segunda-feira, 8 de agosto de 2011

As várias Canções do Exílio - 1 - Gonçalves Dias

Gonçalves Dias

A “Canção do Exílio” do poeta Gonçalves Dias inspirou vários poetas e até mesmo aspirantes a poetas em diversas épocas. Provavelmente seja o poema brasileiro que mais tenha sido reescrito, parodiado e, usando linguagem moderna, recebido releituras.
O poema “Canção do Exílio” de Gonçalves Dias foi escrito na época do Romantismo Brasileiro, quando se vivia uma forte onda de nacionalismo, devido ao rompimento do Brasil-colônia com Portugal. Nele, o poeta ressalta os valores naturais do Brasil.
Foi escrito em 1843, quando Gonçalves Dias cursava Faculdade de Direito em Coimbra e vivia um exílio físico e geográfico. O poema teria sido inspirado na da balada Mignon, do poeta alemão Goethe.

Conheces a região onde florescem os limoeiros?
laranjas de ouro ardem no verde escuro da folhagem;
conheces bem? Nesse lugar
eu desejava estar.
(Tradução de Manuel Bandeira)

É interessante notar que nos 24 versos que compõem o poema Canção do Exílio não há um só adjetivo.

Canção de Exílio

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem que ainda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
(Gonçalves Dias)

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