Santa dúvida
Quando devemos usar São ou Santo? Essa é uma dúvida cruel para quem reza e acredita nos santos e sãos.
O padrão é usarmos santo antes de nomes começados por vogal ou por H (Santo Antônio, Santo Hilário, Santo Henrique, Santo Inácio) e são antes dos nomes que iniciam por uma consoante (São Pedro, São Cipriano, São João, São Francisco).
São nada mais é que a forma apocopada (que sofreu apócope, supressão de letra ou sílaba no final de uma palavra) de santo.
Há, no entanto, alguns casos que fogem ao padrão — e Tomás de Aquino é exatamente o mais significativo. Padre Antônio Vieira usa Santo Tomás, como a maioria dos autores clássicos; no entanto, a partir do séc. XVIII o padrão vai-se firmando, notando-se hoje a nítida preferência por São Tomás. Como casos desviantes, há também, por influência do espanhol, Santo Tirso (em vez de São Tirso), Santo Cristo, Santo Jó e ainda dois nomes que admitem as duas formas: Santo Tomás e Santo Borja, embora a cidade gaúcha seja conhecida como São Borja.
Os espanhóis usam san antes de qualquer nome (San Antonio, San Roque, San Pablo, San Andrés). O Dicionário da Real Academia nos ensina que a forma santo só vai ser usada antes de Tomás, Toríbio, Tomé e Domingo. É por isso que temos, na fronteira do Rio Grande do Sul, a ponte que liga São Borja, no Brasil, a Santo Tomé, na Argentina; é por isso que falamos na república de São Tomé e Príncipe, enquanto eles usam Santo Tomé e Príncipe; é por isso que a capital da República Dominicana é São Domingos, em Português, mas Santo Domingo em Espanhol.
No feminino, não há problema, porque vamos usar sempre santa: Santa Luzia, Santa Rita de Cássia.
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