quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Minas são muitas - Santos Dumont

“Minas são muitas. Porém, poucos são aqueles que conhecem as mil faces das Gerais.” (Guimarães Rosa)

Santos Dumont

Igreja Matriz de São Miguel (Foto do Miguel)

Região: Zona da Mata
Padroeiro: São Miguel
Festa do Padroeiro: 29 de Setembro

Localização


História

O Caminho Velho que partia da cidade de Parati (RJ), passava por São Paulo e seguia até a região das minas, era o trajeto que a Coroa Portuguesa utilizava para explorar e extrair metais preciosos da região das Minas Gerais. Com o aumento da exploração realizada na região e a intensificação do fluxo das tropas que transportavam os carregamentos de ouro e a longa distância percorrida por este trajeto, surgiu, então, através destes fatores, a necessidade de encurtar a distância percorrida entre as Minas Gerais até o litoral.
Para resolver tal infortúnio a Coroa portuguesa elaborou um projeto para criação do Caminho Novo. Em torno de 1700/1701, a abertura do Caminho Novo foi iniciada por Garcia Rodrigues Paes, filho de Fernão Dias Pais Leme, o famoso “Caçador de Esmeraldas’’, partindo da região da Borda do Campo (atual cidade de Barbacena), atravessando a Serra da Mantiqueira na garganta de João Aires, passando em João Gomes (Palmyra), Chapéu D´Uvas, indo até o litoral do Rio de Janeiro. Dessa forma, esta nova rota passaria a ser usada para escoar a produção aurífera com maior facilidade, rapidez e segurança.
Como forma de incentivar o povoamento em torno do Caminho Novo, a Coroa Portuguesa distribuiu sesmarias para nobres e súditos que prestavam serviços a ela. Assim, Domingos Gonçalves Ramos requereu em 26 de fevereiro de 1709 uma sesmaria na região. Como primeiro dono da terra, Domingos Gonçalves Ramos não tardou em ocupá-la, trazendo consigo sua família, escravos e seus dois genros, Pedro Alves de Oliveira e João Gonçalves Chaves.
Na divisão desta sesmaria Pedro Alves adquiriu a parte sul e João Gonçalves Chaves em 1715 empossa-se da sesmaria da parte norte, permanecendo na mesma até 1728 e vendendo-a para João Gomes Martins e sua esposa Clara Maria de Melo, que vieram a se tornar personagens de suma importância para a história do município.
Desta forma, o nome de João Gomes marcou a história do município, tendo sua sesmaria um papel fundamental na formação e ocupação da cidade, conhecida inicialmente como Rocinha de João Gomes, passando a Fazenda de João Gomes, Distrito de João Gomes, João Gomes Velho, Palmyra e atualmente Santos Dumont.
João Gomes e sua esposa trouxeram de sua freguesia originária de Portugal uma imagem de São Miguel e Almas para sua fazenda. Em data que não se pode precisar, foi erigida a primeira capela, à margem do "Caminho Novo", dedicada a São Miguel e Almas, invocados, segundo a tradição como protetores dos bandeirantes na perigosa travessia da Mantiqueira. Em 1788, a capela foi transferida para o interior da Roça de João Gomes, onde permaneceu durante 49 anos. Em 1827 voltou a ser erguida no primitivo lugar. A doadora do patrimônio da capela teria sido uma filha de João Gomes, de nome Palmyra, dai se originando a denominação do povoado, quando elevado à categoria de vila.
Além da importância verificada pelo traçado do Caminho Novo, outro meio de acesso ao interior mineiro que contribuiu com o desenvolvimento da cidade – entorno de 1870 – foi à construção do ramal da estrada de Ferro D. Pedro II, que passava na região. Foi nessa época que o engenheiro Henrique Dumont, pai de Alberto Santos Dumont veio para a região com sua família para realizar a empreitada de construir este ramal, que iria ligar o trecho Mantiqueira a João Aires. Neste local, Henrique Dumont escolheu uma casa de propriedade da própria Ferrovia, de estilo palafita, e nela acomodou sua família, bem próximo do canteiro de obras da Ferrovia.
Nas últimas décadas do século XIX e primeiras do século XX, o município emancipado em 1890 passou por algumas transformações que modificaram suas feições de Arraial. A população local cresce. E em seu meio se fazia um expressivo número de imigrantes, em especial portugueses, italianos e libaneses.
Em 1932, a cidade de Palmyra passa a denominar-se Santos Dumont, em homenagem ao seu filho mais ilustre, o inventor Alberto Santos Dumont.

Datas Históricas

1867 – Criado o Distrito criado com a denominação de Palmira (ex-povoado de João Gomes), subordinado ao município de Barbacena.
1889 - Elevado à categoria de vila com a denominação de Palmira e desmembrado de Barbacena.
1890 - Elevado à condição de cidade com a denominação de Palmira.
1932 – O município de Palmira tomou a denominação de Santos Dumont.

O município

O município de Santos Dumont está situado no estado de Minas Gerais e sua população, em 2010, era de 46.284 habitantes. Ocupa uma área de 637,37 km².
Na década de 1880, quando ainda se chamava Palmira, a cidade tornou-se a primeira da América Latina a produzir queijo do tipo reino. Os holandeses Alberto Boecke e Gaspar de Yong desenvolveram na cidade uma indústria de laticínios e o queijo Palmyra, tornou-se o mais antigo do país, além do famoso queijo São Luiz. A partir desta época, iniciou-se o desenvolvimento da produção de laticínios em Minas Gerais e no Brasil.
Na agricultura, a cidade produz milho, morango, goiaba, nectarina, mandioca, feijão, havendo cultivo permanente da laranja, café, pêssego e banana.
Na indústria, Santos Dumont produz ferro, silício e silício metálico, exportando para vários países.
Na cidade, pode-se conhecer a casa natal de Alberto Santos Dumont, Museu de Cabangu, transformada em museu e aberta a visitação, em 1951. A “Fazenda de Cabangu”, local onde nasceu Alberto Santos Dumont, guarda a historia do Pai da Aviação.
O nascimento de Alberto Santos Dumont foi marcado pelo espírito de aventura, que caracterizou toda sua vida. Seu pai, corajoso engenheiro, empreitou em 1872 a construção do trecho da Estrada de Ferro D. Pedro II entre as localidades de João Gomes (posteriormente Palmyra e hoje Santos Dumont) e João Aires. Foi para melhor realizar seu trabalho que levou a família para uma casa no canteiro de obras, local de nome “Cabangu” onde nasceu o sexto filho que se chamou Alberto, em 1873.
A permanência da família no Cabangu foi relativamente curta; em 1875, terminado o contrato de Dr. Henrique com a ferrovia, a residência foi transferida para Valença - RJ e posteriormente para a fazenda Arindeúva em Ribeirão Preto – SP - onde se dedicou à plantação de café.
(Fontes: IBGE, ALMG, http://www.asminasgerais.com.br)

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