Minas luta para atrair inversões da Panasonic Brasil
O governo de Minas confirmou que está negociando o fechamento dos termos aditivos do protocolo de intenção com a Panasonic Brasil para a instalação de uma planta de semicondutopres da gigante mundial do setor de eletroeletrônicos em um município do Sul de Minas não revelado. Ainda assim, mesmo sem garantias de que a fábrica da multinacional seja construída em território mineiro, o Estado parece sair na frente da disputa com Rio de Janeiro e São Paulo. Os detalhes sobre o investimento e a linha de produtos que devem ser fabricados na unidade também não foram informados.
As informações são do presidente do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais (Indi), Adriano Magalhães Chaves. Estima-se que o montante a ser investido pela multinacional na nova planta no país seja da ordem de R$ 500 milhões e uma linha de crédito junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) já estaria sendo pleiteada. Porém, Chaves negou essas projeções.
De acordo com o secretário municipal de Desenvolvimento e Indústria de Extrema, no Sul de Minas, Péricle Mazzi, a Panasonic, que já havia enviado representantes para obter informações sobre o município, está negociando com a iniciativa privada a aquisição de um terreno de aproximadamente 100 mil metros quadrados, próximo a um dos distritos industriais da cidade. "As chances da unidade ser instalada no local são grandes", disse.
Outro município que está na disputa pela planta da Panasonic é Pouso Alegre. No entanto, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Renato Torres, revelou que a empresa não enviou novas comitivas à cidade, apesar de já ter visitado o município. "Pelo menos em Pouso Alegre, as negociações não evoluíram", afirmou.
Mão de obra - Santa Rita do Sapucaí, também no Sul de Minas, aparece forte na disputa pela nova unidade fabril da Panasonic em virtude da mão de obra especializada disponível no município. Na cidade está instalado o polo eletrônico do Estado, com 150 indústrias do setor, o que gera maior facilidade para a contratação de trabalhadores capacitados. Além disso, o município se encontra em uma região de fácil acesso aos principais centros consumidores do país. A BR-459 corta o município e liga Minas Gerais a São Paulo.
O executivo do município afirmou anteriormente que mantinha conversas periódicas com a empresa e até se dispôs a doar um terreno para a multinacional. O plano do Executivo é expandir o polo de eletrônica e construir um parque tecnológico.
Além disso, o objetivo da administração municipal é implantar centros de treinamento e abrir espaço para empresas prestadoras de serviço. Dessa forma, os custos com contratação de terceiros também seriam mais baixos.
A Panasonic, líder mundial nas áreas de desenvolvimento e fabricação de produtos eletrônicos, afirmou anteriormente, via assessoria de comunicação, desconhecer o assunto. A multinacional possui duas unidades no Brasil, uma em Manaus (AM) e outra em São José dos Campos (SP).
Em 2008, os Conselhos de Administração da Panasonic e da Sanyo aprovaram a fusão de capital e de negócio no Japão. A união entre os dois players formou a maior companhia do segmento no país, com faturamento anual estimado em US$ 8,8 bilhões. Nos termos do acordo, a Sanyo passou a ser subsidiária da Panasonic.
CBS - Se as negociações do governo de Minas com a Panasonic evoluem, a implantação de uma unidade produtora de waffers da Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS), em parceria com a alemã Telefunken AG, no Estado caminham em "banho-maria". O investimento estimado em US$ 500 milhões ainda não saiu do papel e nem mesmo o local onde o empreendimento será construído está definido.
Inicialmente, a unidade da CBS seria instalada no Parque Industrial de Tecnologia (PIT), em Vespasiano, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), mas, em virtude do atraso na conclusão do estudo geológico, que confirmará ou não se o solo do terreno disponível para a implantação do empreendimento é viável, colocou outro município mineiro na disputa, cujo nome não foi revelado pelo governo de Minas e nem pelo presidente da WS Consult, Wolfgang Sauer, principal investidor do projeto.
De acordo com o plano do governo de Minas, o PIT de Vespasiano abrigaria um polo de microeletrônica, em princípio ancorado pela CBS, o que faz com que a implantação do empreendimento no local torne-se fundamental para a viabilização do projeto.
(Fonte: Leonardo Francia – Diário do Comércio em 06/10/2010)
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