sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Você sabia? - Centenário de Noel Rosa, menino branco do samba brasileiro

Centenário de Noel Rosa, menino branco do samba brasileiro

O nascimento de Noel Rosa

Noel Rosa foi e ainda é o maior compositor brasileiro de todas as épocas. Nascido há 100 anos, no dia 11 de dezembro, era o típico sagitariano indolente, afeito às noites de samba e orgia, homem que sai de casa quando o sol se punha, e voltava com a luz do mesmo astro nascendo no horizonte de um novo dia.
Tinha um defeito no queixo, o que para muitos, era o motivo principal para aquele menino ser um pouco arredio logo no primeiro conato. Conta-se que foi um erro da parteira, que afundou o maxilar do pequeno na hora de sua chegada ao mundo.
Em sua época de garoto, a música brasileira ainda não tinha sua identidade. Ouvia-se rítimos trazidos da Europa, como a Polca, enquanto o Maxixe era mais próximo das camadas baixas da sociedade era a junção da mesma polca com o tango, um estilo malandreado e próprio dos negros do Catumbi.
Vale lembrar, no entanto, que o local onde surgiria o samba era um bairro novo, mas pobre: Cidade Nova! Justamente onde hoje está construído o Sambódromo do Rio de Janeiro. Naquela área, entre o Morro de São Carlos, o centro da cidade e a Zona Norte (onde está Vila Isabel), os bambas se reuniram . Entre tanta comilança, dança e instrumentos, foi criado em 1917 aquele que era considerado o primeiro samba: ‘Pelo Telefone’, de autoria de Donga e Mauro de Almeida, cantado por Baiano.
Noel Rosa, menino branco da Vila Isabel, havia prometido aos familiares que cursaria medicina, mas suas andanças pela Cidade Nova, atual Estácio, deixaram-no muito próximo da essência musical que aqueles negros pobres estavam criando. As casas das ‘tias baianas’, em especial, Tia Ciata, com seu candomblé e festas que duravam dias, reunia todos os ingredientes para o surgimento do novo ritmo nacional.
Noel xeretava por ali, no alagadiço das ruas, de casa em casa. Sinhô e Pixinguinha eram os batutas do local, onde ouviam-se cordas, pianos, flautas, clarinetes e metais. Os ‘malandros’ do ritmo circulavam pelo carteado, pelos antros de meretrizes, pelos terreiros de jongos, rituais e capoeiras... Nilton Bastos, Ismael Silva, Bide, Baiaco e Brancura, João da Baiana, Sinhô...Muita sabedoria popular em um lugar só.
Ali, o menino sem freios de Vila Isabel moldou a arte de compor, com todos o conteúdo do Estácio, do catumbi...Por ali apareciam os brancos, os cantores da cidade, Francisco Alves e Mário Reis, que logo se fartariam de tanta efervescência cultural.
Francisco Alves bebeu muito da fonte de Noel, e gravou várias de suas composições.
Depois, Noel Rosa levaria a plenitude de suas canções para o bairro onde nasceu, a Vila Isabel, onde decantou seus cantos e recantos. Não se furtou a declarar seu amor às serestas, mulheres aos tangarás, ao Boulevart, aos três apitos da fábrica de tecido Confiança, ao bonde do bairro, às mulheres que amou. Encheu de poesia a noite dos namorados.
A Vila Isabel era a grande musa de um poeta ímpar.
O menino branco que se uniu aos negros do Estácio, farreou, bebeu, amou e fez música. Deixou para um grande país parte de sua também grandiosa história contada em notas musicais. Ainda hoje regravam suas canções! Zeca pagodinho é um dos artistas mais empenhados no resgate do acervo do eterno compositor.
Enfim, Noel Rosa uniu todas as classes sociais e deu identidade ao estilo brasileiro e o samba ganhou um perfil, quando eternizou seu menestrel!
(Fonte: http://www.agoravale.com.br em 10/12/2010)

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