"Tem saído muito amor e felicidade", diz o tatuador, olhar sério, ao abrir seu catálogo de símbolos orientais em um estúdio da Galeria do Rock, no centro de São Paulo. Virou moda. Todo dia aparece quem queira "traduzir" de estados etéreos de espírito a nomes próprios por meio de ideogramas --só não sabem que os álbuns são improvisados a partir da internet, com desenhos sem sentido ou, no mínimo, inesperados.
"Olhei o livrinho, estava escrito "paz". Tatuei e ficou bonito", diz Leandro Djehdian, 25. "Mas aí procurei "paz" em outros lugares e não era igual."
"Olhei o livrinho, estava escrito "paz". Tatuei e ficou bonito", diz Leandro Djehdian, 25. "Mas aí procurei "paz" em outros lugares e não era igual."
Dono de loja de produtos de R$ 1,99, ele mostrou o desenho aos chineses do ramo. "Aí eles disseram que era "ladrão"." Pior foi quando viajou à China a trabalho: passou dias de calor e manga comprida. "Já pensou se um "china" me bate?"
Não bateram, mas ele se livrou do desenho. "Aquilo não era "paz" nem aqui nem na China", ironiza Martin Tattoo, que fez o "cover" (tatuagem parar "cobrir outras que não agradaram o cliente"). Djehdian pagou R$ 50 pelo falso ideograma; e R$ 500 para escondê-lo.
"Não sei por que virou moda no Brasil", diz a vice-diretora da escola Chinbra, Liang Yan. "Recebo todo dia e-mail querendo saber como se escreve nome com ideogramas." Só que nomes ocidentais não têm símbolos em mandarim. A escrita sai por pronúncia aproximada. "E eles fazem até de cabeça para baixo", diz, rindo.
T.F. não riu. "Tatuei ou quis tatuar "paz"." Ele descobriu o engano em casa, ao mostrar o desenho a um chinês pela internet. O professor de mandarim (que procurou depois) confirmou: os símbolos estavam trocados. "Mas vou tentar cobrir", diz o rapaz; que, até lá, só terá "paz" na frente do espelho.
É preciso pesquisar. Até porque, brinca a professora Yan: "Nunca vi tatuador em curso de mandarim".
Não bateram, mas ele se livrou do desenho. "Aquilo não era "paz" nem aqui nem na China", ironiza Martin Tattoo, que fez o "cover" (tatuagem parar "cobrir outras que não agradaram o cliente"). Djehdian pagou R$ 50 pelo falso ideograma; e R$ 500 para escondê-lo.
"Não sei por que virou moda no Brasil", diz a vice-diretora da escola Chinbra, Liang Yan. "Recebo todo dia e-mail querendo saber como se escreve nome com ideogramas." Só que nomes ocidentais não têm símbolos em mandarim. A escrita sai por pronúncia aproximada. "E eles fazem até de cabeça para baixo", diz, rindo.
T.F. não riu. "Tatuei ou quis tatuar "paz"." Ele descobriu o engano em casa, ao mostrar o desenho a um chinês pela internet. O professor de mandarim (que procurou depois) confirmou: os símbolos estavam trocados. "Mas vou tentar cobrir", diz o rapaz; que, até lá, só terá "paz" na frente do espelho.
É preciso pesquisar. Até porque, brinca a professora Yan: "Nunca vi tatuador em curso de mandarim".
(Willian Vieira - Folha de São Paulo em 07/10/2008)
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