Vitim
Vitim era um pobre coitado.
Passava o dinterim na frente da venda do Sô Manezim, causadiquê esse vivia lhe dando umas pratinha.
Só que acontece que Sô Manezim era pirraçento e fazia umas sacanagi cu moço. Sempre que chegava um freguêis ele dizia:
- Óiquí, ocê se anima di vê eu inganá aquele mudo? (Aqui cabe a explicação que mudo não é necessariamente uma pessoa que não fala. Qualquer besta pode ser mudo, é um xingamento. Terminem de ler o trem seus mudo...)
O véi catava duas mueda. Uma grande de valor menor e uma piquiniquinha, mas de valor maior. Ia até o Vitim e dizia:
- ÔÔ trem, pega essa prata aqui, mais iscói uma só!
Vitim num sabia nem lê, iscuia a mueda maiorzinha sempre. Ficava com a de menor valor. Sô Manezim e us freguêis saiam se rindo tudo, da burrice di Vitim.
Um dia chegô um homi da capital e dexô a muié comprando uns trem na venda e ficô esperanu do lado di fora. Viu o véi fazê essa brincadera com o "mudão" umas treis veiz.
O homi intão ficô cum dó di Vitim e arresorveu tê um dedim di prosa cu rapaiz.
- Vem cá moço, você não percebeu que eles estão te sacaneando? A moeda maior não vale muito, a pequena que vale mais. Eles estão rindo do fato de você sempre escolher a grande, achando que essa tem mais valor.
E Vitim qui num era mudo nem nada resposto:
- Quaquétu sô moço... Ô sei disso sô. Mais u dia qui eu iscoiê a qui vale mais, eles para a brincadera. Eles fica sem a graça deis, i ô fico sem minhas prata. Dispôis ondi covô acha otros troxa, trem? Quaquétu.
Moral da estória:
A alegria do inteligente é se fingir de idiota para os idiotas que se julgam inteligentes.
(Quantas vezes nós também não fazemos isso!!!)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Adorei receber sua visita!
Ler seu comentário, é ainda melhor!!!
Responderei sempre por aqui.