Mas o que vem a ser, de fato, cada um desses termos?
Tudo começou na França do final do século XVII, quando o rei Luis XVI organizou uma eleição para formar uma Assembléia Nacional Constituinte, em que os escolhidos debateriam e votariam medidas para tentar solucionar as tamanhas dificuldades enfrentadas pela França atolada em dívidas que atingiam a sustentação econômica.
O sistema político da França era composto por três grupos, os chamados Estados Gerais: o clero (Primeiro Estado), a nobreza (Segundo Estado) e o Terceiro Estado formado pelo “resto” da população (banqueiros, comerciantes, médicos, artesãos, etc.). O Terceiro Estado era o único que tinha a obrigação de pagar os impostos, além de terem inúmeras limitações, como o fato de não poderem ocupar cargos públicos, por exemplo. Foi assim, em razão da adoção de um modelo político injusto e dos privilégios dados a uma pequena parte da população, que se iniciou a Revolução Francesa.
A princípio, os termos, centro-direita-esquerda, tinham uma conotação espacial. Posteriormente foram adquirindo um perfil ideológico como nos dias atuais.
À Direita do plenário instalaram-se os representantes da alta burguesia chamados de Girondinos. Era um grupo conservador composto por integrantes do funcionalismo real, nobres proprietários de terra, burgueses enriquecidos e alguns clérigos que recusavam qualquer tipo de reforma que atingisse seus antigos privilégios e tentavam evitar que as classes populares pudessem chegar ao poder ou tivessem suas reivindicações atendidas. Não pretendiam grandes mudanças e sim reformas que os beneficiassem. Os representantes da esquerda os chamavam de reacionários.
À Esquerda se posicionaram os representantes da pequena e média burguesia, os trabalhadores em geral e aqueles das camadas mais oprimidas. Esse grupo se reunia em um partido denominado de Jacobinos que buscavam uma grande reforma que aplacasse a grave crise nacional. Estes eram mais radicais e queriam destruir toda a ordem política, econômica e social existente. Lutavam por reformas que levassem às conquistas e melhorias sociais. Eram progressistas e revolucionários e a direita os chamava de agitadores e radicais.
No Centro da assembléia acomodavam-se os membros da Planície, representantes de uma parte da alta burguesia, parte da pequena e média burguesia, alguns membros da aristocracia, ou seja, a composição era variada. Não eram radicais e procuravam uma conciliação. Ora apoiavam a esquerda, ora apoiavam a direita. Não se comprometiam. Viviam "em cima do muro", de acordo com a sua conveniência. Eles tinham fracos ideais e mudavam de lado conforme quem tivesse no poder.
A primeira disputa entre Direita e Esquerda da história acabou com a vitória da oposição. Os Jacobinos conseguiram aprovar a proibição da venda de cargos públicos, acabaram com as isenções de impostos dos nobres e decidiram elaborar uma nova Constituição, de onde nasceria a primeira Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Foi assim que se originaram os conceitos: Direita é um grupo conservador, Esquerda é um de oposição e Centro é o conciliador.
Hoje, o fato de ser da Direita, do Centro ou da Esquerda é algo relativo e não permanente, uma vez que um partido, por exemplo, pode estar de um lado em um momento e de outro em outra instância, agindo conforme seu jogo de interesses.
(Adaptado de textos da Internet)
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